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06/05/2021 às 09h00min - Atualizada em 06/05/2021 às 09h00min

Festival In Casa mobiliza doações para ajudar classe musical

Shows, que serão transmitidos pela internet, acontecem neste sábado (8)

NILSON BRAZ
Evento está em sua segunda edição e contará com 12 atrações | Foto: Divulgação
No vai vem do funcionamento de bares e restaurantes, uma classe que ficou praticamente sem ter como trabalhar foram os cantores e instrumentistas. Com esses lugares fechados, ou com o público mais reduzido, os poucos cachês que ainda foram oferecidos ficaram bem menores do que antes.

Na busca por uma alternativa, alguns músicos se reuniram e formaram a Associação dos Músicos de Uberlândia (AMU). O grupo se organizou e fez um levantamento dos integrantes da classe musical e, principalmente, daqueles que dependiam totalmente do trabalho artístico para sobreviver e que com a pandemia começou a passar dificuldades.

“O festival surgiu no início da pandemia com a missão de ajudar os músicos da cidade. Como não existia um cadastro formal deles, nós assumimos o papel de uma instituição. Agora, como já existe a AMU, vamos ajudar a formalizar os profissionais da categoria e dar apoio de uma forma geral, não só nesse momento de pandemia”, disse a cantora Mari Simões.

E um dos principais projetos da AMU, para conseguir dar apoio à classe musical, é o ‘Festival In Casa’. Shows que serão transmitidos pela internet feitos pelos principais nomes da música local. O objetivo é chamar a atenção do pessoal que gosta de música para ajudar esses trabalhadores que ainda não podem voltar a se apresentar presencialmente.

O evento, que vai para a sua segunda edição, acontece neste sábado (8), a partir das 17h, e conta com 12 atrações com nomes conhecidos no cenário musical de Uberlândia. Serão horas de apresentações transmitidas pelo YouTube. A forma de arrecadação será pela venda de camisetas do festival e todo o valor será destinado para a AMU e depois será repassado aos músicos e famílias cadastradas na associação.

Quem viu a renda cair por completo foi a cantora Ariane Torga. Sem a possibilidade de fazer shows, ela contou com a ajuda da família para se sustentar. “A minha sorte é que meu marido, que também é músico, é formado em música, dá aula no conservatório e conseguiu pegar algumas aulas por fora. Mas metade da renda dele vinha dos eventos. Então eu fiquei sem renda e a dele foi para a metade. Ele teve que dar aulas particulares para suprir. Além disso eu tive que me mudar pra casa da minha mãe. Então eu tive a ajuda da minha família. Mas alguns músicos que nem isso tem. Chefes de família que passaram necessidade mesmo”, disse.

A idealizadora do festival disse ainda que a importância do evento está em não expor essas pessoas a condições mais perigosas do que já existem no dia a dia. “Teve uma época que voltou a ter música em bar, a maioria dos músicos pegou covid nesse período. Além de do fato de que estavam ganhando muito pouco, porque os bares voltaram com uma proposta de cachê bem menor. Eu mantenho contato com o pessoal, eu falo para os músicos não voltarem. Porque não está na hora de voltar. Porque se não volta em um cenário muito pior. Colocando a vida em risco e não resolvendo o problema financeiro deles”, finalizou Mari Simões.

PRIMEIRA EDIÇÃO DO ‘FESTIVAL IN CASA’
A primeira edição do ‘Festival In Casa” aconteceu em maio de 2020 e também foi transmitida pelo YouTube. Foram mais de seis horas de apresentações, atingindo a marca de 14 mil visualizações na plataforma. O evento conseguiu arrecadar aproximadamente R$ 20 mil, cestas básicas, máscaras, frascos de álcool gel e alimentos.

PROGRAMAÇÃO 2021
O Festival In Casa será exibido em um canal próprio na plataforma do YouTube. É só procurar pelo nome “Festival In Casa” na caixa de busca. Vão se apresentar: Carlinhos (Quinteto Samba), Miguel Cabral (Good Vibe), Rennes Valentini (pop rock), Juliana Pena (jazz), Walteny Marck (moda caipira), Jhean Marcell (pop music), Rafael Trio Sucupira (forró), Claudia Luz (soul), Natânia Borges (afro pop), Ricardo Simplycio (rock), Natália Martins (sertanejo universitário), e Rafael Paquá (pagode).

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