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17/08/2022 às 12h29min - Atualizada em 17/08/2022 às 12h29min

Moradores do Morada Nova, em Uberlândia, reivindicam asfaltamento de ruas do bairro

Estradas de terra dificultam acesso e geram dificuldades a quem reside nos arredores; pavimentação depende de disponibilidade orçamentária, segundo o Município

IGOR MARTINS I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Segundo moradores, apenas 10% das vias do bairro estão asfaltadas I FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Os moradores do bairro Morada Nova, na zona oeste de Uberlândia, têm reclamado da falta de ruas asfaltadas na região. Segundo a população local, o problema persiste há muitos anos e causa diversos transtornos, além das dificuldades diárias para quem precisa acessar as vias, que sofrem constantemente com buracos, lama e poeira.
 
De acordo com a moradora Aparecida Batista Damasceno, 49 anos, a reivindicação pela pavimentação asfáltica no Morada Nova existe desde que ela se mudou para o bairro, ainda em 2016. Apesar dos inúmeros pedidos, a situação, segundo ela, nunca mudou. Ela conta que apenas 10% das vias da região são asfaltadas.
 
Em janeiro de 2018, o Diário
noticiou a mesma reclamação dos habitantes. Na época, a Prefeitura de Uberlândia informou que havia encaminhado ao Ministério das Cidades, em 2012, um pedido de financiamento para a pavimentação do bairro. O repasse, entretanto, não foi feito pelo Governo Federal, segundo o Município.
 
Ainda segundo Aparecida, em outubro de 2013, a Prefeitura, que estava sob a gestão do então prefeito Gilmar Machado, anunciou ter conseguido entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões para que o bairro fosse asfaltado através do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2). Na época, o bairro ainda ficava na zona rural da cidade e a previsão era de que as obras tivessem início no primeiro semestre de 2014, o que não se confirmou.
 
“A realidade no Morada Nova continua do mesmo jeito. Eles só asfaltaram uma parte da avenida Aldo Borges por uma exigência das empresas de transporte público, mas é um trecho que não beneficia totalmente a população. Essa situação atrapalha muito a vida dos moradores, é um transtorno muito grande para quem mora aqui”, disse dona Aparecida.
 
Além da dificuldade de acessar o bairro, segundo a moradora ouvida pelo Diário, as estradas de terra do Morada Nova causam uma série de problemas respiratórios a quem reside na zona oeste da cidade. De acordo com ela, se está seco, a poeira sobe. Nas épocas de chuva, por outro lado, as vias alagam e geram muita lama e barro.
 
“A gente não consegue pegar um ônibus direito aqui. Não dá para colocar uma roupa clara porque a poeira não deixa. Se a gente precisa pedir uma corrida de aplicativo, é difícil, porque eles não chegam até aqui porque não tem asfalto. Ninguém quer investir em um bairro desse jeito. A gente faz um apelo ao Município, para que eles tenham consciência. A gente paga imposto, gera renda para a Prefeitura. É preciso criar um projeto e olhar para o nosso bairro, aqui tem pessoas normais, é uma falta de respeito”, reclamou Aparecida.


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ZONA URBANA
O empreendedor Luís Augusto Alves mora no Morada Nova desde 1993. Em conversa com a reportagem, ele reclamou da falta de atenção à região e citou a criação de um projeto de lei, sancionado em dezembro de 2014, que delimitou e denominou o bairro a área urbana de Uberlândia.
 
De acordo com a lei 12.056, o bairro Morada Nova compreende a área territorial da parte 2 do Distrito de Miraporanga, com início no cruzamento da alameda dos Bem-Te-Vis com a avenida Aldo Borges Leão, seguindo até a rua Joaquina Meireles de Rocha. A legislação também oficializou todos os nomes das vias públicas e logradouros compreendidos no perímetro.
 
Apesar de passar a integrar a zona urbana da cidade, Luís Augusto Alves conta que o Morada Nova ainda é tratado como uma área de zona rural de Uberlândia, sendo classificado como um espaço de “sítio de recreios”, áreas destinadas ao uso habitacional com baixa densidade populacional.
 
“Nós já reivindicamos a pavimentação várias vezes, mas nada foi resolvido. É uma tristeza enorme, porque vamos passar mais temporadas de seca e chuva sem nenhuma esperança de asfaltamento no Morada Nova. Em 2014, a lei permitiu a implementação de infraestrutura no bairro, mas há falta de interesse político de melhorar o nosso bairro”, detalhou Alves.
 
Luís, que também é conselheiro de saúde, conta que os problemas ocasionados pela poeira do bairro impactam diretamente a população que reside nos arredores. Segundo ele, cerca de 7 mil pessoas têm registro na Unidade Básica de Saúde Familiar (UBSF) Morada Nova, mas a estimativa é de que 11 mil pessoas vivam no bairro atualmente.
 
Além disso, a falta de pavimentação asfáltica causa acidentes de trânsito com frequência no local. “O asfalto na avenida Aldo Borges Leão não resolveu nada e não melhorou a vida de ninguém. É uma parte perigosa onde ocorrem vários acidentes. Ali, já morreram três pessoas atropeladas e já tivemos acidentes de moto”, disse.
 
Nessa época do ano, a poeira é insuportável. Isso causa muitas doenças respiratórias e o que a gente também nota são doenças de pele. Quando chove, é barro e buraco, as pessoas ficam ilhadas, a coleta de lixo não chega, o transporte escolar não chega”, contou o empreendedor.
 
ESCLARECIMENTO
O Diário de Uberlândia procurou a Prefeitura de Uberlândia questionando sobre a situação do bairro e as reclamações citadas pelos moradores. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Obras informou que, no momento, está realizando a obra de duplicação da avenida Aldo Borges Leão, no trecho do bairro Morada Nova. Disse também que a pavimentação das demais vias depende da disponibilidade orçamentária da Prefeitura.
 
A nota diz ainda que a secretaria “promove serviços de patrolamento nas vias do Morada Nova para manutenção de boas condições de acesso e trafegabilidade da população e que, nos próximos dias, um técnico da pasta visitará o local para avaliar a necessidade de novos patrolamentos”.

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