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02/08/2023 às 08h00min - Atualizada em 02/08/2023 às 08h00min

A empregabilidade na era da Inteligência Artificial (IA)

ANTÔNIO CARLOS DE OLIVEIRA
Na era da Inteligência Artificial (IA), a empregabilidade tem sido um tema amplamente discutido devido ao impacto das tecnologias avançadas no mercado de trabalho. A IA tem o potencial de transformar a maneira como as empresas operam, otimizando processos, aumentando a eficiência e atendimento aos clientes e gestão de custos. No entanto, também pode trazer mudanças significativas na demanda por habilidades e, por consequência, no panorama da empregabilidade. Os principais pontos-chave da empregabilidade na era da Inteligência Artificial (IA) são cruciais para entender como a tecnologia está impactando o mercado de trabalho e como os profissionais podem se preparar para enfrentar essas mudanças. Aqui estão os pontos mais importantes:  

1. Automação de tarefas: A IA tem o potencial de automatizar tarefas repetitivas, monótonas e até mesmo algumas funções complexas, como análise de dados e processamento de informações. Isso pode levar à eliminação de empregos que dependem exclusivamente dessas tarefas. Por outro lado, a automação pode aumentar a eficiência e produtividade, liberando o trabalhador para se concentrar em tarefas mais criativas e estratégicas. 

2. Aprendizado contínuo e atualização de habilidades: Com a evolução rápida da IA, os indivíduos precisam adotar uma estratégia de aprendizado ao longo da vida. Isso significa estar disposto a adquirir novas habilidades, atualizar conhecimentos e acompanhar as tendências tecnológicas para permanecerem relevantes no mercado de trabalho. Embora a IA e outras tecnologias inovadoras possam automatizar algumas tarefas, também trazem consigo oportunidades e desafios únicos para os trabalhadores. 

3. Aquisição de habilidades complementares: Nesse cenário, é fundamental para os trabalhadores adquirirem habilidades complementares que a tecnologia ainda não consegue replicar, como pensamento crítico, criatividade, empatia, capacidade de solução de problemas complexos e habilidades sociais. 

Vamos refletir: O rápido avanço da IA ​​tem transformado vários setores, a automação orientada por IA pode reduzir empregos em áreas como manufatura e atendimento ao cliente, mas profissões que exigem habilidades criativas e complexas têm menos probabilidade de serem substituídas. Profissionais de tecnologia, incluindo cientistas de dados, desenvolvedores de Python, designers de UX, analistas de controle de qualidade e desenvolvedores de jogos, se beneficiam da IA ​​como uma ferramenta para otimizar o trabalho. A IA não é uma ameaça, mas uma força transformadora, e o aprendizado contínuo é crucial para que os profissionais se mantenham competitivos e adotem a colaboração com as máquinas. 

Em relatório a McKinsey sugere um impacto equilibrado no emprego até 2030, mas com mudanças significativas, afetando potencialmente milhões de trabalhadores. O desenvolvimento da IA ​​permite a automatização de tarefas complexas, expandindo seu alcance para áreas atualmente dominadas por atividades humanas, tanto físicas quanto cognitivas, são mais susceptíveis de substituição. À medida que a tecnologia avança, a IA pode ser capaz de substituir tarefas mais complexas, principalmente aquelas que envolvem julgamento e tomada de decisão. 

Certos setores, como saúde e manufatura, podem ter ganhos, enquanto outros, como trabalhadores de serviços e operadores de máquinas, correm maior risco de demissão. As indústrias de transporte, telecomunicações e automotiva também enfrentam possíveis perdas de empregos, enquanto os setores de infraestrutura, serviços profissionais e alta tecnologia estão mais otimistas sobre seu futuro. 

As previsões variam, com alguns deslocamentos de trabalho significativos, enquanto outros preveem novas oportunidades de trabalho. A IA combinada com a robótica está crescendo na indústria, levando a um aumento no número de robôs. Os estudos sobre o potencial de empregos também divergem, com estimativas que variam de 9% a 47% dos empregos em risco de serem substituídos por máquinas inteligentes. As discussões sobre o assunto variam de comentários alarmistas a visões otimistas. Enquanto alguns acreditam que a IA automatizará muitos processos manuais e revolucionará o trabalho, outros se preocupam com o deslocamento de empregos e o desafio de retreinar trabalhadores para novas funções. O avanço da IA ​​oferece ganhos econômicos, com 63% dos entrevistados em uma pesquisa da McKinsey relatando benefícios econômicos da adoção da IA, principalmente em marketing, vendas, desenvolvimento de produtos e cadeias de suprimentos.

Vamos pensar estrategicamente: Setores como alta tecnologia, automotivo, telecomunicações, transporte e finanças tiveram uma incorporação significativa de IA. No entanto, há necessidade de planos de ação para enfrentar os desafios do emprego e fornecer treinamento para empregos futuros. Apesar dos benefícios, existe uma lacuna significativa entre os principais adotantes da IA ​​e outros setores em termos de alinhamento de estratégias e promoção de treinamento em IA. 

De acordo com o relatório de 2018 do Fórum Econômico Mundial, 58% das competências permanecerão estáveis ​​em 2022, enquanto 42% exigirão requalificação. Aproximadamente 54% dos trabalhadores precisarão desenvolver novas habilidades, com períodos de treinamento variados. O LinkedIn identifica diferentes grupos de habilidades relacionadas à IA, incluindo aqueles que desenvolvem soluções de IA e outros que precisam se adaptar a soluções técnicas no local de trabalho. Visões otimistas envolvem trabalhadores adquirindo habilidades híbridas, adaptando-se à IA com perspectivas humanas, integrando decisões e maximizando o suporte da máquina. A demanda por profissionais de IA tem aumentado globalmente, com os setores de tecnologia, finanças e suporte de gerenciamento liderando o crescimento. Há uma escassez de talentos neste campo e a competição por profissionais de IA é acirrada, levando a uma escassez de 600.000 profissionais de TI na Europa, por exemplo. 



*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

 
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