A engenheira química e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Anízia Durans, desenvolveu um biomarcador para o diagnóstico do câncer de próstata. O projeto proposto utiliza apenas a urina do paciente para detectar o problema, utilizando espectrometria de massas por ionização por spray de papel e quimiometria.
O estudo foi publicado na revista Analytical Chemistry e surgiu da necessidade de se ter um método não invasivo para diagnosticar o câncer que, por ser o segundo mais comum entre as pessoas que possuem a glândula prostrática, leva a óbito um a cada 30 pessoas. Por meio do diagnóstico precoce, as chances de cura são de 90% e proporcionam uma melhor qualidade de vida para os pacientes.
O diagnóstico pelo spray de papel é uma técnica que possibilita análises rápidas e simples de matrizes complexas, minimizando efeitos e etapas de pré-tratamento de amostra. Pela complexidade dos dados espectrais adquiridos, é imprescindível o uso de métodos quimiométricos, sendo possível identificar o câncer de próstata nas moléculas dos pacientes.
Orientada pelo professor Waldomiro Borges Neto, do Instituto de Química da UFU (IQ/UFU), a pesquisa desenvolvida por Anízia Durans rendeu uma parceria com pesquisadores do “College of Medicine”, da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos.
“A cooperação surgiu no pós-doutorado do professor Frederico Garcia Pinto, da Universidade de Viçosa (UFV), que disponibilizou os dados espectrais para tratamento quimiométrico em parceria com o Laboratório de Quimiometria do Triângulo da UFU (LQT)”, contou a pesquisadora.
O CÂNCER DE PRÓSTATA
Um dos métodos de diagnóstico do câncer de próstata mais usados na atualidade é o exame de sangue do antígeno prostático específico (PSA). Ele é um marcador específico para próstata, mas não para o câncer de próstata em si, fazendo-o apresentar uma alta taxa de falsos positivos ou negativos. Por isso, a necessidade de criar um modelo de detecção do tumor prostático que seja mais objetivo.
Mesmo apresentando uma alta taxa de incidência, metade dos brasileiros que têm próstata e mais de 45 anos nunca realizaram o exame de toque retal, que auxilia no diagnóstico da doença. Dentre as justificativas para o dado, observa-se o preconceito e a resistência em relação ao procedimento, que prejudicam o tratamento adequado.
Por meio do modelo de diagnóstico desenvolvido por Durans, espera-se que em breve seja possível diagnosticar o câncer de próstata utilizando um método não invasivo, diminuindo a mortalidade e aumentando as chances de cura. Os próximos passos são a validação e a comparação dos modelos construídos. Assim, os resultados poderão contribuir como uma opção para o diagnóstico do câncer de próstata, utilizando apenas a urina do paciente.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
VEJA TAMBÉM:
• Deliberação retira obrigatoriedade do uso de máscara em locais fechados em Uberlândia
• Femec 2022 gera mais de R$ 1 bilhão em negócios