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23/07/2022 às 13h00min - Atualizada em 23/07/2022 às 13h00min

Eleições 2022: mulheres representam mais de 53% do eleitorado de Uberlândia

Número de eleitoras com 16 e 17 anos cresceu 654% nos últimos dois anos; ao todo, a cidade tem 514.413 pessoas aptas a votar

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
A faixa etária entre 21 e 74 anos de idade representa o maior número de eleitoras do município | Foto: Agência Brasil

Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a cidade de Uberlândia tem 514.413 eleitores aptos a participar das Eleições 2022, quase 6% a mais do que no pleito de 2020. Representando 53,63% do eleitorado municipal, o número de mulheres interessadas em expressar a opinião política vem crescendo a cada ano no município. 

Desde 2012, a quantidade de eleitoras em Uberlândia cresceu 18,34%, passando de 233.115 para 275.886. Em relação ao número de homens, o aumento foi menor, cerca de 12%. 

Ainda de acordo com os dados do TSE, a faixa etária entre 21 e 74 anos de idade representa o maior número de eleitoras do município. Das 275.878 mulheres aptas a votarem na cidade, 247.825 têm entre 21 e 74 anos.

Segundo o doutor e professor de Direito Constitucional da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Alexandre Walmott Borges, esse crescimento acompanha uma tendência nacional. “O primeiro elemento a ser colocado é o próprio envelhecimento da população em geral. Vemos um crescimento do eleitorado mais idoso e isso leva ao aumento das eleitoras, até por uma razão relativamente simples, a expectativa de vida das mulheres é mais alta que a dos homens”.

Outro fator, segundo Alexandre, está no aumento da escolaridade média das mulheres. Segundo estimativas do TSE, 30,9% das eleitoras de Uberlândia possuem o ensino médio completo, enquanto 20,57% têm superior completo, seguido por 17,91% que têm o fundamental incompleto.

“Há uma tendência, detectada por algumas pesquisas, de que maior escolaridade leva a um maior índice de participação política. Nesse caso temos que entender que a essência da participação política é, justamente, por alistamento”. 

O professor também aponta a maior participação das mulheres no mercado de trabalho como fator para maior interesse feminino nas eleições. “As pesquisas indicam, também, que o índice de participação política de quem faz parte da população economicamente ativa é maior. Isso também sugere, ou indica, o porquê do aumento das eleitoras”.

VOTO FACULTATIVO
Dos dados disponibilizados pelo TSE, o número de eleitoras com idade entre 16 e 17 anos, idades em que o voto é facultativo, subiu 654,76% entre as eleições de 2020 e 2022, passando de 409 para 3.087.

“A eleição deste ano parece ter despertado algumas preocupações em uma boa parte dos grupos para marcar sua posição no processo eleitoral. Eu acho que temos que ponderar da seguinte maneira: a eleição de 2018 foi contaminada por um espírito de antipolítica e de descrédito do sistema político. Me parece que essa de 2022 é justamente uma recuperação desse sistema político, uma ideia de que pode oferecer soluções e, obviamente, que essas eleitoras querem participar desse processo”, explicou Alexandre Walmott, que reforçou a importância da campanha do TSE para engajar os jovens a participarem do pleito.

POUCA REPRESENTATIVIDADE
Mesmo sendo maioria dos eleitores, as mulheres ainda têm pouca representatividade política. E Alexandre Walmott se diz favorável a instrumentos que fomentem a participação feminina nos pleitos. 

“Sou simpático e favorável ao desenvolvimento e melhoramento de instrumentos que permitam uma política de afirmação constante dessa participação das mulheres. Óbvio que não acredito que isso vá mudar só agora em 2022, mas progressivamente os instrumentos garantindo um número de candidaturas e isso possibilita dar mais oferta para o eleitorado feminino”. 

E os candidatos que não conseguirem adaptar propostas destinadas às mulheres e jovens, terão dificuldades em conseguir se eleger, segundo o Alexandre Walmott. “Quando você olha as pesquisas eleitorais, acaba vendo que, por exemplo, um candidato que tem dificuldade de comunicação, de contato com esses valores, com essas demandas do eleitorado feminino e jovem, é um candidato que terá muitas dificuldades no sucesso no seu pleito e pretensão. É inegável que as campanhas, os projetos e demandas do eleitorado são marcadas por esse perfil”.


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