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17/05/2023 às 08h00min - Atualizada em 17/05/2023 às 08h00min

Brasil bate mais um recorde agrícola na safra 2022-2023, diz IBGE

ANTÔNIO CARLOS DE OLIVEIRA
Em princípio, a safra diz respeito tanto à época de plantio da lavoura como à colheita. A safra marca o início do ano agrícola e costuma ser o período mais rentável para a produção. Isso porque traz as condições mais favoráveis para as principais cultivares do país, como a soja e o milho, fazendo as plantas maximizarem seu potencial produtivo.
 
Não é novidade que a agricultura é uma atividade profundamente conectada às variações das estações do ano e do clima como um todo. A questão é: como tirar o melhor proveito do que cada época em cada região do Brasil tem a oferecer?
 
Precisamos sempre lembrar, que cada região do país tem suas particularidades climáticas, variando em níveis de chuva, luminosidade e temperatura, por exemplo. Assim, para tirar o melhor proveito da área durante todo o ano, é normal alternar o plantio, sendo essa técnica conhecida como safra e safrinha. Com um bom planejamento, em alguns estados é possível cultivar até três culturas diferentes em um ano agrícola. 
 
A janela de plantio e colheita varia de acordo com cada região. Por exemplo, enquanto, em média, na Região Norte do país a colheita tem variações de estado para estado na cultura do milho da primeira safra acontece de fevereiro a junho, na Região Sul a colheita vai de janeiro a junho. O plantio da primeira safra de feijão na Região Nordeste vai de dezembro a fevereiro, exceto Bahia que é de setembro a dezembro, e no Centro-Oeste vai de setembro a dezembro também. 
 
Temos também as safras de inverno, como o caso da aveia no Mato Grosso do Sul, que vai de março a maio e a colheita de julho a setembro; nos estados da Região Sul, é possível começar o plantio de abril a julho, e a colheita de setembro a novembro. Por fim, um exemplo de variação entre estados relativamente próximos, como é o caso do plantio de soja, em Rondônia que acontece entre setembro e dezembro; e no Pará, vai de janeiro a abril. 
 
A colheita de soja, em Rondônia, acontece entre janeiro e abril; já no Pará, vai de maio a agosto. Lembre-se sempre, de que essas médias podem variar a depender do calendário de safra do ano, assim como depende das condições climáticas no período.
 
Reflitam comigo: O ano agrícola brasileiro tem seu início em setembro, no fim do inverno e começo da primavera. Esse período engloba o início do cultivo até a colheita e comercialização da atividade de maior renda bruta.
 
Implantado em novembro de 1972, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) iniciou sua série histórica em 1975, quando o Brasil produzia 39,4 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas. De lá para cá o Brasil em 47 anos aumentou em 7,74 vezes a sua produção, saindo de 39,4 milhões de toneladas para 302,1 milhões de toneladas em 2023.
 
Segundo Carlos Barradas “A história do LSPA é a história da agricultura brasileira”. Ele conta que, inicialmente, a pesquisa apurava muitos produtos de pouca expressão econômica, mas em 2016, foi introduzida a linha de corte de se avaliarem produtos que respondiam pelo menos por 1% do valor de produção. “A partir daí, pudemos acompanhar melhor os principais produtos da agricultura brasileira”, explica o gerente do LSPA.
 
A safra de 2023 deve atingir o recorde de 302,1 milhões de toneladas. Ante ao ano anterior, o volume ultrapassa em 14,8%, com 39,0 milhões de toneladas a mais. Os dados foram divulgados na última quinta-feira, 11, e, fazem parte do LSPA de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento dispara em relação ao previsto em março, de 2,4 milhões de toneladas, uma alta de 0,8%.
Segundo o IBGE, os produtores brasileiros devem colher na Safra 2023 76,4 milhões de hectares, uma elevação de 4,3% em relação à área colhida em 2022. Em relação à estimativa de março, a área a ser colhida cresceu 0,4%.
 
Os principais produtos da safra 2023 são o arroz, o milho e a soja, que são os três principais produtos da safra, que, somados, representam 92,3% da estimativa da produção e 87,3% da área a ser colhida. Em relação a 2022, houve acréscimos de 2,8% na área a ser colhida de milho (alta de 0,2% na primeira safra do grão e de 3,7% na segunda safra), de 1,7% na área do algodão herbáceo, de 6,0% na da soja e de 3,4% na do trigo.
 
Por fim, a expectativa de área colhida de arroz foi a única que andou em direção oposta, com recuo de 6,7%.
Vamos pensar estrategicamente: Em entrevista para https://agfeed.com.br/financas/, Nizan Guanaes afirmou: Chegou a hora de “o agro entrar no ringue para brigar”.
 
 Falta o agro brasileiro entender que ele precisa, num mundo dessa complexidade atual e num mundo onde ele é um player importantíssimo, ter um trabalho de comunicação. Se não criar a sua narrativa, seus concorrentes criam. O publicitário defende uma guinada na comunicação do setor para tornar o agro brasileiro global e encarar a acirrada concorrência internacional.  E o agro brasileiro tem concorrentes poderosos.
 
Concorrentes, é bom salientar, como os Estados Unidos, a Austrália, a União Europeia e outros grandes players que jogam pesado quando precisam defender seus interesses. 
 
“Hoje, o capitalismo é o tempo todo assistido pelas redes sociais. Então, o que falta ao agro brasileiro, é essa compreensão”, afirma. E prossegue. “O agro brasileiro carrega o sentimento de que é injustiçado. Mas eles (empresários e produtores) permitem que um monte de exageros seja falado em relação ao agro brasileiro.”
Para mudar isso, afirma Guanaes, o agro brasileiro precisa dar uma guinada na comunicação. “O agro tem que parar de se lamentar e entrar no ringue para brigar. É tão simples quanto isso. Eles têm que falar que o agro é inovador, sustentável”, afirma.
 
Com a possibilidade de haver até três safras no mesmo ano agrícola, o produtor precisa estar preparado e escolher a cultura ideal, o sistema de plantio e programar a suplementação de nutrientes ao longo da safra e das safrinhas.
 
O Brasil tem grande diversidade climática, até mesmo dentro de estados existe microclima. Esta diversidade e possibilidades para a produção agrícola, torna o Brasil uma potência em produtividade de grãos.
 

*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 
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