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18/04/2022 às 10h30min - Atualizada em 18/04/2022 às 10h30min

Cientista em Uberlândia desenvolve método para facilitar diagnóstico e tratamento da hepatite C

Estudo feito por membros da UFU é relevante para superar as limitações de processamento de amostras de pacientes

DA REDAÇÃO
Victória Grosche, à direita, realiza testes no Laboratório de Virologia da UFU | Foto: Milton Santos

Com o objetivo de estabelecer um protocolo de fácil acesso, a biomédica graduada pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e atual doutoranda em Microbiologia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), Victória Grosche, elaborou um método para facilitar o diagnóstico da Hepatite C (HCV). O procedimento é possível por meio de amostragens de manchas de soro seco (DSS) e amostras de sangue coletadas de pacientes.

Em colaboração com o Instituto Adolfo Lutz, o estudo avaliou a variabilidade da análise genotípica do HCV em um grupo de 80 pacientes do estado de São Paulo. A partir das amostras coletadas pelo método, foi possível identificar aminoácidos de resistência ao tratamento por meio do sequenciamento genético realizado na Universidade de Nottingham, Reino Unido.

A partir do diagnóstico é possível propor um tratamento adequado como forma de combater as moléculas resistentes, utilizando antivirais específicos de ação direta (DAAs) e que causem menos danos aos pacientes. Os principais benefícios do uso das amostras de sangue seco são o baixo custo e a pequena estrutura necessária para realizá-lo, permitindo que seja aplicado nos países de baixa e média renda, onde a incidência da hepatite C é maior.

Publicado na revista da maior sociedade de microbiologia da Europa, a Microbiology Society, o trabalho representa, para Grosche, a chave para acessar locais onde há uma epidemia muito grande da doença. “Quanto mais publicarmos este tipo de método, mais pessoas podem reproduzi-lo e estudá-lo, tornando-o cada vez mais acessível a diversas comunidades”, ressalta a doutoranda.

O MÉTODO
A análise do DSS funciona através de um tipo de papel filtro, comumente usado em outras técnicas laboratoriais como exames de sangue e urina. No trabalho, foram utilizados os soros dos pacientes, que, após serem colocados no papel e aguardado o tempo de espera, foram enviados para o Laboratório Adolf Lutz, onde foi possível realizar o sequenciamento genético.

A próxima etapa consiste em analisar a sequência genética e identificar os possíveis aminoácidos de resistência, que guiarão para o tratamento mais adequado. Todo o processo dura em média uma semana.


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