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01/08/2020 às 17h29min - Atualizada em 01/08/2020 às 17h29min

Agosto, mês com gosto

IARA BERNARDES
Tem aqueles que falam que esse mês é do mau agouro, ou o mês do desgosto. Com seus ventos que levantam poeira e espalham as queimadas, oitavo mês do ano leva essa fama não é de hoje. Na verdade, entre os antigos romanos já se falava de dragões que cuspiam fogo no céu durante o período, porém, os tais dragões, nada mais é que a constelação de Leão que se torna mais evidente no hemisfério norte durante o mês. Além disso, supostamente, agosto é o que tem maior índice de cadelas no cio, deixando os machos loucos “de paixão” e, como consequência, aumento do número de casos de raiva, pois os animais brigam mais na disputa pela pretendente a mãe de seus filhotes, daí veio a expressão “mês do cachorro louco”.

Ainda, podemos citar eventos nacionais que não favorecem a fama desse amontoado de 31 dias: Getúlio Vargas se matou com um tiro no peito em 24 de agosto de 1954; em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros jogou a presidência pelos ares, quando resolveu renunciar ao cargo; e, em 1976, JK, o presidente responsável pela construção de Brasília, morreu em um acidente de carro. Pensa que acabou? Não!!! Falando de eventos internacionais marcantes, podemos citar nada mais, nada menos, que os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, que arrasaram as duas cidades Japonesas, causando a morte de milhares de civis; o Massacre de São Bartolomeu, que matou cerca de 30 mil pessoas na França a mando de Catarina de Médici no famigerado dia 24 – lembra do Getúlio Vargas? -; e foi também em agosto que o famoso Hitler, aquele mesmo, responsável pelo holocausto, assumiu o governo alemão. É... está difícil falar a seu favor, oitavo mês do ano, porque além de tudo isso, podemos colocar na conta a morte de Marilyn Monroe, Elvis Presley e o maluco beleza Raul Seixas.

Mas vamos pensar: para quem chegou até aqui em 2020, não deve acontecer nada pior né?! Melhor nem comentar... Porém, apesar de agosto sempre ter tido uma terrível fama, sempre gostei dele, da incidência do sol, a linda luz que fica no horizonte ao nascer e ao se pôr, as comemorações familiares e o retorno às atividades escolares após o descanso do recesso. Me parece que os ventos chegam trazendo boas energias e arrastando as ruins para longe, os céus se enchem de pipas de todos os tamanhos e cores, as crianças dançam com elas no ar e o vendaval carrega as gargalhadas infantis para longe, levando a alegria pueril para muitos além dos nossos lares. Sem contar que o movimento dos ares bagunça nossos cabelos e arrumam nossa vida, levantam nossas saias e nosso astral.

Além disso, para os católicos da região, é um mês de renovação da fé, em que as estradas ficam cheias de romeiros, com pessoas de diversas cidades se deslocando a Romaria em sinal de devoção à Nossa Senhora do Carmo. São homens, mulheres, jovens e velhos ao caminhar muitos quilômetros para saudar sua padroeira, fazendo uma linda festa que, apesar de católica, encanta a muitos, independente de religião.

Agosto é também o meu mês, aquele escolhido por mim e meu marido para nos unir em matrimônio, e que nos deu nosso caçula tão esperado, além de ser o mês do meu aniversário, no tal dia 24 que, apesar de estar completando 35 anos nesse ano fatigante, e essa data não ter lá muita credibilidade ao redor do mundo, acredito ter bastante para celebrar, principalmente a saúde dos meus amados.

A verdade é que agosto é apenas um mês, com seus 31 dias repletos de desafios para todos nós. Por isso, independente do nome, do excesso de vento, da falta de chuva ou dos dados estatísticos de catástrofes, acidentes e mortes, temos que encarar com os melhores olhos essas 5 semanas por vir, trabalhando para ser e fazer melhor todos os dias, seja no nosso trabalho, nas aulas online dos filhos, no home office e no distanciamento social, pois a energia que implicamos na produção do bem, do justo e do verdadeiro talvez faça com que esse mês de fama ruim possa ser tão lindo para você quanto é para mim.

PS.: Sobre as aulas online, respira e não pira, tente viver a maternidade No Stress porque tudo isso daqui a pouco vai passar.




Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.



 
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