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31/03/2022 às 18h55min - Atualizada em 31/03/2022 às 18h55min

Com queda de 91% no número de casos, março sinaliza alívio da pandemia em Uberlândia

Após surto recorde em janeiro com mais de 47 mil infecções, índices de contaminados, mortes e internações começam a cair na cidade

IGOR MARTINS
Avanço da vacinação e redução de casos graves permitiu flexibilização do uso de máscaras em ambientes abertos e fechados I Foto: FOTO: FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
Após um início de ano marcado por um surto recorde de 47 mil casos positivos de covid-19, a pandemia em Uberlândia começou a apresentar sinais de melhora em março. Com praticamente metade da população imunizada com três doses da vacina, números recentes divulgados pelos boletins epidemiológicos mostram uma redução drástica nos índices de contaminados, óbitos e internações, que registraram neste último mês quedas de 91%, 50% e 44%, respectivamente, na comparação com janeiro.
 
De acordo com dados levantados pelo Diário com base nos informes epidemiológicos disponibilizados pelo município, março registrou 4.097 casos positivos da doença, com 23 mortes no total e uma média de 47 internações diárias. Comparado ao mesmo período de 2021, quando foram contabilizadas 13.013 contaminações, a redução do número de infectados foi de 68%. Em relação a janeiro de 2022, o percentual de queda é de 91%.
 
Em janeiro de 2022, a cidade chegou a registrar durante três dias seguidos (26,27 e 28) mais de três mil infecções em apenas 24h, algo inédito durante esses dois anos de pandemia. Em termos de comparação, o dia 26 de janeiro, que teve o maior índice de casos positivos de 2022 (3.080), contabilizou mais infecções do que todo o mês de novembro de 2020, período em que foram registradas 3.073 contaminações. 
 
Na comparação com o primeiro mês de 2022, que teve 47.713 diagnósticos positivos, 46 mortes e uma média diária de 85 internações, março deste ano contabiliza quedas nestes mesmos índices de 91%, 50% e 44%, respectivamente.
 
Os índices, que preocuparam autoridades de saúde no início do ano, começaram a cair a partir de fevereiro, que contabilizou 18,5 mil diagnósticos, 78 mortes e uma média de 124 internações. Na comparação com fevereiro, os mesmo percentuais de março foram reduzidos em 77%, 70% e 62%, respectivamente. 
 
MORTES E INTERNAÇÕES
O avanço da vacinação na cidade contribuiu não apenas para a queda considerável no número de casos positivos, como também impactou na redução de internações e mortes pela doença. 
 
Para se ter uma ideia, março de 2021 foi o mês com o maior registro de vítimas pela covid em Uberlândia (691). Na comparação com o mesmo período deste ano, que teve 23 óbitos, a queda no percentual chega a 96%. A média de pacientes hospitalizados também caiu na comparação entre os dois períodos. Enquanto março do ano passado contabilizou uma média de 767 internações, o mesmo mês de 2022 teve um índice de apenas 47 hospitalizações diárias, ou seja, uma queda de 93%.
 
Na visão do médico pneumologista Thúlio Marquez Cunha, o principal motivo para esta redução está relacionado à imunização em massa da população. Em entrevista ao Diário, o especialista afirmou que a vacinação é a chave para combater a covid-19. Para o médico, com o avanço da aplicação de doses em crianças e adolescentes e o início da quarta dose do imunizante, a tendência é que os números sigam em queda nos próximos meses.


 
Questionado sobre a circulação do vírus e da possibilidade do surgimento de novas variantes da doença, Cunha disse que a vacina reduz a chance de mutações. Entretanto, o professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) disse que, por ser uma infecção viral, diferentes cepas vão surgir e devem fazer parte da rotina do brasileiro.
 
“Podemos ter evoluções do vírus que infectam mais e que sejam mais agressivas ou resistentes a condições ambientais. Quando nós temos um cenário com muitos casos confirmados e a transmissão é grande, a chance de ter uma mutação é maior. Com a vacina, essa possibilidade é reduzida. Nós vamos ter N outras versões de covid-19, assim como acontece com outros vírus. O que podemos fazer é continuar com algumas medidas de proteção e nos vacinarmos”, afirmou Marquez.
 
Ainda de acordo com o médico, a queda na taxa de mortes e casos graves da doença é fruto da eficácia das vacinas produzidas em todo o mundo. “Nós estamos em uma fase muito tranquila com relação à pandemia em Uberlândia. Podemos perceber que o número de casos graves diminuiu consideravelmente. Isso se deve por causa da vacina. A vacina nos protege e salva vidas, nós até podemos ser infectados pela covid-19, mas geralmente ela vai se resumir a um quadro leve”, explicou o médico.
 
Conforme consta no último boletim epidemiológico, divulgado nesta quinta-feira (31), a cidade tem 32 pacientes internados com a doença. Comparado ao mesmo dia em março do ano anterior, quando o município registrou 713 pessoas hospitalizadas, a queda de internações chega a 95%.
 
FLEXIBILIZAÇÃO
Com o controle da pandemia na cidade, a Prefeitura de Uberlândia anunciou, no dia 11 de março, a liberação do uso de máscaras de proteção em locais abertos. Já na última semana, o Município publicou novas orientações, com a desobrigação da utilização do equipamento de segurança também em ambientes fechados.
 
Na opinião do médico Thúlio Marquez Cunha, o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 acertou na recomendação para que idosos maiores de 70 anos, imunossuprimidos, pessoas com sintomas gripais e usuários do transporte público continuem utilizando o item de proteção.
 
Mesmo com a flexibilização do uso das máscaras, o pneumologista não acredita que a situação da covid-19 tenha grandes impactos nas próximas semanas ou meses. Segundo o docente da UFU, o equipamento é eficaz e deve seguir sendo utilizado em algumas circunstâncias, juntamente com outras medidas de prevenção, como o uso do álcool em gel.
 
“A máscara é um equipamento de proteção muito bom, desde que usada corretamente. Nós até podemos perceber um aumento de casos, mas não creio que vá mudar muita coisa. As pessoas que estão em tratamento de câncer e idosos devem seguir usando. Quem está com sintomas gripais também precisa usar, porque mesmo que não seja covid, você protege a outra pessoa de se contaminar. É algo que nós precisamos aprender a fazer a partir de agora”, disse.


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