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14/12/2021 às 11h26min - Atualizada em 14/12/2021 às 11h26min

Dois meses após ser entregue, trincheira do Taiaman em Uberlândia é alvo de reclamações

Residentes de bairros vizinhos afirmam que obra não oferece segurança para pedestres; local apresenta buracos causados pela chuva

MARIELLE MOURA
Pedestres reclamam da falta de segurança da estrutura I Foto: GUSTAVO SILVEIRA
Aproximadamente dois meses após ser entregue, a trincheira construída na BR-365, na altura do bairro Taiaman no perímetro urbano de Uberlândia, ainda traz problemas aos moradores da região. Segundo eles, falta segurança e visibilidade para os pedestres que precisam atravessar a trincheira de um bairro para o outro. Os moradores ainda reclamam de problemas na estrutura após as chuvas dos últimos dias. A reportagem do Diário pediu posicionamentos ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
 
A obra foi entregue no último dia 25 de outubro durante visita feita pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Aproximadamente R$ 30 milhões foram investidos na obra da trincheira. A ordem de serviço para a construção da estrutura foi assinada em 2012, mas os trabalhos no local só começaram efetivamente no fim do primeiro semestre de 2019
 
De acordo com o presidente da Associação de Moradores do bairro Dona Zulmira, Gustavo Silveira, os estudantes que moram no bairro precisam atravessar a trincheira para chegar até as escolas, que estão localizadas no bairro Taiaman. Segundo Gustavo, para os carros a obra facilitou muito, mas os estudantes, pais e outros pedestres que passam pela trincheira lidam diariamente com a insegurança na hora de utilizar a estrutura.
 
“Para as crianças atravessarem devemos ter alguns dispositivos que dêem segurança para esse pedestre. Nos dois viadutos têm um espaço para pedestres, mas só no viaduto. Nas avenidas laterais que também tem fluxo de veículo não tem redutor de velocidade, travessia elevada e nem faixa de pedestres”, disse.
 
A dona de casa Joana Darc Rodrigues tem duas filhas, de 12 e 16 anos, que estudam na Escola Estadual Jerônimo Arantes e que precisam fazer a travessia todos os dias. Segundo ela, o local ficou muito perigoso para os pedestres. “Aqui no bairro Dona Zulmira não tem escola então elas precisam estudar no Taiaman. Eu levo minha filha de 12 anos como muitas mães e atravessar a trincheira é praticamente impossível. Na segunda avenida entre o Dona Zulmira tem uma curva que não permite ter a visibilidade dos carros que estão em alta velocidade” informou.
 
Joana Darc também comentou que devido a rapidez dos carros no local, se houver um acidente pode ser grave. “Ali se tiver um atropelamento de uma criança ou idoso a pessoa pode morrer ou ficar muito grave porque os carros só passam correndo”, explicou.
 
O comerciante Avilmar Ferreira Lopes é morador do bairro Taiaman há mais de 20 anos e disse que, mesmo após a trincheira ser entregue, ainda existem maquinários e trabalhadores no local diariamente. De acordo com o morador, a travessia de pedestres no local é muito prejudicada devido a falta de sinalização e que o caminho alternativo para não passar pela trincheira é muito longe para quem está a pé.
 
“A obra em si foi muito boa para a população, mas em termos de segurança não atendeu, A passagem de pedestre na trincheira, entre os bairros Taiaman e Jardim Patrícia, não existe sinalização, então na hora da travessia ninguém respeita” disse.
 
Por fim, o comerciante comentou que a noite o local fica ainda mais perigoso porque o motorista não consegue ver onde começa a trincheira. Segundo ele, a situação foi motivo de um acidente que aconteceu no local dias atrás. “A divisa para quem entra na trincheira ou na marginal não está sinalizada. À noite é um perigo muito grande especialmente ali na entrada. Antes havia uma sinalização bem pequena, mas não está no local mais“, completou.
 
CHUVAS
Os moradores ainda comentaram com a  reportagem do Diário de Uberlândia que, após as chuvas dos últimos dias, vários problemas já puderam ser observados na obra, entre eles, os buracos na pista e alagamentos.
 
O presidente da Associação de Moradores do bairro Dona Zulmira, Gustavo Silveira, disse que por ser uma obra recém inaugurada os problemas estruturais preocupam a população. “Os danos causados pelas chuvas preocupam muito. Existe um trecho no local de aproximadamente 100 metros que está só buracos já. Questionamos qual a qualidade dessa obra que foi feita e entregue há pouco mais de um mês e nas primeiras chuvas já apresentam estragos”, disse.
 
A dona de casa Joana Darc Rodrigues ainda comentou que nas últimas semanas, ao levar a filha na escola, teve que lidar, além da falta de sinalização, com os alagamentos que ficam no local. “Quando chove alaga toda a passagem de pedestres e a água ficou muito alta, dificultando ainda mais a passagem dos pedestres”, completou.
 
POSICIONAMENTOS
O Diário de Uberlândia solicitou um posicionamento ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) sobre os questionamentos e alegações feitas pelos moradores. Por meio de nota, o órgão respondeu que a empreiteira responsável pela obra já foi notificada para fazer a correção dos serviços cuja execução não atendeu as especificações técnicas determinadas pelo DNIT.
 
O órgão ainda esclareceu que esses serviços têm garantia contratual, ou seja, são refeitos sem custos adicionais.

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