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01/05/2022 às 11h00min - Atualizada em 01/05/2022 às 11h00min

Após “parada obrigatória”, setor de eventos volta a ficar aquecido em Uberlândia

Empresários ouvidos pelo Diário comemoram retorno da procura por festas, formaturas e casamentos

SÍLVIO AZEVEDO/DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Espaços alugados para realização de casamentos e outras festividades voltam a registrar procura I Foto: DIVULGAÇÃO/THIAGO MESQUITA
Após dois anos contabilizando prejuízos por conta da suspensão de atividades em detrimento da pandemia, o setor de eventos começou a sentir sinais de recuperação. Com a flexibilização das medidas sanitárias em Uberlândia, empresas que atuam no ramo comemoram o reaquecimento do segmento no município.  
 
É o que aponta o proprietário da RC Buffet e Decoração, que realiza, em média, dois eventos por fim de semana. Para o empresário José Carlos Lucas de Oliveira, o pós-pandemia está sendo bastante movimentado. “A procura está sendo maior. O povo está confiante, com iniciativa de fazer eventos maiores. Antes eram os casamentos com 20, 30 pessoas, que era o que poderia fazer dentro do protocolo do Ministério da Saúde. Só que agora foi liberado pra fazer com 200, 300. Nem máscara precisa mais. Com isso o movimento melhorou bastante”, afirmou.
 
A retomada se deu principalmente com a remarcação de eventos que foram adiados por conta da crise causada pela covid-19. A grande procura gerou lotação das datas no buffet de José Carlos. “Na verdade, a gente já tinha sido contratado, boa parte das empresas já tinha recebido uma parte do evento e mudou de data. A consequência foi que o evento que já era para ter sido feito, foi adiado para seis meses para frente”, destacou.
 
O empresário ouvido pelo Diário afirmou ainda que tem uma margem de 30% em cima do valor de contrato, mas sabe que o índice é muito distante da realidade. “Muitos contratantes não tiveram um reajuste na renda de 30%. Temos que ser justos e o contratante também. Tem muita empresa que está fazendo o evento para não dar problema, para não queimar o filme. Fazemos por obrigação e cumprimos com o compromisso”.
 
A empresária Camila Pimentel Sátiro, proprietária da Santos Sátiro e Vilela Arantes Chácara e Salão para Eventos, no Morada Nova, também destaca a retomada do crescimento no setor. Em entrevista ao Diário, ela contou que a empresa já tem datas fechadas para os próximos dois meses.
 
“Estamos passando por um momento de grande procura. Não estamos atendendo somente as remarcações da pandemia, mas também aquelas que aguardavam ela terminar e estamos fazendo as locações. Estamos nos próximos dois meses com datas fechadas, principalmente no final de semana”.
 
Mesmo assim, entre os eventos fechados para o espaço, somente 30% são de remarcações, enquanto 70% são de novos contratos. “Somente a partir de julho para atender a demanda de outros eventos”, disse Camila.
 
Para a maior parte dessas remarcações de locações, Camila optou por não fazer reajuste. O valor só é acrescido para clientes que querem aumentar a quantidade de convidados, baseado na questão da inflação. “Esses reajustes se aplicam bastante em relação a buffet. Ai não tem como. Tivemos um aumento de 30% em média nos itens da cesta básica. Mas, por lei, para um reequilíbrio econômico pudemos reajustar em até 25%, o máximo que conseguimos negociar com o cliente. O cliente que reclama, damos a opção de diminuir convidado. Assim, conseguimos chegar um preço abaixo, mas muitos estão entendendo a situação”, contou.
 
Mesmo com a crise econômica pela qual o país passa e a população com poder de compra reduzido, Camila acredita que o crescimento no setor é real. “Por mais que estejamos com um poder de compra menor, acredito que estamos tendo uma relevância do que havia antes da pandemia, até porque as pessoas não veem mais a confraternização como gasto, mas como um momento único para reunir pessoas. Ainda mais depois de tanto tempo”, complementou.


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VESTIDOS
Além de buffets e espaços para realização de festas, outro segmento da área eventos tem sentido o momento favorável para os negócios. Na empresa de locação de vestidos “Achei meu Look”, a proprietária Ana Luiza Ferreira Silva afirma que a retomada deve favorecer a empresa até, pelo menos, o fim de 2022.
 
“Houve um crescimento de faturamento em torno de 40% em relação ao período antes da pandemia. Deu uma aumentada na realização dos eventos e acredito que, até o final do ano, vamos viver esse boom no setor”.
 
Com o aumento na procura por vestidos de festa, Ana Luiza teve que, inclusive, contratar uma vendedora para ajudar no atendimento e não perder clientes. “Eu faço de tudo para não dispensar uma locação. Mas, por exemplo, tenho vestidos que não tem mais datas disponíveis. Então eu contratei uma segunda atendente vendedora para buscar sempre apresentar outros modelos. Mas, claro, que tem dias que a loja fica muito cheia, as pessoas não têm tempo de esperar e vão embora”, contou.
 
Segundo a empresária, são alugados em torno de 60 a 70 vestidos por final de semana. “Muitas formaturas e casamentos estão acontecendo ao mesmo tempo. Claro que muitos desistiram de casar, cancelaram formaturas porque não queriam esperar ou foi decisão da própria comissão, mas tem muita gente que aguardou a pandemia passar para poder comemorar”.
 
Embora perceba o crescimento sazonal, Ana Luiza acredita que a recuperação completa do período sem festas deve demorar um pouco mais. “Esse ano ainda não, mas se continuar assim, provavelmente até o ano que vem, sim”.      

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