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22/03/2022 às 13h36min - Atualizada em 22/03/2022 às 13h36min

Protestos contra o governador Romeu Zema marcam abertura da Femec 2022 em Uberlândia

Servidores da educação e forças de segurança se reuniram na entrada do Camaru na manhã desta terça-feira (22)

IGOR MARTINS
Com faixas e cartazes, profissionais da educação pediram reajuste do piso salarial I Foto: IGOR MARTINS
A abertura oficial da Feira do Agronegócio Mineiro (Femec) 2022 foi marcada por protestos contra o governador Romeu Zema, na manhã desta terça-feira (22). Servidores da educação, forças de segurança da Polícia Civil e pais de alunos matriculados em instituições públicas de ensino se reuniram na entrada do Sindicato Rural de Uberlândia (Camaru) para reivindicar reajustes salariais e melhorias nas condições de trabalho.
 
A reportagem do Diário esteve no local e conversou com os manifestantes. Com faixas e cartazes contra o governador de Minas Gerais, os servidores da educação pública estadual cobram o reajuste do piso salarial de aproximadamente 33% e pedem a retirada de um projeto que pode extinguir mais de cinco mil cargos públicos no estado.
 
O presidente da subsede do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) em Uberlândia, Guilherme de Faria Graciano, afirmou que cerca de 70% das escolas estaduais de Minas Gerais paralisaram as atividades, em razão das reivindicações feitas pela categoria.
 
Segundo ele, após várias tentativas de negociação frustradas com o Governo de Minas Gerais, os servidores decidiram se reunir em protesto contra o governador Romeu Zema. “A única saída foi paralisar os serviços de educação, para que o estado negocie com a categoria. Como o governador está aqui hoje, estamos aqui para denunciar e reivindicar o nosso piso salarial”, disse.
 
Ainda de acordo com Graciano, os valores que deveriam ser encaminhados aos profissionais da educação básica, por meio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb) não têm sido repassados à categoria.
 
“O Estado e o Município recebem um repasse do Governo Federal, mas através de uma posição política eles não entregam o reajuste aos trabalhadores da educação. Temos que reconhecer que há uma intenção de melhorar a estrutura escolar por meio dos recursos federais, mas não podemos aceitar a não recomposição salarial acima da inflação. A população tem que entender que não gostamos de greve, não queremos paralisar as atividades, só queremos resolver a situação”, detalhou o presidente do Sind-UTE.



 
TRANSPORTE NA ZONA RURAL
Pais de alunos da zona rural e assentamentos de Uberlândia também estiveram presentes na porta do Parque de Exposições Camaru pela manhã. No dia 10 de março, o Diário noticiou a falta de transporte escolar para alunos da rede pública da cidade. De acordo com os moradores, o problema ainda persiste.
 
Pai de uma menina de 15 anos, matriculada em uma instituição de ensino pública da cidade, Ronei de Paula mostrou preocupação com o futuro da filha. Morador do assentamento Dom José Mauro, em Miraporanga, ele conta que a falta de transporte no local tem afetado várias crianças e adolescentes que não conseguem comparecer às aulas.
 
“Não tem transporte público da zona rural para a cidade. Está tudo parado. Corre o risco de as crianças do assentamento perderem vaga na escola porque estão com falta. Me avisaram que no fim do mês vão passar as vagas da minha filha para outras pessoas, porque ela não consegue ir. Nós não temos o devido transporte na zona rural. Desde quando começou a pandemia, nunca mais voltou”, relatou.
 
FORÇAS DE SEGURANÇA
Outra categoria que protestou contra o governador Romeu Zema foi o das forças de segurança do Estado. Pouco antes da chegada de Zema, servidores da Polícia Civil se reuniram para reivindicarem o aumento salarial decidido em 2020, além de melhores condições de trabalho.
 
Em conversa com a reportagem, o delegado Fábio Ruz comentou sobre o movimento e disse que a situação precisa ser resolvida o mais rápido possível. “Estamos aqui para lutar por um pleito que é nosso. O governador acabou atropelando as forças de segurança, e tudo isso está se refletindo em números. Em Uberlândia, nós temos cada vez menos apreensões e trabalhos de fiscalização. Nós estamos atentos a isso e já estamos sentindo esses efeitos como população”, argumentou.
 
Segundo Ruz, uma das reivindicações da categoria é a valorização do policial em todo o estado de Minas Gerais, com investimentos em equipamentos de segurança e a realização de concursos públicos, garantindo a superioridade numérica de policiais nas ruas.
 
“O nosso trabalho é essencialmente perigoso. Basta você imaginar o que é ser policial no Brasil de hoje, se a população já se sente insegura, imagina o policial que passa por perigos a todo momento. Quando não temos equipamentos de segurança, nosso trabalho se torna ainda mais seguro e inviável. Queremos dar o retorno que a população de Minas Gerais merece e a segurança que o cidadão mineiro merece”, afirmou.

 

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