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15/03/2017 às 08h56min - Atualizada em 15/03/2017 às 08h56min

Angústia da juventude em forma de arte

Grupo Jovem do UAI Q Dança encerra temporada e retoma atividades em abril

ADREANA OLIVEIRA | EDITORA

ROSANE CHAGAS/DIVULGAÇÃO

 

Ser jovem nos dias de hoje não tem sido tarefa fácil. Essa geração conectada é bombardeada com informações o tempo todo, cada vez mais, são levados a fazer escolhas consideradas importantes sem estarem preparados para isso. É o tempo do imediatismo, do aqui, do agora, dos “likes”. E nem sempre essa juventude consegue um tempo para dialogar cara a cara com os colegas, para questionar ou para simplesmente ser. O papel da arte, seja ela qual for, é trazer à tona esse tipo de reflexão.

É essa angústia que move a temporada do Grupo Jovem do Uai Q Dança - escola de danças de Uberlândia que comemora em 2017 os 27 anos de atividade no município – que foi encerrada no último final de semana. A diretora da escola, Fernanda Bevilaqua, empreendedora e entusiasta da dança, dirige MarAmar: sobre água pedra e dor”, a filha Clara Bevilaqua, dirige “Até onde (?) contorno sobre liberdades”.

No palco, 12 bailarinas que têm entre 15 e 18 anos de idade que levantaram as questões que foram estudadas para os dois espetáculos. Desses questionamentos sobre a vida delas surgem as pesquisas de movimento. Toda a criação do trabalho coreográfico é feito por elas a partir de pesquisas orientadas por Clara, em “Até onde...” e por Fernanda, em “MarAmar...”. “Nessa temporada, num primeiro momento, trouxeram uma angústia por conta do imediatismo, da cobrança de algo que nem elas sabem se querem. Esse contorno surgiu há dois anos, quando elas tinham entre 13 e 16 anos e queriam entender até onde poderiam ir com essa liberdade que têm atualmente”, diz a diretora.

Segundo Fernanda, o excesso de informações, a proliferação de ofertas que chegam por todos os lados leva às jovens a dificuldade em escolher um caminho e saber ser é hora de escolher este caminho. Num segundo momento, foi abordado o tema idas e vindas de pessoas e acontecimentos na vida delas. “Algumas coisas acabam, pessoas chegam, pessoas vão embora, são fases e ciclos que se encerram para elas em um momento que pode ser doloroso. Para isso, elas trouxeram para o palco como metáfora o mar”, explica Fernanda.

Fernanda Bevilaqua afirma que é preciso que uma parcela maior da sociedade ainda precisa compreender sobre o a arte como um poder transformador. “Trazemos para a cena questões como os momentos de crise que vivemos seja pessoal ou socialmente, as dificuldades da vida em questionamentos fundamentais para quem faz quanto para quem assiste”, diz a professora.

A próxima temporada do Grupo Jovem do UAI Q Dança deve ser em abril. Atualmente participam 12 bailarinas: Ana Catarina, Cecília Resende, Luisa Carneiro, Ana Laura Afonso Pereira, Gabriela Luiza, Bruna, Bia, Julia Hasparyk Alvim, Anna Carolina Ferrari, Duda, Pamela Gonçalves, Betina Bonganhi. As interessadas em fazer parte do grupo precisam ter entre 15 e 18 anos e um conhecimento da técnica clássica e das práticas contemporâneas de dança.

SERVIÇO
Para saber mais sobre a agenda ou participar do Grupo Jovem do Uai Q Dança, ligue para 3236-5056.


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