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18/06/2021 às 13h40min - Atualizada em 18/06/2021 às 13h40min

PC descarta possibilidade de assassinato em afogamento de jovem na represa de Miranda

Depoimento de testemunhas e perícia do corpo da vítima esclareceram aos investigadores que foi um acidente

NILSON BRAZ
Corpo da jovem foi encontrado três dias depois de ela cair da lancha na represa | CORPO DE BOMBEIROS/DIVULGAÇÃO
A Polícia Civil confirmou, nesta quinta-feira (17), que descarta qualquer hipótese de assassinato no caso da jovem Taynara Layla Gonçalves Barbosa, de 21 anos, que morreu afogada na represa de Miranda depois de desaparecer ao cair da lancha no último sábado (12). O corpo da jovem foi encontrado na terça-feira (15). De acordo com o delegado chefe da Polícia Civil, Marcos Tadeu de Brito Brandão, outras duas testemunhas foram ouvidas na tarde desta quinta, mas a possibilidade de assassinato já foi descartada pela investigação.

Ainda segundo o delegado, o inquérito foi instaurado na segunda-feira (14) para investigar o que teria acontecido no local onde ocorreu o afogamento, mas a quantidade de informações falsas que foi repassada à polícia acaba colaborando para que a investigação se prolongue.

“A hipótese de homicídio surgiu do famoso ‘disse que me disse’. Os investigadores ouviram que ‘fulano disse que foi ameaçado, sicrano está comprando não sei o que’. Eu acabei de ouvir duas testemunhas sobre o episódio, não tem nada disso. E isso atrapalha demais a investigação”, afirmou Marcos Tadeu, que informou que o corpo da jovem já passou por perícia.
O delegado falou ainda sobre a informação de a lancha e o condutor estarem irregulares. Ele disse que essa questão específica não é a Polícia Civil que apura e, sim, a Marinha do Brasil. “A polícia investiga a cena, o que ocorreu, o fato morte. Nós investigamos isso. Essa questão administrativa, se tinha placa, se estava regular, isso não é com a gente”, finalizou o delegado.
A investigação ainda está em andamento e, segundo o delegado, pode durar todo o período do inquérito, que é de até 30 dias.

FAMÍLIA
No dia em que o corpo foi encontrado, o padrasto da jovem conversou com o Diário de Uberlândia. Na ocasião, ele falou sobre as informações que as testemunhas passaram e sobre o trabalho de investigação da polícia.
“Existem várias contradições entre as pessoas que estavam na lancha. Até mesmo em relação ao local onde teria sido o fato. A família só quer a verdade”, afirmou o padrasto, Weslei Freitas.

BOMBEIROS
O trabalho de buscas aconteceu nos três dias após o acidente e o corpo foi encontrado na terça-feira (15). De acordo com o Corpo de Bombeiros, foi feito um mapeamento e a divisão em quadrantes da área para o início das buscas, tanto na superfície, quanto com os mergulhadores. Os militares disseram ainda que as informações repassadas por testemunhas eram desencontradas e que isso acabou dificultando as buscas, já que a cada nova informação as estratégias tinham que ser readequadas.

Este tipo de acidente acende, mais uma vez, o alerta sobre os riscos que ambientes naturais podem oferecer. E que rios, lagos e represas são completamente diferentes de ambientes controlados, como as piscinas.
“Muitas vezes, os riscos estão ocultos. Correntezas, galhos, buracos e animais apresentam riscos para os banhistas. Na piscina esses riscos não existem, porém, também são necessários cuidados como não ingerir bebida alcoólica se for nadar, utilizar coletes salva-vidas se a piscina for funda e redobrar a atenção com as crianças”, disse o sargento do Corpo de Bombeiros, Dhiego Costa.

Segundo dados levantados pelos bombeiros, o número de registros de afogamento tem aumentado na cidade. Foram atendidas 13 ocorrências envolvendo pessoas afogadas neste ano de 2021. Em igual período do ano passado foram registradas 10 ocorrências da mesma natureza.

ORIENTAÇÕES
Os militares orientam que tentar socorrer uma vítima de afogamento pode ser muito perigoso. “Se você não tiver o treinamento adequado, o ideal é não entrar na água para tentar salvá-la. Você pode se transformar em mais uma vítima. O certo é tentar lançar um galho, uma boia, uma corda ou outro objeto para que ela flutue e possa ser puxada até um local seguro” afirmou o sargento.

Em casos desse tipo, é fundamental solicitar o atendimento dos bombeiros. Após a retirada da pessoa da água, a orientação é de manter a vítima aquecida, sentada se estiver consciente, ou deitada lateralmente se ela estiver desacordada, até a chegada do socorro.


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