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04/02/2021 às 08h08min - Atualizada em 04/02/2021 às 08h08min

Dia Mundial de Combate ao Câncer ressalta importância do diagnóstico precoce

Oncologista de Uberlândia diz que, além de fatores genéticos, estilo de vida também influencia na possibilidade de ter tumores cancerígenos

BRUNA MERLIN
Mais de 250 mil novos casos dos dez principais cânceres foram registrados em 2020 no Brasil | Foto: Arquivo/Diário de Uberlândia
O Dia Mundial de Combate ao Câncer é comemorado nesta quinta-feira (4) e reforça a importância da realização de exames preventivos para o diagnóstico precoce. Em 2020, o Brasil registrou mais de 250 mil novos casos dos dez principais cânceres que acometem mulheres e homens.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer, o câncer de próstata é o que mais acomete homens no país. No ano passado, 65.440 pessoas foram diagnosticadas com a doença. Os cânceres de cólon e reto, assim como de traqueia, brônquio, pulmão, estômago e cavidade oral, também estão entre os principais cânceres que atingem a população do sexo masculino.
 
Localização Primária Casos Novos
Próstata 65.840
Cólon e Reto 20.540
Traqueia, Brônquio e Pulmão 17.760
Estômago 13.360
Cavidade Oral 11.200
 
Em relação às mulheres, o câncer de mama é o principal. Somente no ano passado, 66.280 casos foram diagnosticados no Brasil. Os cânceres de cólon e reto, e colo de útero também estão entre os que mais acometem as mulheres.
 
Localização Primária Casos Novos
Mama feminina 66.280
Cólon e Reto 20.470
Colo do útero 16.710
Traqueia, Brônquio e Pulmão 12.440
Glândula Tireoide 11.950
 
A moradora de Uberlândia, Silvânia Mendes, de 56 anos, venceu o câncer de mama, em 2019, após um ano de luta, com muitas sessões de quimioterapia e radioterapia. Ela descobriu o nódulo no seio direito em julho de 2018 e logo começou o tratamento.

“Realizei a cirurgia para retirar a mama e, em seguida, comecei as sessões de quimioterapia e radioterapia. Foram mais de 40 sessões, que terminaram em outubro de 2019”, explicou.


Silvânia não tem histórico familiar de câncer e descobriu a doença porque se comprometia a fazer exames anuais de mamografia. Com o diagnóstico precoce, ela conseguiu realizar o tratamento e já está há meses livre do câncer.

“Agora, eu faço somente o acompanhamento e estou super bem. Se Deus quiser, não terei essa doença novamente e continuarei me cuidando fisicamente para continuar forte”, destacou.
 
PREVENÇÃO
Conforme dito pelo oncologista Rogério Araújo, existem dois tipos de prevenção contra os cânceres que são muito importantes. A prevenção primária se trata do estilo de vida das pessoas que deve ser adaptado o mais rápido possível como, por exemplo, boa alimentação, prática de exercícios físicos, uso de filtro de solar durante exposição ao sol e largar o vício do tabaco.

“Somente 20% dos tumores são geneticamente programados. Os outros 80% se tratam se fatores relacionados ao estilo de vida das pessoas. O consumo de tabaco, má alimentação, falta de exercícios físicos, tudo isso pode aumentar as chances de ter um tumor cancerígeno”, detalhou.

Ainda de acordo com o médico, a prevenção secundária é o diagnóstico precoce. É importante a realização de exames em um check-up todos os anos. “Homens com mais de 50 anos já devem ficar atentos e fazer a avaliação anual da próstata. As mulheres com idade acima de 40 anos também já devem se preocupar com a mamografia anual. Além disso, elas precisam fazer o exame de papanicolau assim que começar a atividade sexual”, complementou.

As pessoas que têm histórico familiar de cânceres devem começar a realizar exames preventivos dez anos antes da idade que o parente teve a doença, de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
 
PANDEMIA
O oncologista Rogério Araújo ressaltou que a pandemia do novo coronavírus não pode ser um empecilho para que as pessoas marquem consultas médicas e exames para prevenção, diagnóstico e/ou tratamento de câncer. O médico contou que muitos pacientes que estavam em tratamento da doença morreram, durante a pandemia, porque deixaram de fazer o acompanhamento por medo de contrair a Covid-19.

“No início, todo mundo se assustou e o número de diagnósticos de cânceres caiu significativamente. Entretanto, todos nós conseguimos nos adaptar durante a pandemia, e as clínicas e laboratórios trabalham de forma rigorosa para garantir a segurança dos pacientes. Não podemos deixar isso de lado, porque todos os anos são inúmeras mortes”, concluiu.



 

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