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01/12/2021 às 08h00min - Atualizada em 01/12/2021 às 08h00min

Sinal amarelo na Europa - A economia resistirá à 4ª onda da covid-19

ANTÔNIO CARLOS DE OLIVEIRA
A covid-19 está impondo ao mundo a quarta onda da pandemia, diz a diretora da OMS. Mesmo demonstrando que a vacinação está bem por aqui, ela avalia que os números apresentados na Europa devem servir de alerta para os brasileiros. “Estamos vendo o ressurgimento da pandemia. Nos últimos dias, tivemos mais de 440 mil novos casos confirmados, sem contar que há indícios de subnotificação em vários continentes”, declarou Mariângela Simão, diretora-geral adjunta de acesso a medicamentos e produtos farmacêuticos da OMS. 
 
A diretora ainda considera preocupante o fato de que cada região está lidando com a pandemia de um jeito. Além disso, em muitos lugares a vacinação e a queda nos casos de internação fazem a população relaxar nas boas práticas de prevenção, mas o vírus continua evoluindo e sendo transmitido diariamente. O aumento no número de casos da doença preocupa a Organização Mundial da Saúde, que emitiu um alerta sobre o assunto. A prevenção depende de vacina, mas não podemos abandonar os cuidados básicos.
 
Os novos picos na Europa estão relacionados à abertura e à flexibilização das medidas de distanciamento. “Além da desinformação e das mensagens contraditórias, que são responsáveis por matar pessoas”, pontuou a diretora-geral adjunta da OMS. 
 
Vale destacar a descoberta recente de uma nova variante da covid no sul da África, potencialmente muito mais transmissível que as já conhecidas.
 
O Ministério da Saúde de Israel anunciou na última sexta-feira (26) a detecção de um caso da nova variante do coronavírus descoberta na África do Sul, a B.1.1.529, e bloqueou a entrada de pessoas de sete países africanos.
 
“Trata-se de uma pessoa que veio do Malaui", informou o Ministério, que também analisa outros dois casos de pessoas que chegaram do exterior e estão confinadas.
 
As três pessoas já estavam vacinadas contra a covid-19, informou o Ministério em um comunicado.
 
A África do Sul tem apenas 24% das pessoas vacinadas. “Foram aplicadas mais de 7,5 bilhões de doses.  Epidemiologistas e médicos ouvidos apontam em gráfico que a transmissão da variante que mostra alta velocidade de transmissão, e lembram que isso ocorre em um país com baixo índice de vacinação e não é possível dizer que ele se repetirá no mundo. 
 
A desigualdade é um problema grave, acrescentou a especialista, a má distribuição das vacinas no mundo. Em países de baixa renda, há menos de 5% das pessoas com pelo menos uma aplicação. Entre os fatores que levaram a esses números estão os acordos bilaterais das farmacêuticas com países de alta renda, enquanto deveriam estar privilegiando vacinas para países mais pobres, afinal o vírus não escolhe classe social”, analisou. 
 
Mariângela afirmou que as Américas vêm tendo um comportamento de transmissão comunitária contínua, com ondas repetidas. O Brasil tem a vantagem de ter uma vacinação bem encaminhada, mas os números da Europa devem servir de alerta por aqui.
 
Enquanto isso, o que assistimos na economia aqui no Brasil é a preocupação em discutir sobre eventos como o Réveillon e o Carnaval. É uma condição extremamente propícia para o aumento da transmissão comunitária. Precisamos planejar as ações para 2022.
 
Vamos refletir: O ressurgimento de casos de coronavírus em toda a Europa desperta os temores de que a forte recuperação econômica da região após a pandemia possa ser prejudicada por outro inverno rigoroso.
 
Até agora, a nova onda da covid-19 está tendo apenas um impacto limitado na atividade empresarial nos 19 países da zona do euro. O Índice de Gerentes de Compras da IHS Markit, um indicador-chave da economia, subiu em novembro, após cair para uma baixa de seis meses em outubro, de acordo com dados divulgados no dia 23 de novembro.
 
As expectativas para o futuro estão incertas. A Áustria anunciou na semana passada que vai voltar a um bloqueio nacional. As infecções em alta na Alemanha também geraram dúvidas se a maior economia da região poderia impor novamente restrições mais abrangentes.
 
“Uma expansão mais forte da atividade empresarial no último mês desafiou as expectativas dos economistas de uma desaceleração, mas é improvável que impeça a zona do euro de sofrer um crescimento mais lento no quarto trimestre, especialmente porque o aumento dos casos de coronavírus parece estar prestes a causar novos transtornos à economia em dezembro”, disse Chris Williamson, economista-chefe de negócios da IHS Markit.
 
Por outro lado, a confiança do consumidor na zona do euro caiu de forma acentuada em novembro, de acordo com a Comissão Europeia. A IHS Markit informou que as expectativas das empresas neste mês para a produção econômica futura “se deterioraram para o nível mais baixo desde janeiro”.
 
O economista europeu do Bank of America Ruben Segura-Cayuela , disse que mais dados são necessários para avaliar o que as restrições na Europa podem significar para a economia da região. Ele observou que “com cada onda de infecções por covid-19, o impacto econômico diminuiu à medida que as empresas e os consumidores aprendem a lidar com a situação”.
 
Pensando estrategicamente: “Sabemos que haverá uma reação, só não sabemos se será da mesma magnitude”, disse ele. “Eu diria que, com base no que vimos nos últimos meses, será menor.”
 
A Europa foi atingida de forma particularmente dura pela pandemia em 2020. A produção econômica caiu 6,3% na zona do euro, em comparação com uma queda de 3,4% nos Estados Unidos. No Brasil a queda foi de 4,1% com pandemia, o pior resultado em 24 anos.
 
Mas a região se recuperou nos últimos meses, à medida que as taxas de vacinação aumentaram. O produto interno bruto da zona do euro cresceu 2,2% entre julho e setembro, em relação ao trimestre anterior.
Nitidamente temos sinal amarelo no horizonte econômico na Europa - A economia resistirá à 4ª onda da covid-19.

*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.




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