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12/10/2021 às 11h00min - Atualizada em 12/10/2021 às 11h00min

Registro de armas cresce quase 60% em Minas Gerais nos primeiros oito meses do ano

Especialistas dizem que maior clareza da legislação é um dos principais motivos para o aumento

LORENA BARBOSA
De janeiro a agosto, a PF registrou 14.047 novas armas no estado | STOCKPHOTOS
Seja por hobby, para prática esportiva ou para uma maior segurança, a procura por posse de armas em Minas Gerais aumentou entre janeiro e agosto deste ano. De acordo com os dados publicados pela Polícia Federal, durante esses oito meses, foram registradas 14.047 novas armas, um aumento de 59% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram feitos 8.837 registros.
 
No Brasil os registros de posse de arma acontecem na Polícia Federal, que cuida dos processos de aquisição de armas para o uso de defesa ou a carta de subsistência. Para quem pratica o tiro esportivo, caça esportiva e coleciona armas, as liberações são regulamentadas pelo Exército Brasileiro. A instituição libera o certificado de registro, mas para isso é necessário atender algumas exigências, entre elas estar filiado a algum clube de tiro. 
 
O despachante Mário Knichalla Neto trabalha no ramo há cerca de oito anos e conta que a procura pela compra de armas tem crescido ao longo dos últimos anos. Em 2020 e 2021, o assunto tem sido muito discutido em toda a sociedade e as normativas feitas pelo Governo Federal acabam fazendo com que as pessoas tenham mais acesso. 
 
“A nossa função é facilitar o processo para quem busca ter uma arma, até porque a legislação é alterada frequentemente. O processo demora um pouco, cerca de um ano. São dois processos distintos, mas os valores via despachante variam entre R$ 800 e R$ 1.100 para que a pessoa possa comprar um armamento”, explicou Mário.
 
O instrutor de tiro, Wender Alves Paderes contou que as mudanças na legislação deixaram o processo mais claro sobre o que é preciso para que a pessoa compre uma arma e quais são as justificativas em caso de negativa do pedido. “No primeiro momento os critérios de autorização e negativas em relação aos pedidos de compra eram vagos, subjetivos. Desde 2018, as normas ficaram mais claras. A procura sempre existiu. Os registros na Polícia Federal aumentaram pela maior autorização de pedidos”, explicou Wender.
 
A empresária Luciane Pereira Vanni é sócia de uma das mais tradicionais lojas que vendem armas em Uberlândia. Ela contou que a maior clareza em relação aos processos ajudou no aumento da procura nos últimos anos, até mesmo por parte das mulheres.
 
“A gente percebe que muitas estão em busca de praticar o tiro esportivo, que está em ascensão.”, comentou Luciane.
 
Segundo ela, as pistolas e as carabinas são os modelos mais buscados. A primeira é a mais requisitada por quem mora na cidade e pratica o tiro esportivo, e o segundo tipo é demandado por quem está na zona rural e busca garantir a integridade física de si mesmo e da família. Os preços das armas com maior saída na loja variam entre R$ 2.490 a R$ 6 mil.


 

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