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24/08/2018 às 08h48min - Atualizada em 24/08/2018 às 08h48min

Atraso no pagamento de empréstimos

Recorrer ao empréstimo para quitar dívidas é uma prática comum entre os brasileiros. Apesar de viável em alguns casos, a solução vira problema quando, em vez de reequilibrar a vida financeira do consumidor, se transforma em uma bola de neve que vai desde a negativação do nome até a penhora de bens.

Segundo um levantamento divulgado ontem pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), no último ano, 35% dos entrevistados que fizeram empréstimos ficaram com o nome sujo por atrasar parcelas. Enquanto 20% afirmam ter regularizado a situação, 15% permanecem negativados no mercado.
Ainda de acordo com a pesquisa, atualmente, cada entrevistado possui em média dois empréstimos, sendo que, a maior parte do dinheiro obtido é destinado ao pagamento de dívidas como: outros empréstimos, fatura do cartão de crédito, prestações em atraso e contas em geral.

O risco de inadimplência por parte desse grupo leva bancos e financeiras a desqualificarem grande parte dos pedidos.
Os dados da pesquisa revelam que dos 21% dos entrevistados que solicitaram empréstimos nos últimos meses, apenas 9% conseguiram. Os demais foram rejeitados por restrição em cadastros de proteção ao crédito (45%) ou pelo valor pedido estar acima do permitido pela renda (27%).
 
 POR QUE O BRASILEIRO DEVE TANTO?
 
O principal motivo está no atual cenário econômico que carrega um dos maiores índices de desemprego no país. Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) divulgada pelo IBGE, falta trabalho para 27,6 milhões de brasileiros.
São desempregados endividados que precisam recorrer aos empréstimos para quitar financiamentos e pagar contas básicas como água, luz, energia, etc.
Os dados divulgados no mês de junho pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que em Uberlândia o saldo também é negativo: foram 7.152 admissões e 7.809 desligamentos em abril.
 
 MENOS COMPRADORES

 
A pesquisa realizada pela CDL Uberlândia no mês de junho reforça o peso da inadimplência na região. Com um aumento de 5%, o valor médio da dívida por pessoa é de R$ 677,00.
A última pesquisa de vendas também divulgada pela CDL Uberlândia mostra que, em junho, 17% das empresas já previam queda de até 5% nas vendas.
“Neste cenário, o consumidor precisa redobrar a atenção para equilibrar o orçamento, evitar gastos por impulso e negociar as dívidas para reduzir o pagamento de juros. Para as empresas, uma boa estratégia é oferecer mais opções de produtos, serviços e facilidades aos clientes, como promoções e prazos diferenciados para gerar novos negócios”, conclui a superintendente da CDL Uberlândia, Lécia Queiroz.
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