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01/07/2020 às 11h21min - Atualizada em 01/07/2020 às 13h12min

Entregadores de aplicativos protestam na praça Tubal Vilela

Profissionais de Uberlândia aderem a ato nacional e pedem melhores condições de trabalho

SÍLVIO AZEVEDO
Grupo de profissionais se concentrou no Centro de Uberlândia nesta quarta-feira (1°) | Foto: Diário de Uberlândia
Profissionais que atuam como entregadores de aplicativos de todo o país fizeram uma greve geral, nesta quarta-feira (1°), reivindicando melhores condições de trabalho, aumento nos valores a receber por entrega, entre outros benefícios. Em Uberlândia, um grupo se mobilizou na praça Tubal Vilela.

Na pauta de reivindicações, os entregadores pedem aumento do valor pago por quilômetro rodado e a criação de uma taxa mínima, além dos aplicativos custearem os gastos com equipamentos de proteção individual (EPIs), um auxílio doença caso o profissional fique impedido de trabalhar e seguros de roubo, acidente e vida.

“Às vezes a gente está no Centro e o chamado é no Santa Mônica. Se o cliente cancela o pedido, não ganhamos nada. Os aplicativos não pagam o entregador. Outra situação que acontece é a Rappi que, se tivermos um pedido de compras de R$ 280 no supermercado, a taxa de entrega é R$ 8. Perdemos horas para ganhar esse valor bruto. Então não compensa“, disse Cláudio Henrique Rosa, um dos organizadores do movimento, que trabalha para o iFood, Rappi e Bee Delivery.

A outra reivindicação é sobre o seguro, que segundo Cláudio, só é pago caso o entregador esteja com o pedido a caminho da entrega. “É só se estiver na corrida. Se acontece algum acidente no trajeto até o estabelecimento para buscar a entrega, a empresa não cobre pois, pra eles, você não está trabalhando”.

RONDON PACHECO
Após se concentrarem na praça, os entregadores se reuniram na avenida Rondon Pacheco na altura do bairro Tibery. A Polícia Militar (PM) chegou a ser acionada no local porque, segundo a corporação, alguns manifestantes estariam tentando impedir outros profissionais de continuarem atendendo aos pedidos na região. Viaturas da polícia então se deslocaram para conter o atrito e, em seguida, a situação for normalizada.
 

Manifestantes se concentram posteriormente na avenida Rondon Pacheco | Foto: Reprodução/WhatsApp

Aplicativos respondem às reivindicações 

O Diário de Uberlândia entrou em contato com as empresas UberEats, iFood, Rappi e Bee Delivery, que atuam em Uberlândia, para saber sobre as reivindicações dos profissionais. Em nota, o iFood respondeu que já atende às demandas repassadas pelos manifestantes, incluindo o seguro contra acidentes pessoais.

Já o UberEats encaminhou nota através da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (AMOBITEC) e afirmou que, desde o início da pandemia, tem realizado ações de apoio aos entregadores como como a distribuição gratuita ou reembolso pela compra de materiais de higiene e limpeza como máscara, álcool em gel e desinfetante. As empresas Rappi e Bee Delivery não retornaram até a publicação. 
Veja abaixo as notas na íntegra. 

Posicionamento iFood
Antes de mais nada, o iFood apoia a liberdade de expressão em todos as suas formas. Em nenhuma hipótese entregadores são desativados por participar de movimentos. Essa medida é tomada somente quando há um descumprimento dos Termos & Condições para utilização da plataforma e é válida tanto para entregadores, como para consumidores e restaurantes.

É importante frisar que desativar indevidamente um entregador é ruim para o iFood. Os principais casos de desativação acontecem quando a empresa recebe denúncias e tem evidências do descumprimento dos termos e condições que pode incluir, por exemplo, extravio de pedidos, fraudes de pagamento ou, ainda, cessão da conta para terceiros.

Em casos identificados, o entregador recebe uma mensagem via aplicativo e é direcionado para um chat específico para entender o motivo da desativação e pedir análise do caso. A empresa também não adota nenhuma medida que possa prejudicar aqueles que rejeitam pedidos. Ao rejeitar muitos pedidos, o sistema entende que o entregador não está disponível naquele momento e pausa o aplicativo, voltando a enviar pedidos, em média, 15 minutos depois.

O iFood também não possui um sistema de ranking e nem de pontuação. O algoritmo de alocação de pedidos leva em consideração fatores como por exemplo, a disponibilidade e localização do entregador e distância entre restaurante e consumidor.

A empresa esclarece que o valor médio das rotas é de R$ 8,46. Esse valor é calculado usando fatores como a distância percorrida entre o restaurante e o cliente, uma taxa pela coleta do pedido no restaurante e uma taxa pela entrega ao cliente, além de variações referentes a cidade, dia da semana e veículo utilizado para a entrega. Todos os entregadores ficam sabendo do valor da rota antes de aceitar ou declinar a entrega. Todas as rotas tem um valor mínimo de R$5,00 por pedido, mesmo que seja para curta distância.

