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19/08/2020 às 17h02min - Atualizada em 19/08/2020 às 17h02min

Por que a oscilação na taxa Selic afeta sua vida financeira?

ANTONIO CARLOS DE OLIVEIRA
Anunciada recentemente pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, mais uma redução na taxa básica de juros. A decisão veio de encontro à expectativa do mercado de que a Selic cairia de 2,25% para 2,00% ao ano.

Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, um programa totalmente virtual em que os títulos do Tesouro Nacional são comprados e vendidos diariamente por instituições financeiras.

A Taxa Selic foi criada em 1979, período em que a economia brasileira enfrentava um cenário de hiperinflação. Seu objetivo sempre foi ser uma ferramenta de controle da inflação: qualquer mudança que o Banco Central do Brasil fizer na taxa resultará em uma alta ou queda da inflação. 

O Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, reúne a cada 45 dias para definir se a Taxa Selic aumenta, diminui ou se mantém estável e decide o valor dessa taxa.

Além do Banco Central, apenas instituições financeiras têm autorização para negociar títulos nesse ambiente. Ou seja, pessoas comuns não têm acesso a ele.

Os efeitos da mudança da Selic são sentidos por todos os brasileiros, bancos e até investidores estrangeiros. Basicamente se a taxa Selic diminui, o crédito fica mais acessível, já que os bancos tendem a baixar as taxas de juros.

Os preços podem sofrer leve aumento, provocando alta da inflação, ou tender a baixar ou ficar estáveis, como uma consequência do controle da inflação.

Os juros de crédito, parcelamento e cheque especial ficam mais altos, os rendimentos de investimentos em Renda Fixa ou títulos públicos indexados à Selic aumentam.

Estabelecer novos patamares para essa taxa é uma das ferramentas que o BC usa para controlar a inflação e aproximá-la da meta anual.

As Mudanças na Selic afetam os três principais pilares da vida financeira das pessoas – a inflação, o rendimento de diversos 
investimentos e as taxas de empréstimos, cada um de uma maneira distinta.

Ao baixar a Selic há um estímulo ao consumo que aquece a economia, aumentando a inflação quando ela está abaixo da meta. Já aumentar a Selic causa a desaceleração da economia, o que impede que a inflação fique mais alta.

A taxa Selic baixa reflete no custo dos empréstimos, pois ela é a taxa de juros básica da economia brasileira. Isso significa que todos os bancos se baseiam nela para definir as taxas de juros cobradas por empréstimos para a população.

Quando há uma redução da Selic, os títulos públicos indexados a ela e as aplicações em Renda Fixa passam a oferecer uma remuneração menor – existe uma queda no rendimento, poupança, títulos do Tesouro Direto, CDBs e outros investimentos em Renda Fixa atrelados à Selic ou ao CDI que passam a remunerar menos do que antes pelas aplicações.

Considerando que o objetivo da autoridade monetária ao diminuir a Selic, é fazer mais dinheiro circular e aquecer a economia, podemos dizer que os preços de alimentos e da cesta básica de itens podem aumentar.

Vamos refletir: ... a retração global da economia e o desemprego no Brasil são alguns dos motivos que contribuíram para mais uma queda da Selic, segundo especialistas, tudo isso motivado pela segunda onda da pandemia do coronavírus no mundo.

As mudanças na Taxa Selic acontecem, pois, a economia não é estável – e, por isso, é preciso adequá-la ao cenário para que exista equilíbrio e que possa garantir maior volume de dinheiro em circulando.

Entender a Selic é importante para a economia brasileira, pois, ela afeta seu dinheiro no dia a dia e está ligada aos juros dos títulos públicos que o governo oferece neste sistema.

A Selic serve como uma referência para a economia brasileira, é uma ferramenta utilizada para controlar a inflação do país que pode ser entendida como um indicador da nossa situação econômica vigente.

Pensando estrategicamente: ... considerando que a Taxa Selic tem forte influência sobre a taxa de remuneração de diversos investimentos, qualquer mudança na Selic impacta a rentabilidade dos diversos produtos financeiros. São eles: Títulos do Tesouro Direto (Tesouro Selic); Caderneta de poupança; Investimentos de Renda Fixa.

A relação entre a taxa Selic e o IPCA, que é o índice que aponta a inflação do país, indica se houve variação nos preços de uma série de categorias de bens e serviços importantes no dia a dia das pessoas.  

O IPCA é calculado mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) através de informações obtidas nas principais regiões metropolitanas do país. Apesar de não ser calculado em todo o país, o índice tem abrangência nacional.

Considerando que a taxa Selic é uma ferramenta de controle da inflação, o IPCA e a taxa Selic estão sempre muito próximos. Afinal, qualquer mudança feita na taxa Selic afetará o resultado do IPCA, que afetará sua vida financeira.
 
 


Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

 
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