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01/06/2022 às 08h00min - Atualizada em 01/06/2022 às 08h00min

O PIB em 1,5% para 2022 desperta otimismo no mercado

ANTÔNIO CARLOS DE OLIVEIRA

O Ministério da Economia revisou no último dia 19/05 as suas projeções para a economia nacional, mas manteve alguns números, como a projeção de crescimento econômico para 2022. A estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em 1,5%.  Para a inflação deste ano houve uma alteração para cima com uma previsão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que em março era estimado em 6,55% para o ano, agora teve a previsão elevada para 7,9%. A estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu de 6,7% para 8,10%, e a do Índice Geral de Preços (IGP-DI), de 10,01% para 11,4.

 

Por outro lado, o PIB, segundo a estimativa, deverá fechar 2023 com alta de 2,5% (a mesma previsão do último boletim, divulgado em março). Já o IPCA deverá encerrar 2023 em 3,6% (a previsão de março era alta de 3,25%); o INPC, em 3,7% (3,5% era a estimativa em março); e o IGP-DI, em 4,57% (4,42%), segundo publicações da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.

 

Segundo o boletim, a melhora no desempenho do PIB brasileiro tem ocorrido em razão da retomada no setor de serviços e ampliação dos investimentos, o que, de acordo com o documento, tem refletido na recuperação do mercado de trabalho. O texto destaca que o setor de serviços cresceu 1,8% no primeiro trimestre de 2022, atingindo o maior patamar desde maio de 2015.

 

O maior otimismo em relação à evolução desse setor decorre principalmente da expectativa de redução gradual dos efeitos da pandemia sobre a mobilidade urbana e as atividades econômicas. A recuperação do setor de serviços deverá sustentar o bom desempenho dos indicadores de ocupação, gerando um efeito positivo na demanda doméstica.

 

Reflitam comigo: ... nesse cenário, a taxa de juros deverá ser gradualmente reduzida a partir do início de 2023, fechando o ano em torno de 9%, acompanhando o movimento de queda nas taxas de inflação, o que deve favorecer o mercado de crédito e os investimentos. Um mercado de trabalho mais aquecido será determinante para o fomento da demanda. Espera-se também que o aumento de preços de commodities seja temporário no cenário base e a taxa de câmbio fique estável, em relação ao fim de 2022, em torno de R$ 5,20. Ainda mais importante, consideramos que haverá menos incerteza por conta do fim dos efeitos da guerra na Ucrânia e dos efeitos mínimos da pandemia, o que deve garantir uma evolução positiva das atividades ligadas a comércio e serviços. No que se refere à política fiscal, este cenário pressupõe a manutenção de um conjunto de regras fiscais compatível com o compromisso e a disciplina fiscal, mantendo sob controle o risco associado à evolução das contas públicas.

 

Embora as estimativas de inflação para o ano tenham aumentado ao longo das últimas semanas, ainda se mantém a perspectiva de um cenário de desaceleração inflacionária, tanto para 2022 quanto para 2023. Além disso, mesmo acima do patamar projetado inicialmente, o IPCA e o INPC devem encerrar 2022 com uma variação bem abaixo da observada em 2021. 

 

É preciso pensar estrategicamente:  Na Economia mundial o principal fator a impactar foi a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro, que deve tirar pontos de crescimento da economia mundial em 2022, por conta desse impacto de inflação e juros A inflação na zona do euro mantém a trajetória de alta e bateu um novo recorde em maio, com uma taxa de 8,1% em ritmo anual, estimulada pelo impacto da guerra na Ucrânia sobre os preços da energia e dos alimentos.

 

De acordo com a agência europeia de estatísticas Eurostat, a inflação na Eurozona (os 19 países da União Europeia que adotaram a moeda comum) atingiu o maior resultado desde o início da série histórica, em 1979.

O impacto econômico do conflito na Ucrânia é de tal magnitude que a Comissão Europeia reduziu drasticamente sua previsão de crescimento do PIB em 2022, de uma expectativa inicial de 4,0% para 2,7%, assim como elevou a projeção de taxa anual de inflação a 6,1%.

 

De maneira geral, os bancos centrais estavam iniciando políticas contracionistas para fazer frente à inflação crescente, mas o choque negativo do conflito sobre a atividade econômica pôs em xeque a amplitude desse ajuste, ao mesmo tempo que novas pressões inflacionárias surgiram pelo choque de oferta trazido pela guerra, mostrando a mediana das projeções de crescimento para 2022, com quedas entre 0,2 ponto percentual (p.p.) para Estados Unidos e China, e 0,9 p.p. para a Alemanha.

 

Na contramão da economia mundial, o Brasil tem apresentado indicadores que demonstra recuperação, o caso mais recente e a taxa de desocupação que ficou em 10,5% no trimestre encerrado em abril, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

A balança comercial do agronegócio brasileiro é outro indicador que apresentou superávit de US$ 43,7 bilhões no acumulado do ano, de janeiro a abril de 2022. As exportações do setor no mesmo período tiveram alta de 34,9%, enquanto as importações registram estabilidade, com alta de 0,7%, na comparação com o mesmo período de 2021.

 

Incertezas da guerra estão sendo monitoradas como obstáculos para melhora da economia brasileira este ano, mas o sentimento em relação ao Brasil melhorou notadamente nos últimos meses entre os investidores estrangeiros. Em 2022, o saldo acumulado de investimentos estrangeiros na B3 já chega a quase R$ 90 bilhões, quase alcançando todo o saldo de 2021, que já foi um ano de entrada recorde de estrangeiros, avalia a XP.

 

Com as commodities e bancos, fazendo do Brasil uma excelente opção. “Esses setores protegem o investidor da alta da inflação e não são impactados tão negativamente pela alta de juros no mundo. A bolsa brasileira é a bolsa com maior exposição nesses setores (68%) entre os grandes índices de bolsa no mundo” observa.

*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

 

 
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