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04/08/2021 às 15h31min - Atualizada em 04/08/2021 às 15h31min

Professores da rede estadual aderem à greve sanitária contra retorno de aulas presenciais

Aulas, em formato híbrido, retornaram nesta terça-feira (3); contudo, 120 professores e 23 escolas não aderiram ao retorno

GABRIELE LEÃO
Segundo Secretaria de Educação de Minas Gerais, atividades presenciais seguem com todo cuidado e segurança | Divulgação
Nesta terça-feira (3), retornam para as salas de aula professores e alunos da rede estadual de ensino, após o recesso iniciado no último dia 12 de julho. Paralelo a volta às aulas, 120 professores e 23 escolas aderiram à greve sanitária, por tempo indeterminado, contra o retorno das aulas presenciais.

Segundo o presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas (Sind-Ute), Guilherme Faria, a greve começou na última segunda-feira (2) e os professores apontam que os ambientes escolares não estão adequados para o retorno.

“O ambiente ainda é insalubre e incapaz de garantir a qualidade do trabalho. Nós não pretendemos voltar sem a imunização adequada, pois nem todos os professores estão imunizados. Uma coisa que é importante ressaltar é que para que haja educação e ensino, é necessário contato, trocas e interações e nosso período de permanência numa escola é de 4h30, mesmo tempo que o aluno permanece dentro da sala de aula. Se parar e analisar, ninguém passa tanto tempo dentro de um comércio”, explicou.

Guilherme aproveitou para comentar sobre a falta de vacinas e lotação das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). “Há dias estamos observando o aumento de casos de contaminação por coronavírus, chegando à margem dos mais de 300 casos diários e nesta segunda (2) já não havia mais leitos disponíveis, ou seja, mesmo com a vacinação de 51% da população e em parte dos professores, ainda não há nem mesmo previsão de vacinação para o restante do corpo escolar, que são os alunos. Como podemos voltar às aulas presenciais se não podemos assegurar que não haverá contaminação dos alunos e dos nossos familiares? Não temos vacinas suficientes para a população”, comentou.

OPINIÕES DIVERGENTES
A professora do primeiro ano do ensino fundamental, Valéria Cristina da Silva, é responsável por uma das turmas da Escola Estadual Professora Alice Paz, localizada no bairro Bom Jesus em Uberlândia, e há 20 anos trabalha na rede estadual. A educadora preferiu não aderir à greve sanitária. “Os alunos já foram muito prejudicados desde o início da pandemia e temos casos de diversos estudantes que não tem acesso a internet e ficam em casa sem fazer as atividades. Essa é, sem dúvidas, uma situação muito difícil para o aluno e para os professores”, comentou.

A professora ainda comentou que já tomou as duas doses da vacina contra a Covid-19 e retornou às aulas nesta terça-feira (3). “A escola está higienizada e os alunos já estão no piloto automático, no sentido de que estão entendendo sobre a situação atual, e já tomam os cuidados, como, lavar as mãos, trocar as máscaras e manter o distanciamento social”, destacou.

A docente disse ainda que na sala em que trabalha tem somente 10 alunos porque nem todos os pais aderiram ao retorno das aulas. “Ao todo, estão matriculados para o primeiro ano do ensino fundamental, 25 alunos e poucos aderiram. Mesmo com as aulas presenciais, temos o estudo online, mas nós sabemos que não é a mesma coisa”, encerrou.

Nesta primeira semana, as atividades nas escolas estaduais voltaram de forma híbrida, ou seja, aulas presenciais e online.  A expectativa é que o ano letivo seja finalizado no dia 17 de dezembro.

POSICIONAMENTO
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, em nota, informou: “Sobre a greve convocada pelo sindicato da categoria para a próxima semana, a Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) informa que vai acompanhar a adesão ao movimento nas escolas estaduais, mas reitera que o processo de retomada das atividades presenciais segue planejado com todo cuidado e segurança”, constou a nota.

A SEE reforçou que a retomada das atividades presenciais na rede estadual está acontecendo de maneira segura, híbrida, gradual e facultativa, seguindo rigorosamente todos os protocolos sanitários, desenvolvido em conjunto por um grupo de trabalho formado por especialistas nas áreas de saúde e educação, e balizado por critérios técnicos que orientam as deliberações do Comitê Extraordinário Covid-19.

“Todas as escolas realizaram um checklist criterioso para aplicação das adequações necessárias no ambiente, com regras de distanciamento e disponibilização dos equipamentos de proteção e produtos de higiene e limpeza. A retomada também inclui monitoramento de casos suspeitos da doença, com a possibilidade de afastamento progressivo de alunos, turmas e até o fechamento de escolas, em caso de necessidade”, finalizou a nota.


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