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17/05/2017 às 08h55min - Atualizada em 17/05/2017 às 08h55min

Defender o indefensável parece ser a palavra de ordem

O STF e suas missões impossíveis. Será?

Julgamento, uma palavra pesada para muita gente, mas muito necessária no nosso dia a dia. Não falando só em julgar pessoas, ou o que é bom ou ruim, mas julgamento significa que fazemos escolhas o tempo todo, e na orientação em como lidamos com as consequências dessas escolhas. Exemplo disso é encontrar alguém que está acima do peso e alguém em seu peso normal e ideal enquanto comem uma pizza na praça de alimentação de um shopping. Não preciso nem finalizar a ideia aqui, sei que já pensou como a palavra julgamento entraria em ação nesse caso, não é mesmo?

No momento em que vivemos, julgar se tornou uma característica positiva. Moro é considerado o novo Deus. O cara que nos tira da lama da corrupção, que determina o que vai acontecer na vida de quem peca e se lambuza com o dinheiro público. Moro agora separa o joio do trigo, o bem e o mal. Assim como Deus, as decisões de seu representante na terra também são questionadas, e aí, temos então, um Brasil divido, cada um julgando da sua maneira, todo mundo brincando de ser Deus.

Pensando estrategicamente e falando de Brasil, o papel de julgar os crimes que sofremos está divido em muitas mãos. São juízes de cidades pequenas, médias, metrópoles, instituições distintas e também não podemos esquecer do nosso SUPREMO. Que pelo próprio nome já se apresenta como um decisor final, o mais importante e inquestionável Supremo Tribunal Federal. E quando as decisões desse Supremo são, no fundo, verdadeiramente questionáveis?

Vamos começar discutindo como e quais crimes chegam até o Supremo. São tantas respostas e dúvidas...
Mensalão, Lava jato, tráfico, políticos criminosos, falhas na máquina pública, crimes de grande comoção e por aí vai. Uma lista grande de coisas para resolver e que nos parece insolúveis. Muita complexidade, muita informação, muitas testemunhas e no final das contas muito trabalho a fazer. Será que o STF está realmente interessado em resolver estas questões ou a pressão dos brasileiros em levar os casos a última instância os forçou a se posicionar assim?

É fato que o “Zé Ninguém” que roubou o mercadinho da esquina de casa para alimentar a família não terá o luxo de ser julgado da mesma maneira que os políticos que acumulam fortunas na casa dos seis dígitos, provenientes dos impostos sangrados da população. Parece loucura, mas até para se chegar ao Supremo, a coisa precisa ser realmente “cabeluda”.

Cabeluda como a história do argentino Salvador Siciliano, que acusado de sequestrar e assassinar militantes políticos de esquerda entre 1973 e 1975, fugiu de seu país para no final das contas ser julgado no Brasil, como quase inocente, já que foi decido que não será extraditado, e nem preso, se não cometer um crime “ de verdade”.

Por que não falarmos também de tráfico, um crime que custa tantas vidas de jovens, famílias, e de pessoas que também não estão nas comunidades, e que agora por decisão do STF, seus percursores e incentivadores, (para não usar de outras palavras), terão penas mais brandas. Uma escolha de poucas pessoas que representa a realidade de muitas.

Posição política, relações sociais, grupos de interesse, foro privilegiado e várias outras faíscas acabam por botar mais fogo na palha emaranhada de Brasília. E é aí que o grande supremo julga tudo caindo no acaso, defendendo o indefensável.

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