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17/12/2020 às 08h09min - Atualizada em 17/12/2020 às 10h26min

Operação Segunda Pele combate sonegação fiscal em comércio de couro

Mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos em Uberlândia, Uberaba e outras cidades mineiras

DA REDAÇÃO
Um dos mandados judiciais é cumprido em uma residência do bairro Jardim Botânico em Uberlândia | Foto: Diário de Uberlândia
Foram cumpridos, na manhã desta quinta-feira (17), 47 mandados, sendo 13 de prisão preventiva e 34 de busca e apreensão em diversas regiões do estado durante a operação Segunda Pele, que apura os crimes de organização criminosa, sonegação tributária e lavagem de dinheiro, praticados no setor de comércio de couro derivado do abate de animais. Em Uberlândia, houve o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão e outros quatro de prisão.

As diligências também ocorreram em municípios da Zona da Mata, Vale do Aço, Sul de Minas, Centro-Oeste, Norte e outras cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, incluindo as cidades de Uberaba, Santa Vitória e Prata. Houve ainda mandados em Uberlândia cumpridos nos bairros Jardim Botânico, Laranjeiras e Tubalina.


A operação é fruto da integração entre o Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Coordenadoria Regional da Ordem Econômica e Tributária do Triângulo e Noroeste, da Promotoria de Justiça de Santa Vitória e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco),  além da Receita Estadual, Polícia Militar e Polícia Civil.

Participaram do cumprimento dos mandados três promotores de justiça, 75 servidores públicos da Receita Estadual, dois delegados da Polícia Civil, 32 policiais civis e 70 Policiais Militares, além do apoio operacional dos Gaecos de Uberlândia, Uberaba, Patos de Minas, Ipatinga, Montes Claros, Juiz de Fora e Divinópolis.

INVESTIGAÇÕES
Segundo as investigações, o suposto esquema de sonegação fiscal funciona com a compra e venda de couro de frigoríficos e abatedouros de animais para outros estados, utilizando-se de “laranjas” para o não pagamento do imposto devido, causando um prejuízo de mais de R$ 62 milhões nos últimos cinco anos aos cofres do Estado, podendo ultrapassar os R$ 100 milhões após auditoria do Fisco. Os crimes
 estariam sendo cometidos por empresários, coureiros (atravessadores), contadores e os “laranjas”.

Só na região foram apreendidos mais de R$ 262 mil em cheques e dinheiro em espécie, além de cerca de R$ 1 milhão em cheques na região do Vale do Aço. De acordo com o Gaeco, a investigação é um desdobramento da operação Boi de Papel, realizada em 2018, também para combater esquema de sonegação.

Um dos principais alvos da operação de hoje foi investigado por vender diretamente o couro para fornecedores, que constituíam empresas fictícias ou de aluguel, e simulavam a compra do couro com crédito fictício para não pagar os impostos.

Os prejuízos aos cofres públicos apurados até o momento, segundo o MPE, representam 84% do que já foi gasto pelo Governo de Minas Gerais no enfrentamento da Covid-19 no estado.



* O texto foi atualizado às 13h24 desta quinta-feira (17). 


 

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