O Ministério Público de Minas Gerais, através do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) realizou nesta quarta (19) a 4ª fase da Operação Libertas, que investiga a crimes associados à exploração sexual de travestis e mulheres trans em Uberlândia. Segundo informações repassadas pela investigação, um mandado de busca e apreensão foi cumprido em uma clínica da cidade, que realizava sem licenciamento procedimentos de implante de próteses de silicone nas vítimas do esquema de prostituição.
De acordo com o GAECO, além deste estabelecimento em Uberlândia, outra clínica localizada em Taboão da Serra (SP), que já foi alvo de investigações recentes, também é um dos alvos desta nova fase. Segundo o MPMG, nos locais havia um núcleo médico responsável pelo implante de próteses de silicone supostamente em ambientes precários e sem qualquer critério adequado. O procedimento era realizado após ajuste prévio com a líder do esquema de exploração sexual. A ex-vereadora de Uberlândia, Pâmela Volp, é uma das acusadas de chefiar o esquema.
Há relatos de que o procedimento cirúrgico em Uberlândia era realizado em regime ambulatorial, sem anestesia adequada e profissional especializado. Algumas travestis e trans alegaram sofrimento ao MPMG ao realizarem o procedimento. Essa mesma clínica foi alvo de fiscalização da Secretaria da Vigilância Sanitária e chegou a ser interditada por realizar procedimento de alto risco sanitário sem licenciamento.
Desde então, o Ministério Público constatou que o alvo da investigação passou a transportar documentos para outros imóveis, razão pela qual foi interposta medida cautelar, com o objetivo de identificar todas as possíveis vítimas do médico. Foram apreendidos prontuários médicos, documentos diversos, dois aparelhos celulares e um HD interno. Os funcionários da clínica médica serão ouvidos pelo MP e o material apreendido será analisado.
A OPERAÇÃO
A primeira fase Operação Libertas foi deflagrada no dia 8 de novembro do ano passado em Uberlândia. A ex-vereadora de Uberlândia Pâmela Volp foi presa durante a operação e continua detida.
Volp é investigada por chefiar uma associação criminosa voltada a estabelecer o monopólio da exploração sexual de travestis e transsexuais na cidade e região, através de ameaças, lesões corporais graves contra quem tenta praticar a prostituição de forma independente do grupo criminoso.
Durante a operação, foram presas também a filha de Pâmela Volp: Paula Volp, e Lamar Bionda, também acusadas de envolvimento no esquema de exploração de travestis em Uberlândia e outras regiões do país.
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