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17/09/2021 às 18h24min - Atualizada em 17/09/2021 às 18h24min

Mesmo com flexibilizações, empresários ainda têm incertezas com eventos em Uberlândia

Formaturas, casamentos e festas com venda de ingresso geram dúvidas e questionamentos em realizadores e clientes

LORENA BARBOSA
Proprietária de buffet ainda percebe receio de clientes, mas disse que procura aumentou | STILLUS BUFFET/DIVULGAÇÃO
Apesar da liberação da Prefeitura de Uberlândia para eventos sociais e corporativos para até 400 pessoas, algumas comemorações continuam incertas. O que parece ser uma retomada vem gerando dúvidas não apenas nos organizadores e produtores, mas também em quem tem evento marcado. Algumas pessoas têm optado pelo cancelamento.
 
Ana Carolina Oliveira se formou em jornalismo no fim de 2020. Em 2018, ela assinou um contrato para a festa de formatura organizada para mais de 2 mil pessoas. A primeira data marcada era fevereiro de 2021. Logo, a festa foi transferida para maio e depois houve um novo adiamento para dezembro.
 
A insegurança a respeito da realização do evento levou a jornalista a abrir mão da sonhada comemoração de formatura mesmo faltando apenas duas parcelas para a quitação do contrato. Ela conseguiu fazer um acordo em que vai receber apenas 50% do valor que havia pago e vai começar a receber o reembolso no começo de 2022. Mesmo com o prejuízo, a formanda está satisfeita com a decisão.
 
“Eu tô feliz porque pra mim perdeu muito a graça de fazer a festa mais de um ano depois de formada. Acredito que pelo tamanho da festa, ela ainda não deve poder acontecer em dezembro como está estipulado. Deve haver mais um adiamento”, contou a Oliveira.
 
O Diário de Uberlândia entrou em contato com algumas casas de festas tradicionais na organização desse tipo de evento na cidade. As formaturas em sua grande maioria continuam suspensas. Isso porque é um evento que envolve muitos alunos e geralmente são festas para mais de 800 pessoas, o que ainda não está liberado. De acordo com o diretor de um desses salões, que preferiu não se identificar, apesar da desistência de alguns formandos, nenhuma festa chegou a ser cancelada. Todos os eventos foram reagendados conforme previsto no contrato.
 
CASAMENTOS
O diretor da casa de festa explicou ainda que, dentro do permitido, os organizadores estão retomando gradativamente os planejamentos de casamentos. Mesmo com a alteração do decreto que libera os eventos para este ano, muitos noivos decidiram não antecipar as celebrações que foram adiadas para 2022. No entanto, novos contratos já estão sendo fechados.
 
A mudança no decreto também beneficiou outros setores. Jenyffer Rodrigues é proprietária de um buffet e explicou que, enquanto as formaturas não acontecem, o aumento de pessoas permitidas em eventos levou a uma maior procura por festas de casamentos . Os noivos estão começando a se sentir seguros para fechar novos contratos.
 
Jenyffer explicou que, desde de maio quando foram liberados eventos para 50 pessoas, ela vem preparando os colaboradores para uma retomada segura ao trabalho. Foi feito um treinamento com todos. Luva e máscara são indispensáveis para a equipe. Ela também segue as medidas de biossegurança como distanciamento e uso de álcool em gel.
 
Para voltar a fazer eventos de casamentos, a empresa implantou um sistema de mapeamento de todos os convidados, para que consiga fazer um monitoramento pós-festa da contaminação de Covid-19. Rodrigues acredita que, desde que todo mundo tome as medidas sanitárias, é seguro voltar com as festas.
 
“Dentro de 15 ou  20 dias a gente entra em contato com os noivos para saber se não houve nenhuma contaminação. E até hoje, graças a Deus, nenhum dos eventos que a gente fez teve gente contaminada”, finalizou a empresária.
 
EVENTOS PAGOS
Produtores de eventos pagos também estão no escuro. É o caso de Lucas Cordeiro que tinha três grandes eventos planejados antes da pandemia, um deles com público de até 3 mil pessoas. Os três eventos foram cancelados, sendo que um deles já estava com ingressos vendidos e foi preciso fazer o reembolso para o público.
 
O produtor de eventos explicou que os empresários do setor estão sem perspectiva, mesmo após a autorização de eventos sociais e corporativos com até 400 pessoas. Um dos questionamentos é que não foi liberado nenhum planejamento para os eventos com venda de ingresso, mesmo com um público mais reduzido e com restrições.
 
Cordeiro questionou ainda a diferença entre um casamento para 400 pessoas e um evento legalizado com a venda de ingressos para 400 pessoas. Ele cita também a falta de planejamento para a retomada dos eventos, como existem em outras cidades do país, como em São Paulo, por exemplo.
 
“A minha crítica maior é que o produtor de eventos está completamente às escuras. Ele não tem um plano de retomada. A gente não sabe qual é o cenário ideal para a retomada de eventos. É quando todo mundo fica vacinado?A gente precisava saber isso para a gente ter um norte para trabalhar”, explicou o produtor.
 
Apesar da insegurança para 2021, Cordeiro organiza o Festival Timbre para setembro de 2022 e destaca que o ano está sendo mais de planejamento e fortalecimento de relações. “Eu tenho pensado em como seria um cenário de retomada, como fechar uma conta para eventos com menos pessoas. Tenho conversado muito com artistas a respeito de datas. É um trabalho mais de relacionamento”, finalizou o produtor de eventos.
 
O Diário de Uberlândia procurou o Município e solicitou um posicionamento sobre os questionamentos do produtor Lucas Cordeiro, mas até o fechamento desta edição não houve resposta.



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