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06/08/2024 às 14h04min - Atualizada em 06/08/2024 às 16h05min

Mulher que sequestrou bebê é indiciada por tráfico de pessoas e falsidade ideológica

Segundo a Polícia Civil, Cláudia Soares Ferreira utilizou nome falso e premeditou o crime, simulando uma gravidez e comprando enxoval

REDAÇÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Cláudia Soares Ferreira continua presa preventivamente em um presídio de Itumbiara (GO) l | Foto: Reprodução

A Polícia Civil concluiu a investigação do sequestro de uma recém-nascida no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). A autora Cláudia Soares Ferreira responderá pelos crimes de falsidade ideológica e tráfico de pessoas. A acusada continua presa preventivamente em um presídio de Itumbiara (GO).

O inquérito do caso foi conduzido pela Delegacia da Mulher e a Delegacia de Apuração de Atos Infracionais de Itumbiara em conjunto com a Polícia Civil de Uberlândia. De acordo com os investigadores, Cláudia utilizou nome falso e premeditou o crime, simulando uma gravidez e comprando um enxoval de bebê. 

As investigações apontaram que a médica neurologista e professora universitária entrou no HC-UFU com um nome falso e sequestrou a bebê que havia acabado de nascer. Antes do crime, segundo a Polícia Civil, Cláudia tentou adotar crianças em outros estados, utilizando métodos de fraude e aliciando pessoas vulneráveis. 

Além disso, foi apurado que Cláudia havia obtido aprovação em um cadastro nacional de adoção, utilizando documentação falsa para comprovar sua aptidão psicológica. 

Ao Diário, a defesa da indiciada se pronunciou, afirmando que: “como o processo está em segredo de justiça, a única coisa que podemos falar é que independentemente do teor do indiciamento ou até mesmo de eventual denúncia, acreditamos que a questão será resolvida no incidente de insanidade da acusada que já está em andamento”.

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RELEMBRE O CASO


Na noite do dia 23 de julho, uma bebê recém-nascida foi sequestrada do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). A investigada Cláudia Soares Alves se passou por pediatra, portando jaleco e crachá, e levou a menina da ala de maternidade do hospital.

A bebê foi encontrada e resgatada na manhã do dia 24, em Itumbiara (GO). Segundo informações da Polícia Civil, Cláudia também foi localizada na cidade goiana, onde atua como médica neurologista em um consultório. No carro utilizado pela suspeita, foram encontrados produtos e roupas de bebês. 

A Universidade Federal de Uberlândia confirmou que Cláudia Soares é docente efetiva da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (Famed/UFU). Ela tomou posse no cargo no dia 13 de maio deste ano. A neurologista é formada em Medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro, de Uberaba, e possui título de especialista em Clínica Médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM). No currículo, consta que ela possui título de especialista em Neurologia reconhecido pelo Ministério da Educação.

Na época, o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) emitiu um pronunciamento sobre o caso. Por meio de um vídeo, a gerente de atenção à saúde do hospital, Liliane Passos, informou que foi aberto um processo de apuração de responsabilidade sobre o caso. 

O Ministério Público Federal (MPF) também abriu um procedimento para investigar as medidas de segurança do Hospital de Clínicas. “Foi instaurado um procedimento preparatório civil distribuído dentro do MPF. A princípio, iremos ouvir o diretor do hospital, Dr. Marcos, e buscar o que foi feito e apurado no âmbito interno. A intenção é verificar o que fizeram, qual foi a falha que permitiu que isso acontecesse e as providências que vão adotar para não ocorrer mais”, disse o procurador Cléber Eustáquio. 

 

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