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08/11/2019 às 08h31min - Atualizada em 08/11/2019 às 08h31min

Que lições aprendemos no StartupOn?

MARIANA SEGALA

Uberlândia recebeu, na última sexta-feira (1º), uma nova edição do StartupOn, imersão em inovação e empreendedorismo realizado pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups). Durante um dia inteiro, empreendedores e entusiastas daqui puderam aprender e interagir com algumas das startups mais bem sucedidas do Brasil. A sequência de palestras e mentorias certamente deixou lições importantes para cada participante. Aqui, Victor Eduardo Silva, assistente de negócios do Sebrae, e eu compilamos as que consideramos mais relevantes:

Empreender sozinho é muito mais difícil
Mônica Saccarelli está na sua segunda jornada como empreendedora. Ela foi uma das fundadoras da corretora de valores Rico, vendida em 2017 para a XP Investimentos. No ano passado, entrou de cabeça em um novo projeto: a Diin, uma startup que se propõe a levar educação financeira para o público de baixa renda. Uma das lições que aprendeu nesse tempo, e que deixou aos uberlandenses, diz respeito a uma situação comum para quem começa um novo negócio. “Não empreenda sozinho. Esse é o caminho mais difícil”, sugeriu. Mônica defendeu que ter um sócio é mais do que ter alguém com quem dividir o trabalho. É também contar com um segundo olhar crítico sobre a solução que está sendo desenvolvida. É, ainda, ter a chance de comemorar uma conquista bem acompanhado. Para ela, certas pequenas regras não devem ser esquecidas por nenhum empreendedor: 1) tenha foco e não desperdice tempo, nem esforço; 2) acredite no que faz, mas procure entender os questionamentos que receber – e também se tem uma resposta para eles; 3) teste as possibilidades antes de tomar uma decisão; e principalmente, 4) entenda que ter um bom time facilita superar os desafios.
 
Não se vende mais como se vendia antigamente
Hoje, praticamente todas as informações de que um consumidor precisa para decidir se compra algo ou não estão a uma pesquisa no Google de distância. Foi sobre as mudanças no comportamento de compra – e as consequentes adaptações do processo de venda – que falou Giovanni Del Negro, coordenador de vendas da fintech Creditas, que trabalha com empréstimo com garantia de imóvel, veículo e consignado privado. “As pessoas pensam que vender é só montar um site, abrir a portinha e vender. Na verdade, vender hoje é muito mais sobre pessoas, desde o seu vendedor até a forma como ele entrega o produto para o seu cliente”, disse. Não é uma tarefa simples: basta considerar que, não raro, um cliente potencial pode saber tanto quanto ou até mais do que o próprio vendedor sobre o que quer comprar. A solução, segundo Del Negro, é profissionalizar as vendas, definindo processos com começo, meio e fim. “Use um sistema de gestão de relacionamento com clientes (conhecido pela sigla CRM) para ter a vantagem dos dados a seu lado”. Em um ponto em especial, Del Negro e Roberto Viana, fundador da startup uberlandense Ipê Digital e também palestrante do StartupOn, concordam: a pessoa mais importante para um novo negócio é, sempre, o cliente. “Você precisa escutá-lo e entendê-lo, demonstrando que tipo de transformação seu produto provocará na vida dele”.
 
Três segredos para prosperar: cliente, cliente e cliente
“Cliente” foi provavelmente a palavrava mais repetida em todas as palestras do evento, e não por acaso. A internet fez a balança de poder das relações de consumo pender – finalmente – para o lado dele. Diante do nível de exigência em constante elevação e da facilidade que qualquer um de nós tem para trocar de fornecedor, as empresas têm se preocupado cada vez mais em assegurar que seus clientes sejam bem-sucedidos com suas soluções. Por isso, já não é rara a existência de setores dedicados ao “sucesso do cliente” dentro das companhias. “Se ele estiver feliz, seus resultados serão melhores”, disse Liana Braia Felippe, gerente de sucesso da Sankhya, empresa que desenvolve softwares de gestão em Uberlândia. Mas como fazer disso algo possível? Uma pequena lista de prioridades inclui: 1) gerenciar as expectativas dos clientes; 2) deixar claras quais são as reais responsabilidades da empresa; 3) guiar os clientes pela jornada de uso, indicando como eles podem tirar melhor proveito do seu produto ou serviço; 4) evidenciar os marcos e conquistas, de modo que seja evidente para eles que estão em uma zona de sucesso. “Entenda que seu cliente sempre quer mais. Crie uma relação de confiança para que ele seja fiel à sua marca, compre mais e indique seu negócio”.
 
O poder das conexões
Ecossistemas de inovação não são chamados assim à toa. Eles representam o conjunto de atores e condições presentes em um determinado lugar e que permitem que a inovação aconteça. Representantes do ecossistema de Uberlândia – poder público, universidade, empresas, investidores – discutiram sobre o poder das conexões em diversos momentos ao longo do evento. Juntar em um mesmo ambiente tantos segmentos distintos, mas complementares, provoca uma incrível dinâmica de colaboração. Nas poucas horas em que estivemos presente no StartupOn, vimos novos negócios surgirem na frente dos olhos. Que tenha sido tão inspirador para os empreendedores uberlandenses quanto foi para nós.

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.








 

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