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28/02/2022 às 14h00min - Atualizada em 28/02/2022 às 14h00min

Preço da carne bovina sobe mais de 40% em dois anos em Uberlândia

Segundo levantamento realizado pelo Diário, em janeiro de 2022, o valor pago por seis quilos do alimento chegou a ser R$70 mais caro se comparado com o mesmo período de 2020

MARIELLE MOURA
O preço da carne bovina subiu mais de 40% nos últimos dois anos em Uberlândia. Segundo levantamento realizado pelo Diário, através dos dados do Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais (Cepes) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em janeiro deste ano, o valor pago por de seis quilos do alimento ficou aproximadamente R$ 70 mais caro se comparado com o mesmo período de 2020.
 
Ainda de acordo com os dados, em janeiro de 2020, seis quilos de carne bovina que são necessários para compor a cesta básica custavam em média R$ 167,82. No ano seguinte, o preço subiu para R$ 221,27 e, em janeiro de 2022, o valor chegou a R$ 235,31.
 
Conforme aponta o Cepes, no primeiro mês deste ano o valor da cesta básica ficou em R$ 617,05 e a carne ocupou 38,14% da conta. O Centro ainda afirma que o alimento é o item que mais pesa no orçamento do consumidor.
 
A reportagem fez um levantamento com açougues da cidade na manhã desta quinta-feira (24). A média de preço do quilo do acém está R$ 29,15, do contrafilé é de R$ 46,43/kg, do músculo R$ 30,77/kg e a picanha pode ser encontrada a R$ 80,95 o quilo.
 
CENÁRIO
Segundo o economista, Gabriel Ivo, o aumento do dólar e do valor da ração dos animais, e eventos climáticos são os principais motivos da elevação do preço da carne nos últimos anos.
 
“É uma questão nacional o aumento da carne. Estamos vivendo uma pressão inflacionária forte que vem dos últimos anos, mas os motivos principais para esse aumento foi a alta do dólar e o aumento do preço do milho e da soja que são utilizados como ração animal. Outro impacto importante é que estamos em um momento de eventos climáticos complicados, que impactam no custo da produção, e também a inflação alta, que no país está acima de 10%”, disse o economista.
 
Ainda de acordo com Gabriel, a expectativa para 2022 é que os preços da carne continuem altos no país. “Acredito que visualizar uma redução de preço esse ano é difícil, por ser um ano eleitoral, um ano de incerteza em relação aos rumos que a economia vai tomar, com pressão econômica”, informou.
 
CONSUMO
Genivaldo de Oliveira Guimarães é dono de um restaurante no bairro Santa Mônica que serve churrasco no self-service e as variações do preço da carne impactam diretamente nos custos do local.
 
Segundo o empresário, cerca de 500 quilos de carne são gastos por mês no restaurante, que gera um custo de aproximadamente R$ 25 mil. Genivaldo informou que para não repassar o custo para o consumidor final ele está investindo em promoções para atrair mais clientes. "Investimos muito em promoções e divulgação para atrair mais clientes para o restaurante e assim não sentir tanto o impacto do aumento”, informou.
 
O desenvolvedor de software Raí Oliveira dos Santos é consumidor e disse que também está assustado com os preços tanto da carne como de outros alimentos. Ele contou que uma das alternativas para diminuir o valor das compras do mês foi passar a compra mensal para quinzenal e ir repondo os alimentos que faltavam.
 
“Adotamos uma nova postura para economizar. Antes fazíamos uma compra para 30 dias e percebemos que não dava mais para fazer dessa forma, então optamos por fazer a compra quinzenal porque compramos para tentar durar o máximo que conseguir e só depois fazer uma nova compra”, disse Raí.
 
Por fim, o desenvolvedor de software informou que a compra de carne bovina quinzenalmente é de R$150 e que completa com carne de frango ou ovo para não pesar no orçamento. Além disso, Raí disse que come carne vermelha apenas em uma refeição por dia.
 
 “A carne ocupava em torno de 60% do meu orçamento, porque a gente consumia bastante carne vermelha em casa. Hoje em dia, fomos obrigados a fazer alguns cortes, como por exemplo, só almoçamos carne, no jantar optamos por fazer um lanche que sai mais em conta”, finalizou Raí.
 
 
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