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17/10/2021 às 13h00min - Atualizada em 17/10/2021 às 13h00min

Uso excessivo de redes sociais pode causar dependência e problemas psicológicos, diz especialista

Levantamento aponta que 20% dos brasileiros não conseguem ficar mais de 30 minutos longe dos celulares

LORENA BARBOSA
Uso dos celulares aumentou 40% durante o pico da pandemia no Brasil | PIXABAY
Os aparelhos celulares mudaram as relações pessoais e profissionais mundo afora. Hoje é comum ver as pessoas carregando os smartphones para todos os lugares. Mas o dispositivo, que fornece inúmeras redes sociais e  concentra um mundo de possibilidades na palma da mão, pode trazer prejuízo à saúde. O uso excessivo pode gerar ansiedade e abstinência, apontam especialistas.
 
Segundo uma pesquisa da plataforma de mídia digital Turbine, 20% dos brasileiros não conseguem ficar longe do aparelho por mais de trinta minutos. Dos quase 900 entrevistados, 19% disseram conseguir ficar sem usar o smartphone por até uma hora. A pesquisa realizada em setembro deste ano aponta ainda que o uso dos celulares aumentou 40% durante o pico da pandemia do coronavírus no país.
 
A coordenadora de atendimento, Priscila Lima sofre de ansiedade e já percebeu que o celular tem sido mais um vilão do que um aliado. Ela conta que está com ele em todos os lugares e que já buscou por atendimento terapêutico para controlar a ansiedade, que é potencializada pelo tempo em que ela passa nas redes sociais.
 
“As redes sociais acabam prendendo a gente e desviam o foco. Às vezes eu estou em uma reunião, começo a mexer e esqueço do que estava fazendo. Vira e mexe eu apago alguns aplicativos, limito meu uso diário do Facebook e Instagram. Principalmente quando eu preciso estudar, acabo usando as redes sociais pra fugir disso”, contou Priscila. 
 
Um levantamento feito pelo Cuponation mostra que o Brasil é o segundo país do mundo em relação às horas diárias destinadas ao uso das redes sociais. Os brasileiros passam cerca de cinco horas por dia navegando por sites e interagindo com internautas. A psicóloga Adriana Capparelli explicou que esse aumento anda junto com o crescimento da procura por ajuda nos consultórios. Segundo ela, isso está associado a outros problemas vivenciados pelos pacientes. Um deles é a falta de relações mais próximas entre as pessoas em razão da pandemia.
 
”O uso excessivo pode estar ligado a inseguranças, insatisfações ou autoimagem negativa. A quantidade de horas conectadas é muito pessoal, mas meia hora pode ser o suficiente para algumas pessoas se sentirem mal. É preciso fazer uma análise interna sobre o que você procura nas redes e o que elas te oferecem”, destacou a profissional.
 
A especialista pontuou que as redes sociais podem ser positivas, uma vez que são usadas como um espaço para negócios, socialização e conexão com pessoas mais distantes. O problema passa a existir quando a pessoa não consegue mais se desligar. Está sempre checando se recebeu mensagens ou quem visualizou o que foi postado. A partir daí algo pode estar errado.
 
“Se você conseguia fazer algo antes e não consegue mais porque está muito conectado, se percebe mais ansioso, não consegue ficar muito tempo sem checar os aplicativos de mensagens, sente angústia quando está offline, é preciso procurar ajuda.”, explicou Adriana
 
A psicóloga destacou ainda que as consequências do uso excessivo das redes ainda não são muito fáceis de se classificar. Segundo ela, a partir das novas gerações será possível analisar os prós e contras. Até lá, a palavra de ordem é cautela.
 
“A gente viveu isso com os videogames. Para muitos pais atrapalhavam os estudos, causava preocupação. A situação agora é mais ampla, porque agora lidamos com interações afetivas, pessoais, intelectuais, comerciais. Então é preciso ter cautela em relação ao uso”, finalizou Capparelli.
 
 
 

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