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11/05/2022 às 08h00min - Atualizada em 11/05/2022 às 08h00min

Startups e a sucessão familiar no agronegócio

ANTÔNIO CARLOS DE OLIVEIRA
As startups têm algumas características que as diferenciam dos demais modelos de negócios tradicionais. Geralmente nascem com um propósito de inovar processos, produtos e serviços por meio do uso de tecnologias como a inteligência artificial

Por outro lado, como todo e qualquer negócio, uma empresa familiar surgiu a partir de um sonho ou necessidade, muitas vezes impulsionado por uma habilidade específica de um familiar. 

Como todo e qualquer negócio, uma empresa familiar visa uma atuação econômica a fim de gerar lucros para os seus detentores. A administração das empresas familiares deve estar atrelada a uma família – em um período de duas gerações, no mínimo. Tal ligação representa influências tanto nas diretrizes do empreendimento quanto nos objetivos e interesses familiares.

Não obstante o agro ser um setor em que a estrutura familiar nos negócios é bastante comum, a sucessão familiar não é um tema tão difundido e, muito menos, planejado por produtores rurais e empresários. 

Por ocasião da sucessão em empresas familiares, talvez seja uma oportunidade de seguir com boas práticas, e por que não uma Startup para incrementar uma sucessão familiar? Algumas dificuldades são específicas desse modelo de negócio, como o planejamento de sucessão. Outras, porém, são desafios mais gerais, algo que se poderia chamar de momentos de virada, etapas na evolução da empresa em que decisões-chave precisam ser tomadas e determinam a direção que o negócio irá seguir.

Uma startup mais convencional procuraria crescer antecipando vendas rapidamente e financiando esse crescimento com elevados níveis de endividamento ou oferecendo participações substanciais para os investidores de capital de risco ou parceiros de negócios. Em tese, empresas familiares poderiam fazer o mesmo, mas esse tipo de negócio costuma crescer mais lentamente, com baixo endividamento. Além disso, muito poucas estão preparadas para oferecer aos parceiros externos a participação que eles exigiriam. Esse problema se torna ainda mais complexo à medida que as gerações vão se sucedendo. Ocorre que muitas empresas estão estabelecidas há longo tempo e têm muitos acionistas da família, muitos dos quais dependem de seus dividendos e se mostram avessos a correr riscos. Nessas circunstâncias, é pouco provável que esses acionistas se disponham ou tenham recursos próprios para reinvestir na empresa. 

E hora de refletirmos: ... O empreendedorismo brasileiro está vivenciando um momento interessante: nunca tivemos tantas novas empresas de tecnologia em ascensão internacional como agora investindo no agronegócio. 

Hoje, o agronegócio é um dos setores que mais se destacam na nossa economia. Assim, contar com empresas que estimulam o desenvolvimento do agro é essencial para que os nossos produtos se destaquem.

A maioria das empresas familiares têm uma aversão instintiva a alavancar seu balanço. Num cenário como esse, levantar um grande montante de capital será sempre um problema, e as opções da empresa ficam limitadas.

As soluções e serviços inovadores que já fazem parte do dia a dia de outros setores da economia estão chegando no campo. Isso é o resultado de uma soma de fatores, dentre eles a sucessão familiar e o aumento de investimentos no setor.

De acordo com pesquisas, a maioria das empresas familiares reconhece que a falta de competências pode ser um problema, e trata a questão trazendo gestores para complementar o corpo gerencial em posições-chave ou mesmo substituir os membros da família. Hoje, se o indivíduo quiser trabalhar no agro, primeiro deve estudar e se capacitar porque a tecnologia chegou e chegou com força.  

Pensando estrategicamente: ... O agronegócio, notoriamente, é o setor de maior destaque na economia brasileira, seja por seu superávit na balança comercial, pela geração de renda ou de empregos no país. Alguns estados se destacam no cenário nacional pela alta competitividade do agro, apresentando grande diversidade de atividades agropecuárias, alto nível tecnológico, alta produtividade agrícola e pecuária e fortes instituições representativas do setor.

No entanto, precisamos contar com novas gerações inseridas no agronegócio. Pessoas que vão movimentar esta máquina de geração de alimentos, emprego e renda no país nas próximas décadas. Jovens que vão assumir o protagonismo e tornar o agronegócio ainda mais tecnificado, dinâmico e competitivo, dando sua forte contribuição para o desenvolvimento sustentável do país. Sendo que a grande maioria desses jovens tem a sua origem em famílias com o pé no agronegócio.

A edição da Radar Agtech Brasil, lançada em maio passado, identificou 78 instituições que investiram e apoiaram o empreendedorismo de startups do setor agropecuário no Brasil, possibilitando o acesso a oportunidades de incubação, aceleração e investimentos. Essa informação é crucial para que as startups consigam obter recursos e capital para atingir suas metas de crescimento. Além disso, foi explicitado quais são as 223 AgTechs nacionais beneficiadas pelas instituições que aportaram recursos financeiros e/ou de gestão, com destaque para a Região Sudeste, sendo que 62% delas estão no estado de São Paulo.

O mapeamento atualizado das startups traz o panorama nacional das empresas de base tecnológica para o agronegócio, contribuindo para dar maior visibilidade ao ecossistema de empreendedorismo e apoiar as políticas públicas. A nova edição apresenta uma análise sobre os efeitos da pandemia nesse mercado.

Chegou o momento da virada! Sucessão é a própria essência do negócio de família é que ele seja passado de uma geração para outra, mas o momento da transição e os anos anteriores a ela podem determinar o sucesso ou o fracasso do negócio. 

De qualquer forma, em momento de profundas mudanças no mercado é necessário que se leve em conta a elaboração de um bom plano na hora de decidir a sucessão! Quem sabe adotar um modelo de negócio com o conceito de uma Startup? 
 

*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 
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