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30/12/2020 às 08h00min - Atualizada em 30/12/2020 às 08h00min

2020 visto pelo retrovisor da vida!

ANTÔNIO CARLOS

Com o fim de ano chegando, muitas coisas me vêm à cabeça: conseguimos realizar aquilo que nos propusemos? Quando olho pelo retrovisor da vida, é triste dizer que 2020 tenha sido muito mais desafiador do que imaginávamos, mas também logo de cara faço uma constatação: nós, os brasileiros, não somos seres muito chegados a planejamentos. Nos próximos dias, já em 2021, vamos esquecer tudo aquilo que não cumprimos e, com certeza, são muitas as metas que colocamos em nossa listinha de expectativas para 2020 que não foram cumpridas.

Em todo o mundo, investidores continuarão acompanhando com preocupação a rápida expansão do surto de coronavírus e seus impactos na economia. A OMS declarou uma pandemia em março, o que significou que havia uma transmissão recorrente em diferentes partes do mundo e de forma simultânea do vírus. Neste momento, já estamos vivendo a segunda onda de pandemia.

Mundialmente, medidas emergenciais foram sendo anunciadas para evitar que a doença, uma simples gripezinha para alguns, levasse a uma nova recessão econômica, mas ainda permaneceram dúvidas sobre sua eficiência. Enquanto as autoridades norte-americanas procuraram maneiras de lidar com o surto de coronavírus, o governo do presidente Donald Trump anunciou medidas para prevenir-se cortando impostos e destinando recursos em forma de subsídios para as empresas e pessoas em situação de risco. Tudo isso de nada adiantou, pois o país registou, até agora, o maior número de vítimas fatais acometidas pelo ataque do vírus.

Pense comigo, raramente vamos conhecer alguém que saiu para comprar pão na esquina e voltou com um carro novo, justamente pelo longo processo de planejamento que essa compra envolve. Desde a pesquisa do modelo, até as formas de pagamento, quanto dinheiro precisamos juntar para a entrada, qual taxa de juros é melhor... Isso se chama: planejamento! Nesse ano que termina, nada disso foi possível, todos estavam preocupados com a sobrevivência. Estimular o crescimento econômico através das compras de bens duráveis ficou relegado a um segundo plano, gerando uma quebra do PIB mundial como algo nunca visto. E o desemprego continuou em ascendência, atingindo níveis estratosféricos.

As dificuldades políticas do atual governo brasileiro, cada vez mais isolado, podem prejudicar o andamento de reformas necessárias para o crescimento. Então, qual o caminho a ser seguido? É urgente que o governo comece a preparar para o “day after tomorrow” pós-covid, aos moldes do programa Pró-Brasil anunciado recentemente.

Ao longo de nossas vidas passamos por diferentes fases e, muitas vezes, quando insistimos em uma fórmula que não serve mais à nossa evolução, somos surpreendidos por algum fato que nos diz basta e então, somos obrigados a mudar de direção.

O coronavírus chegou dizendo não para todas as nossas certezas de estabilidade, colocou à prova o discurso tecnológico, ágil e humanizado de muitas empresas e nos relembrou que só é possível vencer um desafio quando ele é encarado de frente e dentro das nossas possibilidades.

Vamos refletir: ... quarentena é um período de isolamento e restrição de movimentação de pessoas que foram potencialmente expostas a uma doença contagiosa. O objetivo é, nesse período, determinar se eles se sentem mal ou se desenvolvem sintomas, o que reduz o risco de infectar outras pessoas.

Estudos apontam que as autoridades devem fornecer uma justificativa clara para a quarentena e informações sobre os protocolos, e garantir que suprimentos suficientes sejam fornecidos. Além disso, apelar ao bom senso do público sobre os benefícios da quarentena para a sociedade em geral.

Na China, instituições médicas e universidades abriram plataformas online para fornecer serviços de aconselhamento psicológico a pacientes, familiares e outros afetados pela epidemia.

Gradualmente, as aulas foram suspensas, as empresas reduziram o horário de funcionamento, muitos foram colocados em home-office ou fecharam, os sistemas de transporte público foram paralisados ​​e até o movimento de pessoas nas ruas ficou praticamente proibido em várias cidades do mundo.

A medida mais restritiva foi fechar cidades inteiras em quarentena em massa, enquanto milhares de estrangeiros que retornam aos seus países de origem foram solicitados a se isolarem em suas casas ou em instalações estatais.

A vacina contra o coronavírus é a invenção mais importante e disputada da história recente. Em algum momento, a maioria da população mundial terá acesso a ela. Mas os países que saíram na frente estão levando muita vantagem: suas economias vão se recuperar primeiro, e o poder de fabricar e distribuir a vacina dará a eles força geopolítica sobre os demais. “É uma corrida sem precedentes, desde a escala do investimento até o número de tecnologias e projetos sendo explorados”, diz a epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin de Vacinas, nos EUA. Segundo dados da OMS, há nada menos do que 123 vacinas sendo desenvolvidas, das quais dez já estão sendo testadas em humanos.

O que nos aguarda o amanhã? Nunca pudemos afirmar com muita certeza sobre o que nos espera a seguir, mas em meio às mudanças trazidas com a pandemia do coronavírus, essa pergunta ganhou outra dimensão e relevância. Muitos de nós vivíamos mergulhados em rotinas de compromissos com uma agenda cheia de planos, numa lógica baseada no rendimento e na produtividade, o indivíduo e sua felicidade eram deixados de lado.

Pensando estrategicamente, o ano de 2020 veio até nós de forma questionadora. Todos nós saímos da zona de conforto de alguma forma, aprendendo algo novo, abandonando velhos hábitos. No curto prazo, a cautela continua como componente importante e não existe no horizonte expectativa de melhoria nos cenários esperados.

A cautela nos faz remitir a palavra “cuidado”, que foi usada para se referir à pessoa que trata a outra com cuidado e prudência ou até mesmo que é uma característica pessoal. O termo pode ser associado com prudência e moderação, mas numa situação como essa convém lembrar: criar mais uma virada por meio da reorientação do amadurecimento e da profissionalização. A inovação e a capacidade de adaptarmos em um novo momento serão pontos decisivos para termos um 2021 capaz de puxar a retomada pós-crise.

*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

 

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