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03/07/2022 às 13h00min - Atualizada em 03/07/2022 às 13h00min

Em cinco meses, preço do leite sobe quase 20% em Uberlândia

Preço médio do produto passou de R$ 4,03 para R$ 4,82; aumento afeta famílias e empresários da cidade

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Em dois anos, entre 2020 e 2022, preço do leite subiu 40% na cidade | Foto: Agência Brasil
A inflação dos alimentos da cesta básica tem afetado a população nos últimos meses e o aumento no preço do leite não passou despercebido pelos consumidores. Segundo dados do Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais (Cepes), vinculado à Universidade Federal de Uberlândia (UFU), de janeiro a maio deste ano, o valor do litro do leite subiu quase 20%. Já em dois anos, entre 2020 e 2022, o aumento foi de 40%. 

Ainda de acordo com o Cepes, no início do ano o leite era encontrado por R$ 4,03 e até o fim do mês de maio o preço médio subiu para R$ 4,82 o litro. O aumento significativo acaba impactando o orçamento de famílias e empresas que utilizam o produto para consumo ou para produção de outros alimentos. 

Denize Alves Nepomuceno, que está desempregada, contou que o consumo mensal precisou ser reduzido em casa. Ela  tem duas filhas de sete anos e, por mês, eram gastos 24 litros. Agora, com a elevação no preço, Denize consegue comprar apenas quatro litros de leite a cada 15 dias. 

“Tivemos que reduzir e, muitas vezes, ficamos sem comprar. A solução foi intercalar com chá. Mas elas gostam muito de leite com chocolate e sentem falta”.

Além do leite, os derivados também tiveram o consumo reduzido na casa de Denize. “Eu gosto muito da muçarela e não estou comprando também. As vezes compro 200g, mas é pouco e acaba rápido. Está subindo bastante. Eu trabalhava com salgados e hoje não estou mais. Não tem condições de continuar com o preços dos produtos”. 

A confeiteira Daniella Lacerda Silva Brant também sentiu o impacto do aumento no preço do leite e derivados. Segundo ela, para a fabricação de bolos e doces, o consumo de laticínios é muito alto e os reflexos são negativos. 

“Teve um aumento grande do leite, mas de todos os derivados, como leite ninho, leite em pó, leite condensado e o creme de leite. Mas o absurdo mesmo é o leite. Subiu muito mesmo. Ontem, em um estabelecimento perto da minha casa, paguei R$ 76,98 na caixa de leite. E foi da marca mais barata, pois as outras eram bem mais caras. Subiu tudo”.

Daniella disse que chega a utilizar uma caixa com 12 unidades de 1 litro a cada três dias, ou seja, 30 litros de leite por semana.   

“Pelo valor que estamos pagando, sempre tentamos conversar com os clientes para ficarmos na margem de lucro. Fazemos uma pesquisa de mercado, com vizinhos, com pessoas do mesmo nicho, e chegamos num ponto final onde precisamos aumentar o preço do produto final”.

Contudo, o aumento no valor do produto final tem afetado o faturamento da empresária. A confeiteira calcula uma redução de 20% nos pedidos devido ao reajuste dos bolos e doces.

“A gente sente a queda. Mas vemos que todo lugar aumentou. Alguns clientes entendem, outros não. Antes era para estar com muitas encomendas de bolos. Essa semana tenho dois bolos. Foi assim na semana passada. Temos que estar indo atrás do cliente, ao invés de o cliente vir até nós”, finalizou. 


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