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25/07/2021 às 08h30min - Atualizada em 25/07/2021 às 08h30min

Órgãos de segurança pública utilizam redes sociais para divulgar ações

Perfis da PM e Bombeiros em Uberlândia ganham seguidores com postagens e linguagens leves; Ministério Público também usa canais para divulgar serviço prestado

SÍLVIO AZEVEDO
Perfil do 17° Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais divulga ações | Divulgação
As redes sociais são formas de comunicação em que muitas empresas e instituições públicas e privadas expõem seus produtos e serviços. Em Uberlândia, órgãos de segurança pública têm ganhado cada vez mais seguidores com a publicação da rotina de trabalho e gerado engajamento e proximidade com a comunidade, ainda mais com a utilização de uma linguagem mais simples e, muitas vezes, divertida.

De acordo com Leonardo Pereira, especialista em social media e supervisor de dados e BI, esse tipo de abordagem se tornou popular em meados de 2014, com a Prefeitura de Curitiba. “Além de ser criativo e divertido, tal forma de conteúdo gera, além do engajamento, uma referência na forma de tratar assuntos até então vistos como chatos. Quando falamos de instituições governamentais, tratar esses assuntos que sempre remetem a problemas de forma divertida e mais ‘leve’ cria associação com a marca e uma maneira de gerar uma interação que até então não existia”, explicou.

Segundo Leonardo, as instituições públicas devem ver a Rede Social como mais um canal de comunicação de forma ágil e dinâmica pois, segundo ele, ali o usuário tem voz, pode falar e espera ser escutado (respondido).

“Estar apto para conversar nestes canais é o maior retentor de dados positivos como o engajamento do perfil em qualquer rede social que seja. Hoje, juntamente com o Google, as redes sociais são uma forma de pesquisa para qualquer usuário em qualquer necessidade momentânea. Estar apto para conversar ali e dar agilidade e praticidade a qualquer atendimento é de vital importância, até para, além do engajamento, trazer a ideia de importância da tratativa que acontece nestes canais”, apontou.

Porém, Leonardo Pereira alerta sobre o SLA, que é o tempo médio de resposta. Estar com scripts alinhados e tratativas para questões específicas já definidas, faz com o que o SLA em qualquer rede social seja aceitável. Lembrando que a maioria dos contatos em perfis públicos e ou privados já se iniciam com insatisfação de algo que ocorreu por parte do usuário. Ter um atendimento rápido e atencioso na rede social pode gerar ainda mais engajamento.

BOMBEIROS
Em Uberlândia, o perfil do 5º Batalhão de Bombeiro Militar no Instagram já ultrapassou a marca de 41,5 mil seguidores, com publicações informativas sobre atendimentos utilizando uma linguagem mais popular, em algumas situações, com muito bom humor.

“A própria criação do nosso perfil no Instagram já gerou um envolvimento maior da população com nossa corporação. Para aumentar ainda mais esse envolvimento, criamos algumas enquetes, abrimos caixas de perguntas e compartilhamos imagens que os próprios seguidores registram e nos marcam”, explicou o sargento Dhiego Costa, responsável pelas publicações.

O engajamento nas publicações vem muito da interação entre a página e os seguidores, e a atenção dada a todos que mandam mensagens e, nas postagens, a utilização de uma linguagem mais popular, mas sempre com respeito e informações claras.

E se engana quem pensa que há resistência por parte dos superiores por causa dessa linguagem mais popular. “Até o momento, a aceitação tem sido boa. É uma maneira que encontramos de divulgar o nosso serviço de uma maneira leve e descontraída. Além disso, todas as nossas informações repassadas são alinhadas com a política de comunicação do Governo do Estado”, disse o sargento.
Entre o perfil de seguidores da página, a maior parte, 62,3%, são mulheres. Já a faixa etária mais presente é entre 25 e 34 anos, com 40,5%. Ainda de acordo com o sargento Dhiego Costa, as postagens que geram maior engajamento são as que envolvem salvamento de animais em situação de risco.

POLÍCIA
O perfil do 17° Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais também divulga as ocorrências e ações desenvolvidas junto à comunidade. Criado em janeiro deste ano, já são quase sete mil seguidores que acompanham o dia a dia da corporação.

“A rede social já é uma nova realidade na Polícia Militar e se materializa como mecanismo institucional de comunicação importante com o público externo, que é a população. É uma ferramenta que proporciona um alcance maior e permite a divulgação das atividades de prevenção e repressão. Não apenas ocorrências exitosas, mas também ações sociais (ACISO), entrega de cestas básicas, visitas a crianças que ligam no 190 pedindo a PM, dentre outras. O público interage e elogia a atuação da Polícia nessas ações”, explicou o tenente Paulo José de Azevedo.

Entre as formas de comunicação, estão as mensagens via direct que vão desde elogios sobre a atuação até a informação com denúncia de festas clandestinas ou crimes que são praticados. Nas postagens, o cuidado com a exposição indevida. “Não postamos imagem dos presos, por exemplo. Também evitamos identificar placa de veículos em operações. As pessoas que são expostas no feed são aquelas que autorizaram a publicação da imagem, especialmente as crianças com autorização dos pais”, reforçou o tenente.

MINISTÉRIO PÚBLICO
Procurado pelo Diário, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também se posicionou sobre o uso das redes sociais. Informou que o foco das redes sociais oficiais do MPMG é o público em geral. “A nossa principal vertente de divulgação é o que chamamos de atividade fim, ou seja, o serviço que a Instituição presta à sociedade. Temos contas no Facebook, Twitter, Instagram, Linkedin e Youtube, estamos sempre buscando inovações tanto na linguagem que usamos como na técnica de operação das redes”, constou. 

Ainda de acordo com o MPMG, com foco no interesse público, a instituição busca informar o cidadão sobre serviços, novidades em termos de legislação, direitos, além de mostrar os bastidores da atuação dos integrantes da mesma, até como forma de estreitar a relação com os seguidores.

“Trabalhamos com redes há cerca de 10 anos com um constante crescimento no número de seguidores e nos índices de engajamento. A equipe que trabalha com as redes é multidisciplinar, com pessoas dos vários ramos da comunicação, como jornalismo, publicidade e relações públicas e isso traz uma grande diversidade para os trabalhos que publicamos.  Buscamos temas que, além de fazerem parte da atuação do MPMG, estão próximos do público, dando destaque ao que a população precisa saber para exercer a sua cidadania”, mencionou.

Por serem canais abertos às interações com o público, segundo o Ministério Público de Minas Gerais, a instituição recebe diariamente dezenas de comentários, dúvidas e denúncias. Também de acordo com o MPMG, por esses canais, a instituição informa e direciona os seguidores para que possam ser atendidos da melhor forma possível.

“Consideramos que os seguidores do MPMG nas redes sociais são bastante engajados e contribuem com construção da informação à medida que apresentam muitas questões, críticas, opiniões, reclamações, denúncias. É comum pensarmos novos conteúdos a partir das interações recebidas. Alguns temas têm especial capacidade de gerar mais engajamento, como a defesa dos animais, direitos do consumidor, operações de cumprimento de mandados de busca e de prisão. Neste momento de pandemia, somos bastante questionados sobre o retorno às aulas presenciais no estado, sobre questões envolvendo irregularidades na vacinação contra a Covid-19, o que acaba refletindo nas produções de conteúdo que fazemos sobre o assunto e no aumento do interesse público”, conclui o MPMG.
 
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