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22/10/2021 às 08h00min - Atualizada em 22/10/2021 às 08h00min

Após mais de 90 dias da 1ª dose, vacinados com AstraZeneca ainda estão sem agendamento para 2ª dose

Moradores imunizados em julho relatam medo devido a falta do imunizante; MG recebeu nova remessa nesta quinta (21)

GABRIELE LEÃO
Município recebeu pouco mais de 6 mil doses da vacina no início do mês I Foto: Divulgação
A população de Uberlândia que foi imunizada com a primeira dose da vacina AstraZeneca está preocupada com o calendário para a segunda dose. A última vez que a cidade recebeu uma remessa do imunizante foi no início de outubro, com 6.310 doses, correspondentes à 55ª remessa, de acordo com a planilha divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). Desde o mês de julho, o envio de remessas da vacina tem sofrido atrasos em todo o país.

Nesta quinta-feira, no início da tarde, chegaram a Minas Gerais 206.250 doses do imunizante AstraZeneca. As vacinas foram entregues em Belo Horizonte, de acordo com informações divulgadas pelo Governo de Minas. Essa remessa faz parte do 60º lote de vacinas contra a covid-19. 

Até que os imunizantes sejam distribuídos, a ansiedade é o sentimento que toma conta de quem aguarda pela segunda dose em Uberlândia. A analista de transportes, Vanuza Alves Nunes, de 39 anos, está com a segunda dose da vacina contra o Covid-19 em atraso. Ela recebeu a primeira dose no dia 20 de julho e, conforme orientação do Ministério da Saúde, o prazo de 90 dias para a aplicação da segunda dose já passou. Ela sofre com o medo de ser infectada com o vírus, de novo.

“Em março deste ano tive a doença e sofro até hoje com as consequências. Antes, eu tinha uma vida ativa, com exercícios físicos e enxergava normalmente. Seis meses depois, sofro com as consequências, pois perdi 40% da visão e sinto dores de cabeça intermináveis. Minha vida nunca mais foi a mesma”, comentou.

Vanuza Alves Nunes comentou que confere o site do agendamento de vacinação todos os dias, mas até o momento não foi chamada para a segunda dose. “Enviei mensagens na página da Prefeitura, mas o único retorno que tive foi de que está dentro do prazo”, contou.

 

A esteticista, Sâmia Maria Reis, de 38 anos, também aguarda o agendamento para a vacinação da segunda dose. Outros familiares dela, como o marido, irmãs e mãe, já foram todos imunizados completamente, mas a esteticista ainda aguarda ser chamada.

Na casa onde mora com o marido e os filhos, de 7 e 8 anos, todos foram contaminados pelo vírus. Mesmo com sintomas leves, a família teme ser infectada novamente, já que as atividades comerciais começaram a voltar ao normal em Uberlândia.

“Atendo as clientes no meu espaço presencialmente, sempre cuidando das medidas de biossegurança, mas mesmo assim ainda existe o medo de pegar Covid-19 outra vez. Tudo o que queremos é saber quando será a segunda dose, pois o prazo de 90 dias está para vencer e não sei quais podem ser as consequências do atraso”, comentou.

PAUSA NA PRODUÇÃO
Em agosto, a Fundação Oswaldo Cruz ficou duas semanas sem distribuir a vacina da Oxford-AstraZeneca. A produção parou por falta de matéria-prima. O IFA, ingrediente farmacêutico ativo, que vem da China, não chegou no prazo esperado, segundo a Fiocruz. O resultado foi falta do imunizante para a segunda dose em muitas partes do país.

POSICIONAMENTOS
O Diário de Uberlândia solicitou um posicionamento para a Prefeitura de Uberlândia sobre as medidas a serem adotadas mediante a falta do imunizante para as pessoas que aguardam a segunda dose. Além disso, foi questionado se o município dará continuidade à vacinação com outro imunizante.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde esclareceu que não há esquemas em atraso quando se refere aos imunizantes da Pfizer e Coronavac. No entanto, até o momento, a Superintendência Regional de Saúde do Governo de Minas Gerais – responsável por fazer a distribuição e garantir remessas ao Município – não deu posicionamento sobre o envio do imunizante da Astrazeneca.


A reportagem também entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e com o Ministério da Saúde, mas até a publicação desta reportagem não houve retorno sobre os questionamentos.

*Matéria atualizada às 9h e às 10h46 para acréscimo de informações.

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