Cerca de 16% do faturamento do restaurante Akkar vem de ferramentas próprias | Foto: Divulgação
Durante a pandemia da covid-19, bares e restaurantes de Uberlândia apostaram no delivery como uma forma de garantir o faturamento e manter o funcionamento. No início, os estabelecimentos aderiram às plataformas tradicionais de entregas, como iFood e Uber Eats. Contudo, as altas taxas cobradas pelos aplicativos fizeram com que os empresários investissem em plataformas próprias para diminuir os gastos, aumentar a receita e continuar oferecendo o serviço aos clientes.
O Akkar, tradicional restaurante de comida árabe em Uberlândia, implantou o serviço de delivery em 1994 e com o passar dos anos foi aprimorando o serviço de entrega. De acordo com o proprietário, Roberto Yunes Makhoul, inicialmente, os pedidos eram feitos por ligações. Atualmente, o estabelecimento conta com um site e aplicativo próprio.
Segundo Roberto, o serviço de entregas do Akkar traz mais lucros do que os aplicativos tradicionais. “Cerca de 16% do faturamento vem de ferramentas próprias, como site, aplicativo e telefone, enquanto o iFood representa 11%”.
Para o comerciante, as ferramentas próprias oferecem muitas vantagens tanto para o cliente quanto para o restaurante. “A gente utiliza estratégias de propaganda, como taxa de entrega grátis e descontos. Quase tudo somente no nosso aplicativo. A maioria das promoções não estão no iFood”.
Por fim, Roberto disse que, mesmo com um desempenho melhor no aplicativo do restaurante, o Akkar permanece com um perfil no Ifood por questões de mercado. “Mantivemos pelo apelo do público. O iFood tem mais recursos para divulgar. Se eu for gastar para divulgar o aplicativo, o custo é alto. Se eu não estiver lá dentro, meu concorrente está. É uma opção para abrir novos mercados”.
O Gleiston Pereira Silva é proprietário do restaurante Tô na Brasa e lançou o aplicativo próprio do estabelecimento há cerca de um ano. Nesse tempo, ele já percebeu como a alternativa tem dado resultados. “A função principal é atrair as vendas dos aplicativos tradicionais para o do restaurante, melhorando a lucratividade da empresa. No primeiro ano, 15% do meu faturamento veio do aplicativo”.
A expectativa de Gleiston é que, futuramente, mais da metade do faturamento venha do aplicativo próprio. Para ele, entre as desvantagens das plataformas tradicionais, está a diferenciação de preço e a taxa cobrada pelo app, que pode variar de 16% a 26%, dependendo do contrato.
“O preço dentro desses aplicativos é maior, porque precisamos embutir as taxas cobradas nos preços dos produtos. No meu app o valor é diferente, é o valor real do produtos”.
Para manter o aplicativo do restaurante, Gleiston investe R$ 3,7 mil anuais. “Compensa porque hoje dou mais de R$ 20 mil mensal para o Ifood. A fatia que eles têm é muito grande”, concluiu.