Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
29/03/2022 às 09h50min - Atualizada em 29/03/2022 às 09h50min

Estudo da UFU, em Uberlândia, propõe diagnóstico do câncer de próstata através da urina de pacientes

Desenvolvido por engenheira química Anízia Durans, projeto pode contribuir no combate ao tumor

DA REDAÇÃO

A engenheira química e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Anízia Durans, desenvolveu um biomarcador para o diagnóstico do câncer de próstata. O projeto proposto utiliza apenas a urina do paciente para detectar o problema, utilizando espectrometria de massas por ionização por spray de papel e quimiometria.

O estudo foi publicado na revista Analytical Chemistry e surgiu da necessidade de se ter um método não invasivo para diagnosticar o câncer que, por ser o segundo mais comum entre as pessoas que possuem a glândula prostrática, leva a óbito um a cada 30 pessoas. Por meio do diagnóstico precoce, as chances de cura são de 90% e proporcionam uma melhor qualidade de vida para os pacientes.

O diagnóstico pelo spray de papel é uma técnica que possibilita análises rápidas e simples de matrizes complexas, minimizando efeitos e etapas de pré-tratamento de amostra. Pela complexidade dos dados espectrais adquiridos, é imprescindível o uso de métodos quimiométricos, sendo possível identificar o câncer de próstata nas moléculas dos pacientes.

Orientada pelo professor Waldomiro Borges Neto, do Instituto de Química da UFU (IQ/UFU), a pesquisa desenvolvida por Anízia Durans rendeu uma parceria com pesquisadores do “College of Medicine”, da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos.

“A cooperação surgiu no pós-doutorado do professor Frederico Garcia Pinto, da Universidade de Viçosa (UFV), que disponibilizou os dados espectrais para tratamento quimiométrico em parceria com o Laboratório de Quimiometria do Triângulo da UFU (LQT)”, contou a pesquisadora.

O CÂNCER DE PRÓSTATA
Um dos métodos de diagnóstico do câncer de próstata mais usados na atualidade é o exame de sangue do antígeno prostático específico (PSA). Ele é um marcador específico para próstata, mas não para o câncer de próstata em si, fazendo-o apresentar uma alta taxa de falsos positivos ou negativos. Por isso, a necessidade de criar um modelo de detecção do tumor prostático que seja mais objetivo.

Mesmo apresentando uma alta taxa de incidência, metade dos brasileiros que têm próstata e mais de 45 anos nunca realizaram o exame de toque retal, que auxilia no diagnóstico da doença. Dentre as justificativas para o dado, observa-se o preconceito e a resistência em relação ao procedimento, que prejudicam o tratamento adequado.

Por meio do modelo de diagnóstico desenvolvido por Durans, espera-se que em breve seja possível diagnosticar o câncer de próstata utilizando um método não invasivo, diminuindo a mortalidade e aumentando as chances de cura. Os próximos passos são a validação e a comparação dos modelos construídos. Assim, os resultados poderão contribuir como uma opção para o diagnóstico do câncer de próstata, utilizando apenas a urina do paciente.


Compartilhe esta notícia no WhatsApp
Compartilhe esta notícia no Telegram


VEJA TAMBÉM:

Deliberação retira obrigatoriedade do uso de máscara em locais fechados em Uberlândia


Femec 2022 gera mais de R$ 1 bilhão em negócios
 

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90