Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
13/06/2021 às 12h00min - Atualizada em 13/06/2021 às 12h00min

Região de Uberlândia registra recorde de exportações com crescimento de 11,4%

Alta foi motivada pelo aumento dos preços das commodities, como a soja e a carne bovina

FERNANDO NATÁLIO
Segundo economista, soja lidera ranking com 44,18% da participação I Foto: Arquivo pessoal
A Região Intermediária de Uberlândia (RIU) apresentou recorde em valor total de exportações no primeiro quadrimestre deste ano. Formada por 24 municípios, com destaque para Uberlândia, a região contabilizou US$ 530,02 milhões (ou R$ 2,94 bilhões) em exportações e 790,37 mil toneladas nos quatro primeiros meses de 2021, superando os mesmos períodos nos anos anteriores.
 
Os dados são do Boletim de Comércio Exterior da RIU (http://www.ieri.ufu.br/cepes/publicacoes/boletins/comercio-exterior), realizado pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU). A alta foi motivada pelo aumento dos preços das commodities, conforme apontou o doutor em Economia pelo Programa de Pós-Graduação de Economia da UFU (PPGE/IERI/UFU), Henrique Ferreira de Souza.
 
“Essa elevação dos preços é um movimento que ocorre no mundo de valorização das commodities. Como esses produtos são exportados pela Região Intermediária de Uberlândia, houve essa alta apresentada. E esses resultados vistos no mundo têm gerado um debate sobre o boom das commodities”, explicou a doutor em Economia.
 
O valor total de exportações feitas pela RIU foi 11,4% superior em relação ao obtido no período de janeiro a abril de 2020 e a toda série histórica do Boletim de Comércio Exterior da RIU, registrada desde 1997. O aumento do valor das exportações aconteceu mesmo com a queda de 10,10% das quantidades exportadas em relação ao mesmo período do ano passado.
 
Ainda de acordo com o economista, as commodities que mais impactaram nos valores totais exportados pela Região Intermediária de Uberlândia foram o óleo de soja, na dianteira, seguido pelas rações e o café na terceira posição dessa classificação. “E a maior variação de preços que impulsionou esse recorde foi do óleo de soja”, apontou. Também conforme o doutor em Economia, os principais produtos exportados pela região são a soja, na liderança deste ranking, sendo responsável por 44,18% do valor total obtido, e a carne bovina na sequência. Completam esta relação o farelo de soja, o café e o açúcar.
 
A FORÇA DE UBERLÂNDIA
Uberlândia é a principal cidade exportadora da região, seguida por Araguari. Dos 24 municípios que compõem a Região Intermediária de Uberlândia (RIU), oito exportaram no primeiro quadrimestre de 2021. Desses, Uberlândia, Araguari e Ituiutaba, nesta ordem, foram os maiores exportadores, concentrando 95,51% dos valores totais no período, segundo os dados do Boletim de Comércio Exterior da RIU.
 
Dessa forma, os municípios de Uberlândia e Araguari seguem na liderança entre as principais responsáveis pelo aumento das exportações da região no período analisado, elevando suas vendas externas de US$ 232,01 milhões e US$ 177.92 milhões, em 2020, para US$ 262,85 milhões e US$ 198,94 milhões, em 2021, respectivamente, nos quatro primeiros meses.
 
Além do aumento dos preços e do boom das commodities, os resultados recordes do início de 2021 também podem ser explicados, conforme o Boletim de Comércio Exterior, pelo valor da taxa de câmbio, que apresentou movimento de depreciação (elevação), em relação ao período de 2020. A média da taxa foi de R$ 4,67 (US$ 1,00), no primeiro quadrimestre do ano passado, para R$ 5,50 (US$ 1,00), nos quatro primeiros meses de 2021, o que proporcionou maior lucratividade para os exportadores, em contrapartida de um maior custo para os importadores.
 
“Além disso, os valores das commodities praticados nos anos anteriores estavam baixos e a expectativa de crescimento futuro de China e Estados Unidos já esta impactando na melhora dos preços dos produtos exportados”, observou Henrique Ferreira de Souza.
 
EFEITOS POSITIVOS E NEGATIVOS
Também de acordo com o doutor em Economia pelo Programa de Pós-Graduação de Economia da UFU, o aspecto positivo destes aumentos dos valores dos produtos exportados pela Região Intermediária de Uberlândia (RIU) é a melhora do cenário para os produtores que trabalham com essas commodities valorizadas, como a soja e a carne bovina.
 
“E os pontos negativos dessas variações são que as exportações não impactam muito na geração de emprego e renda no país e o aumento dos valores dos produtos exportados geram elevação dos preços dos produtos no mercado interno. A moeda desvalorizada e as commodities tendo aumento de preços pressionam os valores internos, que podemos ver facilmente no nosso mercado”, concluiu o doutor em Economia Henrique Ferreira de Souza.
 
IMPORTAÇÕES EM ALTA
Durante o primeiro quadrimestre de 2021, as importações também atingiram valores superiores a toda a série. As compras externas, entre os meses de janeiro e abril deste ano, somaram US$ 153,33 milhões (ou R$ 841,37 milhões), um valor 88% superior ao das importações do primeiro quadrimestre de 2020 na Região Intermediária de Uberlândia (RIU).
 
Dos 24 municípios da RIU, nove importaram entre janeiro e abril de 2021, sendo Uberlândia e Araguari os principais importadores, concentrando 88,93% das compras totais no período, segundo os dados que constam no Boletim de Comércio Exterior da RIU, realizado pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU).

VEJA TAMBÉM:

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90