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17/01/2018 às 16h20min - Atualizada em 17/01/2018 às 16h20min

Escreve quando o sono não vem

Maria Aparecida Rezende Lacerda lança livro e abre exposição de nova fase no Espaço Casa, em Uberlândia

ADREANA OLIVEIRA | EDITORA
Maria Aparecida Rezende Lacerda convive há anos com a insônia e esse é o pano de fundo de seu livro de crônicas / Foto: Divulgação
 
Algo que para você pode ser simples, como se deitar e ter uma boa e tranquila noite de sono está longe da realidade de muita gente. Segundo dados de 2017 da Organização Mundial de Saúde (OMS) 40% dos brasileiros sofre de insônia.

A escritora e também pintora mineira Maria Aparecida Rezende Lacerda está nesse grupo e esse é o tema que permeia seu livro de crônicas que será lançado nesta quinta-feira (18), na Casa - Espaço de Desenvolvimento Humano, em Uberlândia. “Não apague a luz ainda” (Ed. Gryphon, 120 páginas, R$ 30).

Ao todo são 54 textos que se dividem em crônicas, pequenos contos e textos poéticos. “Os três primeiros, remetem diretamente à insônia. Depois, começam os textos relacionados à memória, as reminiscências que me visitam nas noites sem dormir. E vai por aí afora”, comenta a escritora em entrevista ao jornal Diário de Uberlândia.

“Estou muito feliz de estar aqui em Uberlândia, cidade linda que eu aprendi a gostar e ter a oportunidade de poder falar um pouco daquilo que eu amo fazer e que funciona para mim como uma terapia e remédio para enfrentar minhas noites sem sono”, disse ela.

A insônia tem sido uma companheira constante de Maria parecida. Ela não se adaptou aos tratamentos convencionais com medicações e começou a utilizar o tempo de vigília para escrever para e se livrar da ansiedade e angústia normais nestes casos. Mas não foi a insônia, a mola propulsora do seu gosto pela escrita. “Já faço isto há anos. Apenas, troquei o dia pela noite que me proporciona o ambiente ideal para eu escrever com seu silêncio e solidão”, disse a autora que sempre teve paixão por livros.

“Escrevo desde adolescente. Fui daquelas que faziam diário. No colégio, fui incentivada pelos professores de português a  me dedicar à literatura. Minhas redações eram publicadas no jornal do colégio e no da cidade. Adiei por muitos anos a publicação do meu primeiro livro. Mas, no ano passado fiz minha estreia. Tenho um livro de poesias que deverá ser publicado ainda neste ano”, adiantou.

Maria Aparecida nem se lembra quando começou a ter problemas com sono. “Acho que já nasci com insônia”, brinca. “Com a idade, as horas sem dormir foram aumentando. De repente, passei a ficar a noite toda acordada até o dia clarear. E não durmo de dia. Mas, não aconselho ninguém a fazer isso. Continuo tentando encontrar o remédio certo que não me cause efeito colaterais”, explicou.

EXPOSIÇÃO

Além da literatura, a pintura é outra paixão de Maria Aparecida. Nesta quinta, também na Casa, ela abre a exposição “Cores que te quero todas”, que permanecerá em exposição no espaço e mostra uma nova fase da artista.

Ela assina seus quadros como Marla, o conjunto das iniciais de seu nome. “Uberlândia foi escolhida para conhecer a minha nova fase na pintura. São telas abstratas, pintadas na fase de execução do livro. Acho me contagiei com o clima e soltei as asas da imaginação. Deixei de lado o meu lado acadêmico, certinho, pintura de paisagens, natureza morta, casario, coisas no gênero” contou ela que trocou a tinta a óleo pela  acrílica por conta de uma alergia. “ Me aventurei no estilo moderno, no geométrico, no abstrato , digamos ‘normal’”, explicou.

Porém, como pintora, Maria Aparecida sentiu necessidade de fazer novas experimentações. “Só uso pincéis para fazer o fundo, o resto é na base do improviso. O resultado são quadros impossíveis de repetir, copiar. Eles são únicos”, conta ela que, ao contrário da escrita, só pinta durante o dia!

A ARTISTA

Natural de Cataquases, zona da mata mineira, atualmente a autora residente em Juiz de Fora. Vem frequentemente a Uberlândia desde 2009 quando uma de suas filhas mudou-se para a cidade. Hoje já são duas delas que moram aqui e outra em Juiz de Fora.

“Tenho muito orgulho de minha cidade natal principalmente porque percebo que ela se destaca das demais por suas obras de arte, na literatura e no cinema”, disse a escritora.

Maria Aparecida afirma que sempre foi muito muito influenciada por este clima cultural de Cataquases que a acompanha por onde quer que vá.

SERVIÇO

O QUE: lançamento do livro “Não apague a luz ainda” e abertura da exposição “Cores que te quero todas”
QUEM: Maria Aparecida Rezende Lacerda
QUANDO: quinta-feira (18), às 19h30
ONDE: CASA - Espaço de Desenvolvimento Humano (Rua Vigário Dantas, 89, Fundinho)
ENTRADA FRANCA: o livro será vendido no local e haverá sessão de autógrafos
INFORMAÇÕES: 3235-4028
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