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04/04/2022 às 14h40min - Atualizada em 04/04/2022 às 14h40min

Jovem cientista representa Uberlândia em feira internacional nos EUA

Estudante do ensino médio desenvolveu projeto na UFU sobre uso do própolis no combate a doenças periodontais

DA REDAÇÃO
Maria Eduarda Ferreira participa de pesquisas no Laboratório de Ensaios Antimicrobianos da UFU | Foto: Arquivo Pessoal

A estudante Maria Eduarda Ferreira, de apenas 17 anos, vai representar Uberlândia na Feira Internacional de Ciências e Engenharia Regeneron (Isef). A jovem é autora de uma pesquisa que analisa a atuação e capacidade do própolis verde, um composto natural produzido pelas abelhas, para combater as doenças odontológicas como cáries e outras relacionadasO evento acontece na cidade de Atlanta, nos Estados Unidos, entre os dias 7 e 13 de maio.

De acordo com a pesquisa, os diferentes tipos de tratamento de doenças periodontais levam à utilização de medicamentos empíricos, o que resulta na resistência das bactérias. Isso faz com que haja a necessidade de identificar novos compostos com potencial antibacteriano e, por isso, muito se tem estudado a respeito do uso do própolis, que é uma substância resinosa produzida a partir de brotos e flores com secreções salivares, ceras e pólens das abelhas.

A fim de avaliar qual a concentração que inibe o crescimento da bactéria, os pesquisadores adicionaram própolis nas bactérias estudadas e as deixaram em repouso por 72 horas. Após os três dias de observação, acontece a concentração bactericida mínima: com 32 horas em processo de incubação, é possível analisar se houve ou não o crescimento da bactéria.

Com os experimentos, foi possível identificar que todas as oito bactérias trabalhadas no estudo foram inibidas de crescimento, mostrando o quanto a atividade antibacteriana da própolis é eficaz frente a essas bactérias e como existem diversos produtos naturais que precisam e devem ser estudados.

O estudo desenvolvido por Maria Eduarda Ferreira teve orientação do professor Carlos Henrique Gomes Martins, do Laboratório de Ensaios Antimicrobianos (LEA) e do Instituto de Ciências Biomédicas (Icbim/UFU). O projeto teve também a co-orientação de Nagela Bernadelli, biomédica e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Imunologia e Parasitologia Aplicadas (PPIPA/UFU), além de colaborações de Jairo Bastos (USP) e dos professores Ricardo Ambrósio e Rodrigo Veneziano (Unifran).


O orientador da pesquisa destacou ainda mais a importância da Iniciação Científica no Ensino Médio. “Teremos a oportunidade de apresentar nos Estados Unidos o que o aluno do Ensino Médio realiza na Universidade Federal de Uberlândia. A UFU permitiu o uso dos laboratórios, e a bolsa [de Iniciação Científica] estimula que a gente possa receber esses alunos e que eles possam desenvolver [pesquisas] desde cedo, o que vai estimulá-los a continuar pesquisando quando fizerem uma graduação”, afirmou Carlos Henrique Gomes Martins.

JOVEM CIENTISTA
A trajetória da jovem cientista teve início em 2020, quando estudava o ensino médio na Escola Estadual Professor José Ignácio de Sousa. Maria Eduarda foi contemplada com uma bolsa de Iniciação Científica pelo Programa Institucional de Iniciação Científica do Ensino Médio (Pibic-EM), por convênio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Em junho de 2021, ainda no ensino médio, Ferreira participou da segunda edição da Feira Brasileira de Jovens Cientistas (FBJC). Na ocasião, ela ganhou o Prêmio de Excelência em Pesquisa, ficou em segundo lugar na categoria de Ciências Biológicas e conquistou uma credencial para participar da 20ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que aconteceu entre os dias 14 e 26 de março. Na ocasião, ela ganhou outros dois prêmios e garantiu um lugar na Isef.


Recentemente, já com o Ensino Médio concluído, Ferreira foi aprovada no curso de Física da USP, e ainda não consegue mensurar o impacto de representar a cidade em uma feira internacional. “Mais do que isso, vejo a importância de mostrar para o mundo a ciência jovem do Brasil, que a gente ainda está na luta, pela ciência que é tão desvalorizada. Apesar de tudo, estamos dispostos a ir e representar nosso país da melhor forma possível e, dessa forma, incentivar cada vez mais as atividades científicas”, concluiu.


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