Em maio, o valor médio por hora dos entregadores foi de R$ 21,80. Para fins de comparação apenas, esse valor é 4,6 vezes maior do que o valor por hora tendo como base o salário mínimo vigente no país. Esses entregadores foram responsáveis por 74% dos pedidos. Pelos dados do iFood, os ganhos médios mensais do grupo que têm a atividade de entregas como fonte principal de renda (37% do total) aumentaram 70% em maio quando comparados a fevereiro.

Quanto a seguros, desde o fim de 2019, o iFood oferece a todos os entregadores cadastrados em sua plataforma o Seguro de Acidente Pessoal. A iniciativa é operacionalizada pela MetLife e pela MDS. Com ela, estão cobertas despesas médicas e odontológicas, bem como indenização em caso de invalidez temporária ou permanente ou óbito decorrente do acidente. O seguro não representa nenhum tipo de custo para os parceiros. O benefício é válido durante o período no qual eles estão logados na plataforma da empresa e também no “retorno para casa” – válido por uma hora e até 30 km do local da última entrega realizada de moto, ou por duas horas e até 30 Km do local da última entrega para quem realiza entregas com bicicletas, patinetes ou a pé. O iFood possui ainda parceria com a Prefeitura Municipal de São Paulo para promover boas práticas de conduta no trânsito.

Sobre medidas de enfrentamento do Covid-19, desde o início da pandemia, em março, foram implementadas medidas protetivas que incluem fundos de auxílio financeiro para quem apresentar sintomas e para aqueles que fazem parte dos grupos de risco. Também foi disponibilizado gratuitamente até o final do ano um plano de benefícios em serviço de saúde. Até o momento, foram destinados mais de R$ 25 milhões a essas iniciativas.

Em abril, a empresa iniciou a distribuição de EPIs (álcool em gel e máscaras reutilizáveis) em kits com duração de pelo menos um mês. O iFood desenvolveu uma logística específica para retirada desses materiais, para evitar aglomerações. O entregador recebe um convite no aplicativo, como se fosse um pedido, e o deslocamento é pago até o ponto de retirada.

A empresa já comunicou todos os entregadores ativos sobre a retirada e está focada grande parte dos seus esforços para atingir toda a base de entregadores nas cidades em que operamos. Também continuamos avaliando alternativas para atingir mais pessoas de forma segura e controlada, considerando a distribuição mensal para que todos tenham materiais sempre

De acordo com pesquisa do Instituto Locomotiva realizada em abril, as medidas adotadas pelo iFood tiveram nota média de 8,9, melhor avaliação entre as ações realizadas por empresas do setor que operam no Brasil. Oito em cada dez entregadores avaliam muito positivamente as iniciativas. A pesquisa mostra ainda que, mesmo após o fim da crise, 92% dos entregadores pretendem continuar na atividade de entregas por aplicativo.


Posicionamento UberEats
O contexto da pandemia da Covid-19 teve efeitos severos sobre a economia, afetando a renda de milhões de brasileiros. Mesmo diante de um cenário crítico, as empresas associadas à Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (“AMOBITEC”) que atuam no setor de delivery implementaram, desde o início da pandemia, diversas ações de apoio aos entregadores parceiro, tais como a distribuição gratuita ou reembolso pela compra de materiais de higiene e limpeza, como máscara, álcool em gel e desinfetante, e a criação de fundos para o pagamento de auxílio financeiro para parceiros diagnosticados com Covid-19 ou em grupos de risco. Além disso, os entregadores parceiros cadastrados nas plataformas estão cobertos por seguro contra acidentes pessoais durante as entregas.

As plataformas de delivery operam sistemas dinâmicos e flexíveis, que buscam equilibrar as necessidades de entregadores, de restaurantes e de usuários. As ações de combate à crise foram desenvolvidas mesmo em um cenário de acirramento da competição entre empresas e aumento expressivo no número de entregadores. Diante de um cenário econômico crítico como o da pandemia da Covid-19, a flexibilidade dos aplicativos foi essencial para que centenas de milhares de pessoas, entre entregadores, restaurantes, comerciantes e micro empresas, tivessem uma alternativa para gerar renda e apoiar o sustento de suas famílias.

É importante esclarecer que as empresas associadas à AMOBITEC não trabalham com esquema de pontuação para a distribuição de pedidos e deixam claro que a participação em atos como a manifestação desta quarta-feira (1/7) não acarretará punições ou bloqueios de qualquer natureza.

A AMOBITEC e suas empresas associadas que atuam no setor de delivery reafirmam a abertura ao diálogo, sempre atentas às reivindicações dos entregadores parceiros para aprimorar a experiência de todos nas plataformas.













 
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