Dmae aponta que aumento do índice se dá, em sua maioria, pelo uso inconsciente da água pela população uberlandense | Foto: PMU/DivulgaçãoEm Uberlândia, o consumo médio diário de água per capita nos primeiros sete meses de 2022 superou o total dos últimos dois anos, segundo dados Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). Entre janeiro e julho deste ano, a média de consumo por pessoa na cidade foi de 257,06 litros, sendo 5,20% maior do que o volume em todo o ano de 2020 e 1,67% a mais do que em 2021.
De acordo com a autarquia, o cálculo do consumo médio per capita em Uberlândia é realizado com base em uma população estimada do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 706 mil habitantes. Além disso, o levantamento também leva em consideração a média de volume de água distribuída entre os meses do ano.
Na comparação dos últimos dois anos e sete meses, o período de 2020 foi o que apresentou menores índices no consumo médio de água diário. No ano em questão, em média, 244,35 litros foram consumidos, sendo que o mês com a maior taxa contabilizada foi o de outubro, com 265,78 litros.
Já no ano passado, a média de consumo de água diário em Uberlândia subiu para 252,82 litros. Os meses com maiores índices contabilizados foram setembro (272,28), outubro (258,73) e maio (257,23). Por outro lado, os períodos com menos consumo per capita de água foram fevereiro (239,59), março (240,95) e janeiro (246,47).
Os sete primeiros meses de 2022 atingiram um consumo médio diário de 257,06 litros diários em Uberlândia, com as maiores taxas registradas em abril (261,93) e julho (261,10). De acordo com o diretor-geral do Dmae, Adicionaldo dos Reis Cardoso, o aumento do índice se dá, em sua maioria, pelo uso inconsciente da água pela população uberlandense.
O uso diário de água preconizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) é de 110 litros. Dessa forma, o consumo na cidade é praticamente 133% maior do que o recomendado. O número, na visão do diretor-geral do Dmae, é preocupante, uma vez que representa mais do que o dobro estipulado pela entidade.
“É complicado, a gente espera que a população possa nos ajudar e não desperdiçar água, consumir de forma consciente e não gastar além do que é necessário. O consumo aumentou neste ano e estamos em um período com baixa umidade do ar, há a percepção de que as pessoas gastam mais água, tomam mais banhos, então há uma série de coisas nesse sentido que contribuem para essa elevação”, disse.
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Conforme relatado por Adicionaldo, é importante manter cuidados com o consumo diário de água. Segundo ele, ações simples como reduzir o tempo de banho, fechar a torneira enquanto escova os dentes e ensaboar todas as louças sujas para depois ligar a torneira e enxaguar os utensílios já fazem uma grande diferença para um uso mais consciente do recurso.
Outras dicas do Dmae que podem contribuir para a queda no consumo diário de água são reutilizar a água da máquina de lavar roupas para limpar o quintal ou o carro, corrigir vazamentos dentro de casa, não deixar alimentos descongelando sob a água corrente e, principalmente, abolir a mangueira para varrer a calçada.
“Muitas pessoas varrem a calçada com mangueiras, isso é complexo. O tempo está mais seco, as plantas secam e as pessoas usam muita água para lavar o jardim. Não pode ficar lavando o carro com a mangueira aberta, a população precisa fazer o uso da água com mais zelo. Um banho que poderia ser de cinco minutos, a pessoa toma em 10. A percepção é de que a população faz um uso irracional da água”, detalhou Adicionaldo dos Reis Cardoso.
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Apesar do tempo seco e do período sem chuvas frequente do inverno, Adicionaldo dos Reis afirmou que o abastecimento de água pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto segue em bom nível. Atualmente, Uberlândia conta com três sistemas de captação diferentes, sendo o Bom Jardim, Sucupira e Capim Branco.
À reportagem do Diário, o diretor-geral do Dmae falou que a produção atual dos sistemas é suficiente para abastecer uma cidade de até 1,5 milhão de habitantes. Na última semana, os canais de captação Bom Jardim e Sucupira operaram com 3,02 metros e 2,80 metros, respectivamente.
“Mesmo com tudo isso, o Dmae possui certa tranquilidade na produção de água, mas não podemos abaixar a guarda e precisamos preservar esse bem que é a água. Hoje, o sistema Capim Branco está interligado ao sistema de captação do Sucupira. Quando todos estiverem interligados, ficaremos ainda mais tranquilizados”, disse.
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