A partida política no Planalto Central segue o roteiro improvável de jogos esportivos onde adversários duvidosos começam a ser protagonistas e craques não se destacam. A semana pelos corredores do poder, em Brasília, está mais uma vez imprevisível.
Em destaque, segue o imbróglio para aprovação controversa da reforma da previdência, que a todo o momento aparece um fato novo. No início da semana, o atônito relator da proposta, deputado Arthur Maia (PPS-BA), tentou negociar a inclusão de uma medida que poderia dar fôlego para a aprovação do texto: inserir os policiais legislativos nas mesmas regras dos demais servidores públicos, que é a exigência de idade mínima de 65 anos no caso de homens e de 62 anos para as mulheres, além de um tempo de contribuição de 25 anos. Porém, os agentes penitenciários querem ser contemplados com a mesma regra, o que vai gerar descontentamento no fechamento da proposta.
Mesmo com outras questões polêmicas sobre o tema em discussão, os líderes partidários pró-governo afirmam que o parecer da proposta deverá ser votado ainda nesta semana, na comissão especial que discute o tema.
Efeito suspensivo
O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma brecha ao acatar o habeas corpus que libertou o ex-ministro José Dirceu. Advogados de outros presos envolvidos em escândalos da Lava-jato já iniciaram os procedimentos que devem levar pedidos de extensão da decisão que libertou Dirceu. Inclusive o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, poderia ser solto pela mesma ação.
Outras reformas
A Comissão Especial da Reforma Política aprovou o primeiro relatório parcial, que trata dos mecanismos de democracia direta, como plebiscito, referendo e projetos de lei de iniciativa popular. Os outros dois relatórios parciais, que abordam temas mais polêmicos, serão analisados nos próximos dias.
Já a reforma trabalhista, aprovada na semana passada pela Câmara, começa a ser analisada no Senado, e promete fortes embates, com possível mudança no texto e viés de desaprovação, o que faria a proposta retornar para discussão junto aos deputados.
Jogador improvável
O também ex-ministro da era Lula, Antônio Palocci, que negocia uma delação premiada que poderia expor as entranhas do sistema bancário e econômico do país, parece ser a carta na manga para que figuras do judiciário paralisem, o que partidários do PT citam, como perseguição aos seus companheiros. A libertação de José Dirceu pareceu ser um sinal disso.
Estatística
Semana passada pesquisas apontaram índice recorde de rejeição ao atual governo federal. O instituto Ipsos revelou que 92% da população sente que o País segue no rumo errado e que 90% da população quer escolher um novo presidente da república via eleições diretas.
Tiago Pegon, uberlandense, residente em Brasília há 7 anos, jornalista há 9 anos, MBA em Marketing Político, trabalhou como repórter político e assessor de comunicação parlamentar.
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