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14/01/2021 às 12h07min - Atualizada em 14/01/2021 às 12h07min

Cardiopatas são maioria entre pacientes de Covid com comorbidades

Boletim aponta que 15,93% dos hospitalizados possuem cardiopatias

FERNANDO NATÁLIO
​Hospital Santa Catarina atende pacientes internados com doença em Uberlândia | Foto: PM/Divulgação
Pessoas com cardiopatias formam o maior grupo de pacientes que têm comorbidades e enfrentam complicações em decorrência da covid-19. Em Uberlândia, segundo o boletim epidemiológico divulgado na terça-feira (12) pela Secretaria Municipal de Saúde, 15,93% dos pacientes com coronavírus hospitalizados, atualmente, na cidade têm cardiopatias. É o maior percentual dentre as pessoas com doenças preexistentes.
 
No boletim de segunda-feira (11), este índice chega a 19,88%.  Na sequência desse ranking aparecem as pessoas que já tinham diabetes e pneumopatias, representando 8,24% cada um desses grupos.
 
No Brasil, os números do coronavírus também mostram essa relação entre as complicações causadas pela covid e as cardiopatias. Segundo o Boletim Epidemiológico mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde, entre as mais de 200 mil mortes provocadas pela doença até o momento, 81.147 envolveram pacientes que tinham cardiopatias, ou seja, 40,5% do total. Na sequência desse ranking, aparecem as pessoas que já tinham diabetes e foram a óbito, totalizando 61.522, equivalente a 30,5%.
 
Segundo Rodrigo Penha de Almeida, cardiologista e hemodinamicista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), o principal fator que faz os cardiopatas serem os mais afetados pela covid dentre os pacientes com comorbidades é o alto índice de internação e mortalidade que as doenças cardíacas têm no país. “As doenças cardiovasculares já são as de maiores prevalência e gravidade no Brasil. Isso leva a ter mais complicações entre os pacientes com covid”, explicou.
 
Ainda de acordo com o médico, os cardiopatas devem redobrar os cuidados, com o uso de máscara e álcool em gel e evitando aglomerações, para não sofrerem com as complicações da covid. “Primeiramente, devem se prevenir para não se infectarem. Mas, se isso ocorrer, precisam ter acompanhamento médico, que não deve ser procurado tardiamente. Além disso, é muito importante que quem tem cardiopatia não pare de tratar suas doenças preexistentes durante a pandemia, pois temos visto isso ocorrer e, consequentemente, aumentar números e infartos e de mortes de pessoas em residência”, pontuou o cardiologista.
 
SUPERAÇÃO
Após sofrer um infarto em novembro de 2019, a secretária Sandra Mara Gil de Albuquerque Borges (56) teve que colocar um stent no coração. Pouco mais de meio ano depois, em julho de 2020, ela teve coronavírus.

Em entrevista ao Diário, a cardiopata contou que teve várias complicações da covid-19. “Tive falta de ar, comprometimento pulmonar, febre alta, dores no corpo e de cabeça, fraqueza e emagreci 8 quilos porque estava sem apetite e paladar. Quase fui internada e corri risco de ser entubada”, disse.

Segundo ela, sua recuperação foi gradativa. “Deus me deu uma nova oportunidade na vida”, afirmou. “Depois, fiz uma série de exames e eles apontaram que me recuperei totalmente. Mas tive muito medo enquanto estava doente”, explicou.

Outros reflexos da doença, de acordo com Sandra, foram a perda do paladar e a depressão. Ainda de acordo com a secretária, hoje ela toma muito mais cuidados para evitar uma nova contaminação pela doença. “Uso máscara o tempo todo, álcool em gel e evito aglomerações. Temos que continuar a viver, mas com todos os cuidados e prevenções recomendados. E aguardamos a vacinação, para que possamos evitar novos problemas e ficar livre desse mal”, contou.  
 


 

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