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21/12/2022 às 09h10min - Atualizada em 21/12/2022 às 09h10min

Verduras e combustíveis puxam inflação de novembro em Uberlândia

Dados do Cepes/UFU apontam que preço do tomate teve alta de quase 40% no último mês

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Grupo de Alimentação registrou uma inflação de 0,25%, puxada pela alta no preço das hortaliças e verduras | Foto: Pixabay

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) referente ao mês de novembro teve uma variação positiva de 0,24%, em Uberlândia. Segundo o Centro de Estudos Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU), o resultado é 0,15 pontos percentuais acima do registrado em outubro. A inflação foi puxada, principalmente, pelos grupos de Transportes e Alimentação. 

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Ainda de acordo com o levantamento do Cepes, o grupo de Transportes teve uma variação de 0,88% no mês de novembro, causada pelo aumento no preço dos combustíveis, que teve uma alta de 3,23% no período.

Já o grupo de Alimentação registrou uma inflação de 0,25%, puxada pela alta no preço das hortaliças e verduras, que tiveram um aumento 6,46% no mês de novembro. O preço do tomate teve uma grande participação na variação, pois registrou um aumento de quase 40% no último mês. 

Os grupos de Despesas Pessoais (0,73%) e Vestuário (0,06%) também influenciaram na variação do IPC em novembro. Já outros cinco grupos pesquisados tiveram recuo nos preços. Habitação teve queda de 0,16%, artigos para residência, 0,18%, educação, 0,18%, comunicação, 0,08%, e saúde e cuidados pessoais, 0,03%.

O coordenador do CEPES/UFU, Henrique Daniel Barros Pereira explica que a variação de novembro foi provocada pelo preço dos combustíveis e alguns alimentos da cesta básica. “O que pressionou foi a gasolina e o grupo de alimentos, muito por conta de produtos sazonais, que são os tubérculos, além da banana e tomate”.

Contudo, Henrique considera que a variação nos preços é baixa, o que demonstra uma estabilidade econômica na cidade. “São taxas muito baixas de inflação. Temos um contexto de estabilidade de preços significativos”. 

BALANÇO 2022
O levantamento do Cepes também aponta que, até agora, o índice de inflação acumulado de 2022 chega a 4,47%. Em relação aos últimos 12 meses, a variação é de 5,16%. 

O economista Henrique Daniel reforçou que a expectativa é que, com os índices atuais, a inflação de 2022 feche abaixo de 5%. “No acumulado do ano, tudo indica que fecharemos com menos de 5%. É bem abaixo do que foi o ano passado, que foi de 8,47%. De certo momento foi esperado, mesmo com alguns eventos que foram acontecendo”.

Ele ainda afirmou que, com a retomada da economia no pós-pandemia de covid-19, era esperado um índice ainda menor de inflação, mas eventos como a guerra na Ucrânia impactaram para um resultado menos favorável.

“Acreditávamos que pudesse ser bem menor, pois se esperava que o mercado já se recuperasse da pandemia. Mas logo teve a guerra da Ucrânia, que deu um choque muito grande e se questionou como seria esse impacto na inflação. No início foi forte, mas foi sendo contornado com a redução dos impostos. E com isso, a expectativa foi um pouco mais baixa. Mas como estava no meio do ano, dava um horizonte sobre a previsão. Está em linha com o que era esperado nos últimos meses”. 

Para 2023, o economista disse que é necessário esperar ver como o novo governo irá administrar a economia para, assim, poder prever um índice de inflação.

CESTA BÁSICA
O Cepes também divulgou o valor da Cesta Básica de Alimentos (CBA) registrado no mês de novembro, em Uberlândia. O gasto médio com a cesta foi de R$ 660,16, um aumento de 4,83% em relação ao mês de outubro. No ano, até o momento, a variação chega a 12,99%. 

“O tomate também foi o que puxou a inflação da cesta básica. Ele é sensível às variações climáticas. O que é diferente um pouco quando vimos o impacto da carne. Mesmo assim, temos algumas variações significativas no ano”, disse Henrique Daniel. 

Em novembro, oito itens apresentaram aumento de preços, sendo que as maiores altas foram registradas no tomate (36,42%), na banana (22,46%) e na batata (7,51%). Dos produtos que tiveram redução de preços, o destaque foi para o leite (-5,37%) e o açúcar (-1,88%).

“O que estamos vendo agora é algo mais pontual, por causas climáticas. Como a cesta básica é composta por alimentos, quando pega em cheio alguns desses alimentos, tem um impacto significativo”, reforçou o economista.

SALÁRIO-MÍNIMO
Com base nas informações coletadas, o Cepes divulgou que o salário-mínimo necessário para a manutenção de uma família seria de R$ 5.546,03. O valor é 21,85% a mais do que o salário-mínimo atual de R$ 1.212.

O cálculo considera os gastos de uma constituída por dois adultos e duas crianças, ou três adultos. O valor da cesta básica, além de outras despesas como educação, saúde, transporte e vestuário, são levados em consideração no cálculo do salário-mínimo ideal. 

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