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31/08/2019 às 08h00min - Atualizada em 31/08/2019 às 08h00min

Uberlândia: logística que seduz

ANTONIO CARLOS DE OLIVEIRA

Uberlândia está completando 131 anos de existência e de consolidação do seu título de Capital Nacional da Logística. Terra gentil, a segunda maior cidade de Minas Gerais possui localização privilegiada no mapa: sua malha rodoviária distribui as produções dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e mais Goiânia e Brasília – importantes centros comerciais e econômicos do país.

A centralidade do território uberlandense facilita o escoamento das cargas para as cinco regiões do Brasil. Sua localização melhora a estrutura logística de diversos segmentos interligados pelos modais de transportes, reduzindo os custos de produção e agilizando a entrega das mercadorias aos comerciantes. Por conta disso, Uberlândia tornou-se relevante para a economia brasileira em vários aspectos.

O transporte ferroviário foi o propulsor do crescimento do mercado uberlandense à nível regional e nacional. As estações Uberabinha e Sobradinho, administradas pela Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, viviam abarrotadas de passageiros nos tempos auges do café no Triângulo Mineiro. Com o declínio da produção cafeeira na região, o transporte de passageiros via trem de ferro ficou ocioso e obrigou as estações a diminuírem suas linhas – até extingui-las.

Em 1953, o Grupo Martins, maior empresa atacadista do Brasil, iniciava suas atividades na cidade. Porém, foi a construção de Brasília o ponto de virada para a relevância de Uberlândia no cenário logístico nacional. Devido a sua localização, o município ganhou incentivos públicos e privados para aprimorar seu transporte rodoviário, com melhorias na infraestrutura e nas malhas viárias que interligavam às outras regiões.

Nesse cenário, Uberlândia já abrigava fábricas de cervejas, sapatos, cigarros, ferramentas agrícolas, aparatos para montaria e materiais para construção civil. Para transportar a demanda de mercadorias para outros estados, o município ampliou seus investimentos nas malhas viárias terrestres, principalmente as rodoviárias. Atualmente, além de compor a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), a cidade integra as rotas das rodovias federais BR-050, BR-267, BR-365, BR-452 e BR-497.

Segundo o levantamento do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), feito em 2018, a frota uberlandense é composta por 460.470 veículos, sendo 250.693 automóveis, 16.539 caminhões, 47.761 caminhonetes, 23.047 reboques, 3.106 ônibus, 118.718 motocicletas e 390 tratores. Esse número é expressivo, visto que a população da cidade é de 691.305 habitantes (IBGE).

O transporte público é composto por cinco terminais de ônibus, localizados estrategicamente nos principais bairros. Além do sistema integrado de transporte terrestre de passageiros, Uberlândia possui o terceiro maior aeroporto do estado, com movimento diário de 1,136 passageiros. O aeroporto Tenente Coronel Aviador César Bombonato trabalha em um projeto para a construção de um terminal de cargas, o que ampliará o complexo logístico do município.

Apesar da localização estratégica, Uberlândia fica no interior do país, e não abrange todos os modelos do sistema de transportes, como o hidroviário, por exemplo. Todavia, suas ferrovias, rodovias e aeroporto atendem perfeitamente às necessidades de transporte de cargas e passageiros na região. Com todas as suas vantagens geográficas, Uberlândia precisa se adaptar às novas exigências do mundo globalizado, modernizando a sua logística de transporte.

Alguns esforços já estão encaminhados. O setor atacadista e distribuidor movimenta milhões na economia regional e a manutenção desse resultado depende de uma boa infraestrutura viária de transportes. Como o capital das empresas pertence a grupos locais, investir em melhorias na logística impacta diretamente no desenvolvimento da cidade.

Pensando estrategicamente...  ter uma logística eficiente é fundamental para melhorar o planejamento, a operação e o controle do fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor. Sem a circulação de mercadorias, o sistema econômico não se reproduz e afeta os aspectos urbanísticos e de infraestrutura.

O transporte é o elemento que faz todo o elo da cadeia produtiva. A efetividade dos processos deve ser ágil. A logística é primordial para a redução de custos e elemento decisivo para o aumento da competitividade das atividades desenvolvidas na cidade. Desejo a Uberlândia um feliz aniversário – e décadas de progresso!

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

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