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12/05/2021 às 13h28min - Atualizada em 12/05/2021 às 13h28min

Uberlandenses que moram em outros países relatam realidade da vacinação fora do Brasil

Imigrantes nos Estados Unidos confirmam que imunização está avançada; em alguns países da Europa processo segue em ritmo lento

BRUNA MERLIN
Rodrigo Coutinho (30) mora há cerca de dois anos em Hartford e já foi vacinado contra a Covid-19 I Foto: Arquivo pessoal
A chegada da vacina contra a covid-19 trouxe esperanças de dias melhores para toda a população mundial, mas o cenário da vacinação é diferente em cada país. O Diário de Uberlândia conversou com moradores de Uberlândia que estão residindo em outros países, que relataram como está a situação e a administração da imunização depois de mais de um ano de pandemia.
 
Rodrigo Coutinho Dias, de 30 anos, morou em Uberlândia por muito tempo, mas decidiu se mudar para os Estados Unidos em busca de uma melhor qualidade de vida. Atualmente, ele vive há mais de dois anos em Hartford, capital do estado de Connecticut, e conta que já foi vacinado contra o coronavírus.
 
“Fui vacinado há mais ou menos um mês. Recebi a vacina da Johnson & Johnson que é só uma dose”, detalhou.
 
Coutinho relatou que a vacinação no país já está bem avançada e liberada para todas as idades. Além disso, segundo ele, o processo é bem mais rápido e fácil do que no Brasil.
 
“Estava em um supermercado quando um representante me parou e perguntou se eu tinha interesse em me vacinar. Eu disse que sim e ele me levou até uma biblioteca pública da cidade onde estava sendo aplicada a vacina. Em minutos recebi o imunizante”, explicou ele.
 
Para a design de interiores, Yasmin Delfino, de 31 anos, que mora há mais de três anos na cidade de Clermont no estado da Flórida, o processo para a vacinação também foi tranquilo. Ela também foi vacinada com o imunizante da Johnson & Johnson há cerca de um mês.


“Não precisou de agendamento prévio ou cadastro. Apenas compareci a um dos pontos, preenchi uma ficha e esperei na fila para receber a vacina. É muito difícil encontrar alguém que ainda não foi vacinado aqui, sejam turistas ou moradores mesmo”, relatou.
 
Tanto Yasmim quanto Rodrigo informaram que a situação nos Estados Unidos já está normalizada e as atividades comerciais e sociais já estão funcionando normalmente. Contudo, a utilização de máscara e distanciamento social ainda são normas exigidas em locais públicos e fechados.
 
“As pessoas respeitam bastante as regras e isso já ajuda muito. Além disso, também há fiscalização das autoridades nos locais públicos e comércios”, complementou Rodrigo.
 
Por fim, os imigrantes lamentaram a situação da vacinação no Brasil e disseram que não pretendem voltar a morar no país devido aos diversos problemas econômicos e políticos. “Por conta da situação que se encontra o país, não vejo perspectiva de melhora. A insegurança, violência, o alto custo de vida e a falta de saúde de qualidade me assombram. Pretendo voltar somente para visitar a família e não para morar novamente”, concluiu Delfino.
 
EUROPA
Ao contrário dos Estados Unidos, alguns países da Europa estão com o processo de vacinação em ritmo lento. É o que confirmou o uberlandense e jornalista José Dagmar de Oliveira Júnior, de 39 anos, que mora em Vicenza, na Itália, desde 2018.


“A imunização da população ainda está bem lenta e somente os idosos estão sendo vacinados. A média de mortes todos os dias é de 300 pessoas. A situação é bem horrível aqui ainda, mas a previsão é de que o processo seja agilizados nos próximos dias”, destacou.
 
Ainda de acordo com Dagmar, as restrições econômicas e sociais seguem rígidas. Na cidade onde mora, o toque de recolher está sendo cumprindo desde outubro do ano passado e apenas alguns comércios podem funcionar como, por exemplo, restaurantes.
 
“As pessoas já estão cansadas de tantas regras, porém respeitam na medida do possível, já que a multa é alta e não tem desculpa. Eles não deixam passar. São 400 euros para quem for pego não respeitando o toque de recolher ou promovendo aglomeração”, disse.
 
Apesar dos problemas, o jornalista segue esperançoso e acredita que tomará a vacina em breve. “Esperamos por dias melhores e que venha mais investimento na vacinação”, finalizou.
 
No sul da Europa, em Portugal, a vacinação contra o coronavírus também está avançando de forma gradativa. Segundo Dâmaris Borges Fernandes, de 38 anos, que mora há mais de três anos em Braga, a imunização ainda segue no grupo dos idosos com idade entre 65 e 70 anos.



“Minha mãe, que tem 68 anos, já foi vacinada com a primeira dose e aguarda agendamento para receber a segunda dose. A minha faixa etária deve ficar mais para os últimos meses do ano”, explicou.
 
Em Braga, algumas atividades econômicas estão funcionando, mas as autoridades estão em observação e exigem que a população tome os devidos cuidados. “Alguns estabelecimentos funcionam com horário reduzido, como bares e restaurantes. Mas, tudo está funcionando quase que dentro da normalidade”, confirmou.
 
Europa Central

Em outra parte da Europa, na Suíça, as restrições e as fiscalizações seguem rígidas. De acordo com o psicólogo Rodrigo Teixeira Lopes, que vive há dois anos em Berna, as empresas continuam em home office e somente nos últimos dias que foi liberado o funcionamento de bares e restaurantes com mesas e cadeiras do lado de fora.
 
“O uso de máscara é obrigatório em todos os locais públicos, inclusive no transporte público. A fiscalização é feita e as pessoas estão respeitando bem”, complementou.
 
Diferente de outras regiões do continente, na Suíça a vacinação contra a Covid-19 está mais avançada. Segundo Rodrigo, ele recebeu a vacina no começo de abril já que ele entrou para o grupo prioritário por conviver com asma alérgica.
 
“Pessoas com comorbidades já estão sendo vacinadas, mas já há uma previsão de que a vacina comece a ser aplicada em pessoas sem doenças pré-existentes agora neste mês de maio”, afirmou.
 
 
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