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17/06/2022 às 15h44min - Atualizada em 17/06/2022 às 15h44min

Operadores de drone em evento pró-Lula e Kalil têm outras passagens pelo sistema prisional

Dois dos envolvidos na ação já estiveram presos em Uberlândia, um deles por envolvimento em crime de estelionato

DHIEGO BORGES I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Trio utilizou substância chamada Target, que é feita para atrair moscas e têm cheiro desagradável I Foto: SÍLVIO AZEVEDO
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) confirmou nesta sexta (17) que dois dos operadores de drone envolvidos na ocorrência policial registrada durante o ato político realizado em Uberlândia nesta semana, pelo Partido dos Trabalhadores (PT), têm passagem anterior pelo sistema prisional, sendo que um deles já foi condenado por envolvimento em crime de estelionato.  

Na última quarta (15), durante o ato que marcou o lançamento da pré-candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) ao governo do estado, Rodrigo Luiz Parreira, Daniel Rodrigues de Oliveira e Charles Wendel Oliveira Souza utilizaram um drone para jogar uma substância química nos participantes do evento, realizado no Centro Universitário do Triângulo (Unitri). O ato político também contou com a presença do ex-presidente Lula (PT) e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB).

Os três autores da ação foram localizados e presos momentos depois pela Polícia Militar. Conforme a Sejusp, um dos envolvidos, Daniel Rodrigues de Oliveira, já havia permanecido preso por três dias em 2017, entre 1º e 3 de junho, na penitenciária de Uberlândia. O motivo que levou à detenção não foi informado pelas autoridades. 

O segundo envolvido é Rodrigo Luiz Parreira, que permaneceu detido duas vezes, sendo a primeira por um período de três meses em 2015, e por outros dois meses em 2020, com passagens pelo presídio de Uberlândia e de Tupaciguara. Ainda segundo a Secretaria, Rodrigo também cumpriu prisão domiciliar de maio a agosto de 2020, com uso de tornozeleira eletrônica.

 

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De acordo com uma apuração feita pelo Diário, entre 2014 e 2015, Rodrigo Parreira esteve envolvido com um grupo criminoso condenado por estelionato relacionado a desvio de carga e falsa comunicação de crime. Segundo as investigações, a quadrilha foi denunciada por desviar uma carga de algodão de uma empresa do estado de Mato Grosso (MT).
 
O grupo desligava os rastreadores dos veículos e logo em seguida denunciava o fato às autoridades como roubo. Rodrigo seria o responsável por intermediar a venda da carga desviada. No processo, Parreira foi condenado a dois anos e seis meses de prisão, além do pagamento de multa. No entanto, a pena, por ser inferior a quatro anos, foi convertida para regime aberto, com pena restritiva de direito, o que implica em sanções como prestação de serviço à comunidade e limitação de fim de semana.
 
O terceiro envolvido na ação com drones no ato político pró-Lula é Charles Wendel Oliveira Souza. Este não possui registros de passagens pelo sistema prisional. O Diário procurou também a Polícia Militar para apurar se os três possuem outros registros pelo sistema da PM, mas até a publicação desta matéria não houve retorno.
 
VÍDEO MOSTRA A AÇÃO
Um vídeo que circula pelas redes sociais e que foi recebido pelo Diário mostra o trio conduzindo o drone no evento da última quarta (15). Um dos envolvidos orienta o colega “joga em cima do palco” e pergunta: “será que tem muito ainda?”. O que conduz o equipamento responde: “tem, só jogou dois litros só”.  
 
CONFIRA NO VÍDEO:



 
Segundo os policiais, os três foram encontrados em uma caminhonete próximo ao local do ocorrido. No interior do veículo foram localizados o drone utilizado e uma certa quantia em dinheiro.

“Eles utilizaram uma substância chamada Target, que é feita para atrair moscas e tem um cheiro desagradável, semelhante com resíduos de lixo”, explicou o tenente da Polícia Militar.

Ainda de acordo com o tenente, a motivação teria sido por questões políticas. “Um dos envolvidos, que estava pilotando o drone, disse que estava inconformado com o evento”, complementou.

O trio deve ser denunciado por injúria contra a população que estava presente no evento e por não ter autorização para pilotar o drone. Eles foram encaminhados para a Delegacia de Plantão da Polícia Civil, onde assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), sendo liberados em seguida.

O Diário de Uberlândia não conseguiu contato com a defesa dos envolvidos.

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