O carroceiro Eurípedes Martins, de 58 anos, foi novamente absolvido da acusação de crimes de homicídio cometidos contra três vítimas, sendo elas Rejane Maria Fonseca, Michele Monteiro Silva e Edma Maria Guedes Batista. Conhecido como o "Maníaco de Araguari", ele já havia sido considerado inocente em outros dois casos que tramitavam na Justiça de Minas Gerais.
O caso de Eurípedes Martins ganhou repercussão nacional entre os anos de 2004 e 2005. Na época, oito mulheres foram encontradas assassinadas de forma misteriosa, algumas teriam sofrido abusos sexuais e foram achadas nuas. As investigações duraram mais de um ano e três pessoas foram presas como suspeitas. Ao final, o Departamento de Homicídios e Crimes Contra a Pessoa de Belo Horizonte, designado para investigar os casos, apontou o carroceiro como autor dos crimes. Os outros foram soltos por falta de provas.
O carroceiro teria confessado os crimes, mas sem dar detalhes da motivação. Conforme as investigações, as vítimas eram atraídas sob a promessa de receberem dinheiro ou drogas e, levadas para matagais nos arredores, eram mortas com crueldade. Uma das linhas de investigações na época apontou que as mortes faziam parte de ritual de magia negra, hipótese descartada pela polícia. Um dos suspeitos, preso por vários dias, era pai de santo num centro de umbanda.
Lara, primeira vítima do suposto maníaco, desapareceu no dia 24 de agosto de 2004, e seu corpo foi encontrado quatro dias depois, num matagal próximo ao bairro de Fátima, seminu e com sinais de violência sexual. Ela era usuária de drogas. A Polícia Civil concluiu que ela e as outras mulheres teriam sido vítimas de um maníaco sexual após o achado dos corpos, um a um num curto espaço de tempo, numa mesma região, e com as características semelhantes.
Eurípedes foi pronunciado em seis dos homicídios e negou participação nos outros dois. Em 2014 ele chegou a ser levado a júri popular pela morte da primeira vítima, mas o julgamento foi suspenso depois de iniciado. A defesa alegou a ausência do exame de sanidade mental do réu. Na época, a tese do defensor era negativa de autoria. Desde então o carroceiro nega os crimes e diz que os confessou sob pressão.
ABSOLVIÇÃO
No dia 11 de julho, o Diário noticiou a absolvição de Eurípedes Martins em um dos casos, após ele ser acusado pelo assassinato das mulheres entre os anos de 2004 e 2005.
A absolvição do réu foi definida por meio de júri popular realizado no Fórum de Uberlândia. Eurípedes foi acusado de matar Amanda Aparecida de Sousa, mediante estrangulamento e golpes de pedras na cabeça, no dia 30 de março de 2005. Na época, a vítima tinha apenas 13 anos de idade e o homem chegou a confessar o crime durante as investigações.
No fim do julgamento, a juíza Danielle Louise Rutkowski Dias considerou que a denúncia do caso era improcedente e absolveu o réu das acusações. “Submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri nesta data, o Conselho de Sentença afirmou, por maioria, a materialidade do delito, e em seguida acatou a tese sustentada em plenário de ausência de autoria e absolveu o acusado. Julgo improcedente a denúncia e, via de consequência, absolvo o Réu Eurípedes Martins, qualificado, nas imputações que foram volvidas”.
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