A busca por ventiladores e ar-condicionado disparou em Uberlândia, em razão das altas temperaturas registradas nos últimos dias. O Diário realizou uma pesquisa com 18 lojas da cidade, que indicaram um aumento de até 85% na demanda pelos aparelhos.
Segundo a Associação Nacional de Fabricantes (Eletros), a produção de aparelhos de ar-condicionado no Brasil cresceu 83% entre janeiro e julho de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, o Índice de Preços Fipe/Buscapé aponta que os valores desses aparelhos subiram 14,6% no acumulado dos últimos 12 meses até julho deste ano.
O proprietário da Climatizar Uberlândia, Márcio Silva, destacou o aumento contínuo na procura pelos equipamentos. "Essa demanda está crescendo todos os anos. Em 2024, observamos um aumento de cerca de 85% em relação ao ano passado", disse o empresário.
Silva ressaltou ainda que o foco da empresa está sendo atender à manutenção preventiva e corretiva dos aparelhos, além de acompanhar a demanda por novas instalações durante este período de calor intenso.
Além dos climatizadores, a população também busca aparelhos como umidificadores e ventiladores. A proprietária da Cia do Vento, Miriam Rodrigues, também notou um aumento significativo nas vendas. "Nos últimos meses, houve uma grande procura, principalmente pelos modelos de ventiladores de coluna e de teto. As pessoas estão buscando alternativas mais acessíveis para enfrentar o calor", relatou a empresária.
FATORES CLIMÁTICOS
Conforme dito pelo climatologista Paulo Cezar Mendes, a falta de chuvas e a presença do fenômeno El Niño intensificaram o calor na região do Triângulo Mineiro. "A seca, somada à ocorrência do El Niño no começo do ano, retardou o período chuvoso na região centro-sul do Brasil. Isso resultou em um período mais quente e seco do que o habitual no interior do país", afirmou Mendes.
O especialista acrescentou que o aquecimento global também interfere nesse cenário, prolongando os períodos de estiagem e elevando as temperaturas acima da média histórica. De acordo com ele, as queimadas, que este ano atingiram níveis recordes, agravam o problema.
"Além do calor extremo, as queimadas têm batido recordes em 2024, contribuindo para a deterioração da qualidade do ar e a sensação de desconforto térmico", comentou o climatologista, alertando que não há previsão de chuvas para os próximos dias em Uberlândia.
Por fim, o climatologista afirmou que as chuvas mais significativas devem ocorrer a partir da segunda quinzena de outubro, com a chegada da primavera.