18/08/2022 às 11h45min - Atualizada em 18/08/2022 às 11h45min
Gaeco prende membros de facção que praticava tortura e execuções em Uberlândia
Força-tarefa investiga pessoas ligadas ao PCC; dois suspeitos ainda estão foragidos
IGOR MARTINS I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Cinco pessoas foram presas em Uberlândia durante a operação "Tribunal do Crime", deflagrada na manhã desta quinta (18) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A força-tarefa investiga uma organização criminosa que promovia os denominados "tribunais do crime". De acordo com as investigações, a facção realizava "julgamentos" com execução de pessoas e prática de tortura na cidade. Na mira, estão membros ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Em entrevista coletiva, o promotor de Justiça Thiago Ferraz afirmou que outros dois envolvidos ainda estão foragidos. Segundo ele, os chamados "tribunais do crime" funcionam como uma espécie de punição e repressão social, fundamentados no extermínio planejado de vidas por conta de "julgamentos" realizados e das sentenças definidas pelos líderes da organização criminosa. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram De acordo com Ferraz, os tribunais do crime agem com violência extrema, realizando torturas, espancamentos e outras formas bárbaras de violência antes das execuções, causando pânico na sociedade em geral. A operação foi deflagrada devido a um crime ocorrido no dia 28 de maio, quando uma vítima foi sequestrada e levada para o Assentamento Maná. Na ocasião, ela foi violentamente espancada e torturada por diversos indivíduos. Além da tortura, a vítima foi ameaçada de execução se não confessasse participar de uma facção rival.
"Algumas facções criminosas trabalham com esse tipo de tribunal. É uma forma de impor medo em pessoas faccionadas e confrontar outras facções. Nós detectamos a existência desse tribunal em Uberlândia e identificamos esse crime específico em maio. A vítima foi sequestrada, torturada e houve até mesmo solicitação de ordem dos superiores para executar essa vítima", disse.
Ainda segundo o promotor, imagens de câmeras de segurança contribuíram para as investigações do crime. Conforme relatado por Thiago Ferraz, a vítima foi espancada e chegou a desmaiar, sendo carregada de um carro para outro. A partir de agora, o Gaeco continua as investigações para averiguar a existência de mais membros da facção criminosa.
"Os investigados foram presos temporariamente por 30 dias, e isso pode ser prorrogado por mais 30. Posteriormente, vamos analisar a possibilidade de decreto de prisão preventiva e a demanda será encaminhada à Justiça. Existem outros tipos de tribunais aqui e vamos analisar os materiais apreendidos e confrontar esses dados", detalhou o promotor. VEJA TAMBÉM:
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