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12/12/2021 às 11h00min - Atualizada em 12/12/2021 às 11h00min

Procura por cafés especiais sobe cerca de 30% nos últimos anos em Uberlândia, apontam empresários

O Diário conversou com empresários do ramo que falaram sobre o crescimento da procura pela população da cidade

MARIELLE MOURA
A procura por cafés especiais aumentou aproximadamente 30% nos últimos dois anos em Uberlândia, segundo informações de empresários do ramo. A reportagem do Diário conversou com donos de cafeterias que falaram sobre o crescimento da procura e as expectativas para o próximo ano. Padeira que é apaixonada por café especial contou que sempre busca por novidades sobre o grão.
 
Felipe Raphael Jardim Scarpim é dono de uma cafeteria da cidade há três anos e disse que a procura por cafés especiais aumentou no estabelecimento. “Vem aumentando a procura tanto para tomar o café na cafeteria quanto para levar para casa através da venda dos cafés em grãos, em pacotinhos de café”, disse.
 
A alternativa de oferecer os pacotes de café aos clientes, de acordo com o empresário, foi o que salvou o estabelecimento durante a pandemia. “Essa questão da venda dos pacotinhos de café torrado que nos salvou durante a pandemia porque tivemos que fechar o atendimento presencial na cafeteria, mas continuamos a venda em delivery”, explicou.
 
O aumento fez com que o empresário buscasse outras formas para agradar o consumidor. Segundo Felipe, há um ano ele torra o próprio café que compra diretamente do produtor, o que é chamado de compra direta. “Eles mandam o café cru e nós fazemos a torra. Com isso, conseguimos ter um controle maior de qualidade e manter o estoque fresco. Antes trabalhávamos com cafés com máximo 30 dias de torra, hoje a cafeteria atende os clientes com no máximo 15 dias de torra. Mantemos os estoques de café todos em grãos porque preserva mais o aroma e os sabores”, explicou.
 
Por fim, Felipe falou que o preço do café especial está cerca de 70% a 80% acima do valor do mercado do café tradicional. O valor, segundo ele, é influenciado pela alta do dólar. Contudo, o empresário comentou sobre a importância dos consumidores provarem os cafés especiais “É importante as pessoas experimentarem o café especial e até brincamos que quando ela prova não consegue voltar para o café tradicional por conta do sabor”, finalizou.
 
Patrícia Alves Rodrigues é proprietária de uma cafeteria há mais de 11 anos e observou um aumento de 30% na procura por cafés especiais no estabelecimento “É um aumento que vem crescendo constantemente e as pessoas estão procurando cada vez mais por esse tipo de café diferente”, disse.
 
De acordo com a empresária, com o tempo, o cenário das cafeterias foram se modificando e a variedade de combinações de cafés incrementados foram caindo no gosto dos clientes.
E as bebidas mais vendidas normalmente dependem do clima. “Está muito ligado a temperatura, por exemplo, no frio vendemos muito cappuccino com chocolate quente e quando calor cappuccino com sorvete”, informou. 
 
Patrícia ainda comentou que para o ano que vem estão previstos pelo menos mais cinco tipos de café para serem acrescentados no cardápio da cafeteria dela.  “Depois que as pessoas adquirem certos hábitos e sabem que é bom, a tendência é não parar e o mercado vai cada vez mais inovando para acompanhar esse público que tomou gosto pelos cafés especiais”, finalizou.
 
Cafés especiais
O empresário Felipe Raphael Jardim Scarpim explicou que o café especial não tem impurezas e com isso se torna mais acessível ao paladar. “O café especial não tem impurezas, é um café puro e peneirado. Conseguimos trazer notas e aromas do próprio café. Hoje, por exemplo, tenho 13 variedades de cafés disponíveis para escolha do meu consumidor, então cada café vai trazer um sabor e aroma, e isso está muito ligado sobre onde ele é plantado e qual é a variedade dele”, explicou.
 
Iara Carolina da Silva Bernardes é padeira e disse que só  começou a gostar de café quando experimentou os especiais depois que estudou sobre o grão para abrir uma cafeteria. "Eu odiava café, achava estranho as pessoas gostarem de uma bebida tão amarga. Anos atrás quis montar uma cafeteria e fui estudar sobre o café, fiz curso de barista e conheci os cafés especiais e me apaixonei porque ele não tem o amargor presente e é muito suave" disse.
 
A padeira que se especializou explicou que o café especial difere do café tradicional por ser mais puro e, com isso, é mais suave e doce. “O café é uma fruta e por si só já é doce. O que faz o café ficar amargo é a torra. E o que diferencia o café especial do tradicional, além do grão, é a torra porque quando torra muito ele fica preto e amargo”, informou.
 
Ainda de acordo com Iara, o clima, umidade e qualidade do solo interferem no sabor e que hoje em dia ela busca novidades nas cafeterias que costuma frequentar. “Vou às cafeterias hoje e pergunto o que tem de novidades porque sabemos que toda safra de café vai sair um sabor diferente”, completou.
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